Por Zezinho de Caetés
Quem se importa com política e com o Brasil, deve lido a
respeito da Pesquisa Datafolha que saiu no último domingo depois de serem
entrevistados mais de 4000 brasileiros. Eu tenho quase certeza que o Ruy
Fabiano ainda não sabia dos seus resultados, mas, no entanto, ele quase os expôs,
de forma contundente, já no sábado ( 07/02/2015), quando ao escrever o texto “Vitória de Pirro”, no Blog do Noblat,
fala de tudo que motivou os seus resultados. Não perco tempo, transcrevo-o logo
abaixo para vocês julgarem se eu estou certo ou não.
Nada mais apropriado do que chamar a vitória da Dilma de Vitória de Pirro. Como todos sabem o
Pirro foi um rei, mais antigo do que o Lula, e que é conhecido, por ter, numa
batalha contra os Romanos, ter perdido tantos equipamentos e soldados que
disse: “Com mais uma vitória como esta,
estarei perdido!”. Deve ter sido a mesma coisa que o Lula disse em relação
à reeleição de Dilma. E hoje temos a prova. Vejam alguns resultados da
pesquisa:
- Em dezembro passado,
42% dos brasileiros consideravam o governo Dilma ótimo e bom. E 24% ruim e
péssimo. Esses índices, hoje, são de 23% e 44%.
- De zero a dez, o
governo Dilma mereceu nota 4,8.
- Metade dos que
ganham até dois salários mínimos por mês consideravam o governo ótimo ou bom em
dezembro. Agora são 27% - 23 pontos de queda em dois meses. O governo está se
derretendo.
- 77% dos brasileiros
acreditam que ela sabia da corrupção na Petrobras.
- Para 52% ela sabia
dos desvios de dinheiro e deixou que continuassem. No mínimo foi cúmplice.
- Para outros 25%, ela
sabia, mas nada pôde fazer.
- Seis de cada 10
brasileiros acham que Dilma mentiu na campanha em que se reelegeu.
- Para 46%, ela falou
mais mentiras do que verdade. 25% dos petistas pensam assim também.
- Para 14%, ela só
falou mentiras.
- No Nordeste que lhe
deu uma votação recorde, a aprovação de Dilma caiu de 53% para 29%. A
reprovação subiu de 16% para 36%.
- Na época do segundo
turno da eleição presidencial de 2014, apenas 6% dos brasileiros apostavam que
sua situação econômica ia piorar. Hoje são 26%.
- Como hoje 38% dos
brasileiros acreditam que sua situação ficará na mesma, é possível afirmar que
o desalento contamina 2/3 da população.
- Nos próximos meses,
para 60% dos brasileiros, o desemprego aumentará.
- Oito em cada dez
brasileiros esperam um aumento da inflação.
- Pela primeira vez
desde 1994, a maior parte da população adulta do país (57%) espera uma redução
do poder de compra dos salários.
- O tema “corrupção”
(21%) passou a ser citado como um problema que rivaliza com o da saúde (26%).
Para mim, o mais importante destes resultados, é a constatação
de que a Dilma foi abandonada até pelos nordestinos pobres. Que ingratos, diria
o Lula. Depois de terem quase 3 refeições por dia, saúde à sua disposição no
SUS (que ele até indicou ao Obama), educação pública de primeira qualidade,
casa para todos, antes de rachar as paredes no Minha Casa Minha Vida, e ainda
uma complementação de renda pelo Bolsa Família, que, apesar de não ser grande o
suficiente para comprar um Smartphone, já permite a comunicação entre todos,
eles agora estão revoltados e mudando de opinião. Por que?
Ora, a explicação é óbvia e estava na boca de cada
respondedor da pesquisa Datafolha: “Chega
de roubalheira!”. Ou seja, eles começam a desconfiar de que se todo o
dinheiro do governo vai para a Suiça, igual ao da Petrobrás, de onde virá o
dinheiro para as incontáveis bolsas que o PT distribuiu ao longo do tempo, para
se manter no poder?
Hoje, já leio que o Lula, o nosso Pirro, está certo de que
tem que ser candidato em 2018, porque, “com
mais uma vitória destas, ele estará mais perdido do que o Pirro”. É o que o
Ruy trata no texto abaixo: “Ganhar
perdendo!”. E o próprio Lula já desconfia que não foi só ele que “ganhou perdendo” e sim o PT, que agora
mais do que nunca eu afirmo: “Ou o Brasil
acaba com o PT, ou o PT acaba com o Brasil!”, e mais rápido do que fariam
as saúvas.
“A expressão “ganhar perdendo”, cunhada pela ex-senadora Marina Silva,
encontrou na presidente Dilma Roussef sua melhor tradução. Não há registro, na
história republicana, de um governo que tenha saído de um triunfo eleitoral com
tamanho ar de velório.
E isso não é exatamente inexplicável. Tratou-se de uma vitória forjada
à base de deslealdades e mentiras, com agressões despropositadas à honra dos
adversários e à boa fé dos eleitores. Uma vitória de Pirro, em suma.
Esta semana, em discurso na tribuna da Câmara, o líder do PSDB, Bruno
Araújo (PE), valeu-se de um estratagema engenhoso para explicitar o termo
“estelionato eleitoral”.
Sem pronunciar qualquer palavra, encostou um gravador ao microfone e
passou a veicular a gravação de um discurso da presidente Dilma Rousseff
comprometendo-se com o contrário do que tem feito. Era um discurso
pré-eleitoral, que apresentava um país à beira do esplendor político e
administrativo.
Nada como ouvir a voz do dono – ou, no caso, da dona. A novidade
assumiu contornos hilários, provocando risadas no plenário e a fúria dos
petistas. Mas não se tratava de comédia, senão de tragédia – uma confissão de
desonestidade política para com o eleitorado, ou a parcela deste que confiou na
candidata.
Pela primeira vez, no entanto, a farsa está sendo cobrada, o que
explica o recolhimento da presidente e o mutismo de seu mentor político, o
ex-presidente Lula. Também, pudera: Dilma não só prometeu fazer o contrário do
que está fazendo, como atribuiu aos adversários a intenção de fazê-lo,
apontando-lhes instintos maléficos e anti-povo. E não ficou apenas na trapaça
verbal.
Investiu na trapaça administrativa, segurando preços de tarifas e
ocultando o déficit na economia. Gerou danos ao país para cuja solução agora
pede o sacrifício de todos. Pede, não: impõe. Mas há mais: a corrupção. Todo o
sacrifício que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, distribui à população – e a
culpa não é dele, que é apenas o cirurgião, chamado a atender um paciente em
estado grave – significará um ganho na casa dos R$ 20 bilhões.
Somente na Petrobras, segundo seu balanço não auditado, soube-se que o
rombo da corrupção está na casa dos R$ 88,6 bilhões. E a ex-presidente da
estatal, Graça Foster, disse que, se as investigações se aprofundarem, pode-se
chegar - “certamente se chegará” - a um número ainda maior. Tudo isso numa única
estatal.
Resta abrir a caixa-preta de outras, como Eletrobras, Dnit, fundos de
pensão, Caixa Econômica, BNDES, Banco do Brasil. Segundo a delação premiada de
Paulo Roberto Costa, o Petrolão não é exceção, mas regra. Tudo o que lá
acontecia, garantiu, acontece em todo o Estado brasileiro. Trata-se de alguém
que tem indiscutível autoridade técnica para fazer tal afirmação.
Com a Operação Lava-Jato nos seus calcanhares, a presidente corre o
risco concreto de um impeachment, palavra que já ganha curso no Congresso
Nacional e adjacências.
A rapidez com que se instalou a CPI da Petrobras é reflexo disso, bem
como a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a Presidência da Câmara. Os 136
votos dados ao candidato do PT, Arlindo Chinaglia, são os com que pode contar o
governo.
Os demais dependem de fatores que independem do controle presidencial.
A sorte está lançada – e os sinais são adversos, para dizer o mínimo. Esta
semana, o jurista Ives Gandra Martins, em artigo, sustentou que, nos termos da
legislação vigente, já há base jurídica para o impeachment. Se a presidente não
tem responsabilidade dolosa, tem culposa. É responsável, pelo cargos que ocupou
(e o que ocupa), pelo que aconteceu.
Após o carnaval, quando de fato começa o ano no país – e até isso
parece ter sido alterado este ano, que, por incrível que pareça, começou no
começo -, o procurador-geral, Rodrigo Janot, promete publicar sua denúncia, com
os nomes dos políticos envolvidos. Mesmo se omitir os nomes de Lula e Dilma,
como aconteceu no caso do Mensalão, que poupou Lula, a CPI os trará à tona, já
que não há como excluí-los de tal escândalo, cujas dimensões não passariam
despercebidas nem a um surdo, cego e mudo. É, nas suas proporções, o maior
escândalo da história da humanidade, segundo o The New York Times.
Apertem os cintos: 2015 será (está sendo) um ano de grande
turbulências. E o piloto corre o risco de sumir.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário