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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Lula e a "Vitória de Pirro"




Por Zezinho de Caetés

Quem se importa com política e com o Brasil, deve lido a respeito da Pesquisa Datafolha que saiu no último domingo depois de serem entrevistados mais de 4000 brasileiros. Eu tenho quase certeza que o Ruy Fabiano ainda não sabia dos seus resultados, mas, no entanto, ele quase os expôs, de forma contundente, já no sábado ( 07/02/2015), quando ao escrever o texto “Vitória de Pirro”, no Blog do Noblat, fala de tudo que motivou os seus resultados. Não perco tempo, transcrevo-o logo abaixo para vocês julgarem se eu estou certo ou não.

Nada mais apropriado do que chamar a vitória da Dilma de Vitória de Pirro. Como todos sabem o Pirro foi um rei, mais antigo do que o Lula, e que é conhecido, por ter, numa batalha contra os Romanos, ter perdido tantos equipamentos e soldados que disse: “Com mais uma vitória como esta, estarei perdido!”. Deve ter sido a mesma coisa que o Lula disse em relação à reeleição de Dilma. E hoje temos a prova. Vejam alguns resultados da pesquisa:

- Em dezembro passado, 42% dos brasileiros consideravam o governo Dilma ótimo e bom. E 24% ruim e péssimo. Esses índices, hoje, são de 23% e 44%.

- De zero a dez, o governo Dilma mereceu nota 4,8.

- Metade dos que ganham até dois salários mínimos por mês consideravam o governo ótimo ou bom em dezembro. Agora são 27% - 23 pontos de queda em dois meses. O governo está se derretendo.

- 77% dos brasileiros acreditam que ela sabia da corrupção na Petrobras.

- Para 52% ela sabia dos desvios de dinheiro e deixou que continuassem. No mínimo foi cúmplice.

- Para outros 25%, ela sabia, mas nada pôde fazer.

- Seis de cada 10 brasileiros acham que Dilma mentiu na campanha em que se reelegeu.

- Para 46%, ela falou mais mentiras do que verdade. 25% dos petistas pensam assim também.

- Para 14%, ela só falou mentiras.

- No Nordeste que lhe deu uma votação recorde, a aprovação de Dilma caiu de 53% para 29%. A reprovação subiu de 16% para 36%.

- Na época do segundo turno da eleição presidencial de 2014, apenas 6% dos brasileiros apostavam que sua situação econômica ia piorar. Hoje são 26%.

- Como hoje 38% dos brasileiros acreditam que sua situação ficará na mesma, é possível afirmar que o desalento contamina 2/3 da população.

- Nos próximos meses, para 60% dos brasileiros, o desemprego aumentará.

- Oito em cada dez brasileiros esperam um aumento da inflação.

- Pela primeira vez desde 1994, a maior parte da população adulta do país (57%) espera uma redução do poder de compra dos salários.

- O tema “corrupção” (21%) passou a ser citado como um problema que rivaliza com o da saúde (26%).

Para mim, o mais importante destes resultados, é a constatação de que a Dilma foi abandonada até pelos nordestinos pobres. Que ingratos, diria o Lula. Depois de terem quase 3 refeições por dia, saúde à sua disposição no SUS (que ele até indicou ao Obama), educação pública de primeira qualidade, casa para todos, antes de rachar as paredes no Minha Casa Minha Vida, e ainda uma complementação de renda pelo Bolsa Família, que, apesar de não ser grande o suficiente para comprar um Smartphone, já permite a comunicação entre todos, eles agora estão revoltados e mudando de opinião. Por que?

Ora, a explicação é óbvia e estava na boca de cada respondedor da pesquisa Datafolha: “Chega de roubalheira!”. Ou seja, eles começam a desconfiar de que se todo o dinheiro do governo vai para a Suiça, igual ao da Petrobrás, de onde virá o dinheiro para as incontáveis bolsas que o PT distribuiu ao longo do tempo, para se manter no poder?

Hoje, já leio que o Lula, o nosso Pirro, está certo de que tem que ser candidato em 2018, porque, “com mais uma vitória destas, ele estará mais perdido do que o Pirro”. É o que o Ruy trata no texto abaixo: “Ganhar perdendo!”. E o próprio Lula já desconfia que não foi só ele que “ganhou perdendo” e sim o PT, que agora mais do que nunca eu afirmo: “Ou o Brasil acaba com o PT, ou o PT acaba com o Brasil!”, e mais rápido do que fariam as saúvas.

“A expressão “ganhar perdendo”, cunhada pela ex-senadora Marina Silva, encontrou na presidente Dilma Roussef sua melhor tradução. Não há registro, na história republicana, de um governo que tenha saído de um triunfo eleitoral com tamanho ar de velório.

E isso não é exatamente inexplicável. Tratou-se de uma vitória forjada à base de deslealdades e mentiras, com agressões despropositadas à honra dos adversários e à boa fé dos eleitores. Uma vitória de Pirro, em suma.

Esta semana, em discurso na tribuna da Câmara, o líder do PSDB, Bruno Araújo (PE), valeu-se de um estratagema engenhoso para explicitar o termo “estelionato eleitoral”.

Sem pronunciar qualquer palavra, encostou um gravador ao microfone e passou a veicular a gravação de um discurso da presidente Dilma Rousseff comprometendo-se com o contrário do que tem feito. Era um discurso pré-eleitoral, que apresentava um país à beira do esplendor político e administrativo.

Nada como ouvir a voz do dono – ou, no caso, da dona. A novidade assumiu contornos hilários, provocando risadas no plenário e a fúria dos petistas. Mas não se tratava de comédia, senão de tragédia – uma confissão de desonestidade política para com o eleitorado, ou a parcela deste que confiou na candidata.

Pela primeira vez, no entanto, a farsa está sendo cobrada, o que explica o recolhimento da presidente e o mutismo de seu mentor político, o ex-presidente Lula. Também, pudera: Dilma não só prometeu fazer o contrário do que está fazendo, como atribuiu aos adversários a intenção de fazê-lo, apontando-lhes instintos maléficos e anti-povo. E não ficou apenas na trapaça verbal.

Investiu na trapaça administrativa, segurando preços de tarifas e ocultando o déficit na economia. Gerou danos ao país para cuja solução agora pede o sacrifício de todos. Pede, não: impõe. Mas há mais: a corrupção. Todo o sacrifício que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, distribui à população – e a culpa não é dele, que é apenas o cirurgião, chamado a atender um paciente em estado grave – significará um ganho na casa dos R$ 20 bilhões.

Somente na Petrobras, segundo seu balanço não auditado, soube-se que o rombo da corrupção está na casa dos R$ 88,6 bilhões. E a ex-presidente da estatal, Graça Foster, disse que, se as investigações se aprofundarem, pode-se chegar - “certamente se chegará” - a um número ainda maior. Tudo isso numa única estatal.

Resta abrir a caixa-preta de outras, como Eletrobras, Dnit, fundos de pensão, Caixa Econômica, BNDES, Banco do Brasil. Segundo a delação premiada de Paulo Roberto Costa, o Petrolão não é exceção, mas regra. Tudo o que lá acontecia, garantiu, acontece em todo o Estado brasileiro. Trata-se de alguém que tem indiscutível autoridade técnica para fazer tal afirmação.

Com a Operação Lava-Jato nos seus calcanhares, a presidente corre o risco concreto de um impeachment, palavra que já ganha curso no Congresso Nacional e adjacências.

A rapidez com que se instalou a CPI da Petrobras é reflexo disso, bem como a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a Presidência da Câmara. Os 136 votos dados ao candidato do PT, Arlindo Chinaglia, são os com que pode contar o governo.

Os demais dependem de fatores que independem do controle presidencial. A sorte está lançada – e os sinais são adversos, para dizer o mínimo. Esta semana, o jurista Ives Gandra Martins, em artigo, sustentou que, nos termos da legislação vigente, já há base jurídica para o impeachment. Se a presidente não tem responsabilidade dolosa, tem culposa. É responsável, pelo cargos que ocupou (e o que ocupa), pelo que aconteceu.

Após o carnaval, quando de fato começa o ano no país – e até isso parece ter sido alterado este ano, que, por incrível que pareça, começou no começo -, o procurador-geral, Rodrigo Janot, promete publicar sua denúncia, com os nomes dos políticos envolvidos. Mesmo se omitir os nomes de Lula e Dilma, como aconteceu no caso do Mensalão, que poupou Lula, a CPI os trará à tona, já que não há como excluí-los de tal escândalo, cujas dimensões não passariam despercebidas nem a um surdo, cego e mudo. É, nas suas proporções, o maior escândalo da história da humanidade, segundo o The New York Times.


Apertem os cintos: 2015 será (está sendo) um ano de grande turbulências. E o piloto corre o risco de sumir.”

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