“Lula, rifado
de vez das urnas de outubro
POR LAURO
JARDIM
Ficha-suja,
Lula já havia sido rifado das urnas de outubro. Ontem, o Supremo Tribunal
Federal o tirou da campanha eleitoral. Ao menos da campanha clássica, aquela
que se faz nas ruas, aquela em que ele andaria pelo país insistindo em sua
candidatura enquanto o TSE permitisse ou apoiando algum nome da esquerda.
Agora, o Brasil
assistirá a uma cena insólita. O líder político mais popular do país, primeiro
lugar inconteste de todas as pesquisas para a Presidência da República, vai
soltar sua voz diretamente da prisão no Paraná.
Ainda que seja
um reconhecido craque da vitimização, como vai usar a sua condição de preso
para ajudar o PT a ter um bom desempenho nas urnas? A campanha presidencial
ganha agora, portanto, uma nova cara.
Difícil
imaginar que, por maior que seja o seu carisma, Lula poderá dar seu recado às
massas a partir da cadeia. Sua poderosa voz não se ouvirá mais. E os petistas
que estão do lado de fora da prisão não são (e nem serão) ouvidos pelo povo
como ex-presidente é.
Sua condenação,
em janeiro, não foi um golpe mortal em sua popularidade. As pesquisas feitas
depois daquele julgamento mostraram ele mantinha os cerca de 35% de intenção de
votos. Mas agora ele será encarcerado. Tudo muda de figura.
Lula não se
tornará irrelevante eleitoralmente por estar preso. Mas ficará obrigatoriamente
menor. Até porque seus adversários terão mais facilidade para desconstruí-lo. E
o seu eleitorado, ainda que não o abandone imediatamente, tende a tomar outros
rumos quando a campanha de fato se iniciar.
Sua capacidade
de mobilizar as massas está meio desmoralizada. Foi duas vezes depor em
Curitiba no ano passado. Petistas (e até adversários, reconheça-se) esperavam
um mar de gente. Nada aconteceu.
No julgamento
do dia 24 de janeiro, nada expressivo novamente. Sobraram apenas as já
folclóricas ameaças de incendiar o país feitas por João Pedro Stédile. Lula
tem, sim, ninguém duvide, eleitores como nenhum outro líder político brasileiro
tem. Mas não é uma turma disposta, pelo que se viu até agora, a parar o país
para defendê-lo.
Qual é o
discurso possível de alguém condenado a doze anos de prisão por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro?
Lula e os
petistas podem falar em injustiça até gastar todas as cordas vocais. Sua
condenação, porém, foi unânime e com "provas fora de qualquer dúvida
razoável", como destacou o desembargador gaúcho Leandro Paulsen, do TRF-4.
Recorreu em todas as instâncias e perdeu em todas. Como deixá-lo solto? Só se
ele fosse um brasileiro acima das leis. O STF mostrou que não é.”
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AGD
comenta:
Hoje
a imprensa está prenhe de artigos sobre a futura prisão do Lula. Eu escolhi
para vocês lerem o texto acima, do Lauro Jardim, por ser “curto e grosso”, como merece o Lula.
Não
se trata aqui de se vangloriar com o sofrimento alheio mas sim festejar a
vitória do Brasil sobre um partido político que só trouxe desunião entre os
brasileiros. Foram longos e longos anos de mistificação de “defesa do pobre” enquanto eles ficaram ricos. Agora o chefe da quadrilha será preso.
Foi
uma noitada em frente da TV sem entender quase nada, pelo excesso de
“juridiquês”, quase só entendendo e tentando interpretar o que seria “data
venia”. Mas, valeu a pena, pois a justiça triunfou e agora temos certeza que
tudo será um pouco melhor.
Não
será fácil. Este país foi quase destruído pelo simplório “nós contra eles”, que ganha votos mas não produz eficiência. Agora será “nós com
nós mesmos” o mote para sobreviver no
pós-Lula.
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