Por Zezinho de Caetés
Neste período pré-momesco eu me apego cada vez mais à ideia
dos outros, para escrever aqui neste blog. E quando encontro escritos que me
deixam encantados pela coincidência com o meu pensamento e que me fazem até
pesquisar menos do que o que eu devo para dar subsídios a quem pede, não só de
impeachment de Dilma, mas, o de toda corriola do PT, eu o transcrevo sem
pestanejar. E é hoje o que faço com o texto do Hubert Alqueres, que saiu no
Blog do Noblat (11/02/2015), onde ele procura mostrar a evolução ou involução
do partido criado pelo meu conterrâneo Lula há mais de três décadas. O título
não poderia ser mais exato: “PT, 35 anos,
um pesadelo”.
Quando eu era menino, minha mãe cantava, e provavelmente a
Dona Lindu também, para o Lula, naquela época onde criança só dormia com medo
de boi, a canção que hoje as crianças não ouvem mais: “Boi, boi, boi,...boi da cara preta, vem pegar Zezinho que ele não pega
a chupeta”. E lá ia eu dormir e ter pesadelos horrorosos com o “boi da cara preta”. Hoje, o pesadelo do
PT é o “boi da cara pintada”. Eles
estão fazendo tudo para que “os caras
pintadas” não venham para as ruas a exigir a saída de Dilma, et caterva, do
poder.
Como diz o articulista abaixo, passou a época do “Lula lá”. Estamos na era do “Olha lá o boi!”, ou “Dilma lá fora!”, que
se resume, no Brasil pintado de preto petróleo, e chorando de arrependimento de
ter votado em Dilma. O que se vê hoje é um brutal jogo de empurra para ver quem
se salva da derrocada final usando-se a mentira, o clientelismo, o
patrimonialismo e tantos outros “ismos”
que nos constrangem como cidadão.
No entanto, hoje, temos quase certeza, pela movimentação nas
redes sociais imprensa e mesmo no Congresso, que o boi chamado impeachment chegará para tirar a
chupeta de Dilma e, quem sabe, mostrar ao Lula, que mentira tem perna curta, e
não se pode enganar o povo por tanto tempo. Isto é tão certo quanto que o Galo
da Madrugada vai sair, e eu estarei lá, com um cartaz enorme dizendo: “Fora,
Dilma!”.
Vejam o texto do Hubert, preparando-se para a folia, porque
depois dela, o boi vem pegar.
“Três décadas e meia após sua fundação, o Partido dos Trabalhadores,
que prometia sonhos e veio a luz para “ser diferente de tudo o que está aí”,
passou a entregar pesadelos.
Aquele militante que vendia estrelinhas, distribuía panfletos na rua e
gritava “Lula lá” evaporou-se. Foi substituído por uma massa amorfa e acrítica.
Ou foi cooptado, usufruindo hoje das delícias do poder.
O sonho transformador deu nisso. Em doze anos no Planalto, o PT
agarrou-se à máquina do Estado. Tornou-se uma força retrógrada que tudo faz, e
fará, para não perder seus privilégios.
A democracia interna deu lugar a um sistema caudilhesco de poder.
Até aqui estamos apenas diante de um processo de envelhecimento precoce
de quem se pretendia diferente. E é hoje um partido pobre de ideias e com as
piores práticas possíveis, que se alimenta do patrimonialismo e do
clientelismo.
O processo de transmutação do Partido dos Trabalhadores foi muito maior
do que isto.
Institucionalizou a corrupção, comprou partidos e parlamentares e se
apropriou do patrimônio dos brasileiros. Deu uma interpretação própria ao mote
“o petróleo é nosso”.
Para se perpetuar no poder, os petistas promoveram o maior estelionato
eleitoral do país. Como se vivessem num mundo de conto de fadas, fizeram vistas
grossas para a tempestade que se formava. Resultado: jogaram o país numa
gigantesca crise política, moral e econômica.
Coletivizaram o pesadelo. A inflação invadiu o lar dos brasileiros que
já começam a sofrer as consequências da “quimioterapia” aplicada pelo novo
ministro da Fazenda, escalado para tentar consertar os danos causados nos
governos Lula e Dilma.
A crise da Petrobras está longe - e põe distância nisso - de chegar ao
fundo do poço.
O mundo está desabando sobre a cabeça dos petistas, com os níveis de
aprovação da presidente indo para o ralo. Mesmo assim Lula faz cara de
paisagem, puxa a orelha dos outros e produz novas pérolas, como dizer que, na
dúvida, deve se confiar no “companheiro Vacari”. Ou afirmar que o xis do
problema foi a transformação do PT “em um partido igual aos demais”.
São as manjadas táticas do líder petista que procura sempre nivelar
todos por baixo. Não, os outros partidos não são iguais ao PT. Não consta, por
exemplo, que a Rede de Marina Silva, o PSB de Eduardo Campos ou o PSDB de Aécio
Neves, Mário Covas, FHC, Geraldo Alckmin ou José Serra tenham feito da
roubalheira um método de governo.
E generais petistas de dez estrelas oferecem soluções mágicas.
Proliferam teorias conspiratórias. De seu blog de legalidade duvidosa, José
Dirceu prega a formação de uma frente para “defender a Petrobrás” e combater o
“centrão” que estaria se formando no parlamento. E Tarso Genro repete a tese da
“refundação do PT”.
Como diz o pensador italiano Giordano Bruno:
“Que ingenuidade pedir a quem tem poder para mudar o poder”.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário