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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A semana - Carnaval ou impeachment da Rainha?




Por Zé Carlos

Eu nunca vi uma semana pré-carnavalesca tão animada no campo político. Graças ao juiz Moro temos assunto para escrever esta coluna semanal. Tal qual o filme do UOL, que apresentamos abaixo, ela será curta e grossa.

Tudo girou em torno das delações premiadas. Parece até um campeonato de caça ao PT. Também pudera, este partido jogou tanta pedra no telhado dos vizinhos que estes, agora, descobrindo que o telhado do partido sempre foi de vidro, estão mandando as pedras de volta e o estrago está sendo feio.

Lembram da época que o Collor sofreu o impeachment, como foi a atuação do PT? Naquela época botar o presidente para fora era um imperativo legal e ético. Hoje, tendo o Collor quase nos seus quadros, querer tirar um presidente é um golpe perverso nas instituições, mesmo que o Brasil todo só “pense naquilo”, o impeachment de Dilma. Me engana que eu gosto.

O discurso dos governistas contra o impeachment da Dilma é simplesmente ridículo. Lembra-me o João de Manuela, o maior ladrão de galinha de Bom Conselho, de que tenho notícia, dizendo que todos as galinhas que comeu, o fez de forma legal. Quando perguntavam por que ele comia tanta galinha, naquela época, em que se dizia que “pobre quando comia galinha, um dos dois estava doente”, ele declarava, que apenas eram galinhas “não contabilizadas”, e hoje, já se sabe como as galinhas iam parar na panela do João.

O delegado, seu Gaudêncio, que era o juiz Moro da época, descobriu que o que o João dizia era verdade, mas, mesmo assim resolveu chamar alguns amigos deles para depor. E todos eles contaram como o João agia para obter as galinhas de forma legal. Ele, simplesmente, roubava dinheiro e pedia aos amigos para comprar as galinhas. Tecnicamente, o João era ladrão, mas não de galinhas. E com isto engrupiu todo mundo e continuou roubando galinhas por mais de 10 anos. Até que foi pego pelo juiz Moro, digo por seu Gaudêncio, que o colocou na cadeia por roubo de dinheiro, mas, com o corpo coberto de penas.

Eita, pelas barbas do Aécio, já estou me alongando nesta segunda-feira de carnaval. Não porque eu vá brincar e sim porque, dos meus 8 leitores, 7 estão nas ladeiras de Olinda e 1 nas Virgens de Bom Conselho. Então, deixemos o PT de lado e nos concentremos no filme do UOL que se fixa em nossa protagonista, a Dilma, que está na corda bamba, e o seu próprio partido está balançando a corda. Ou seja, como o impeachment está na boca do povo, o grande problema de nossa “ídola” é tirá-lo da boca, enfiando goela abaixo medidas contra a corrupção. Meu Deus, a falta de criatividade é tanta que já nos faz rir assim que a ouvimos. Se fossem medidas contra a hipocrisia, seriam mais críveis.

Dizem que depois do carnaval ela usará as redes de televisão para fazer um pronunciamento à nação, tal qual o Collor, embora não saibamos qual seja o conteúdo. Só soubemos o conteúdo do conselho do Lula: No dia 15 de março, para o qual estão sendo programadas manifestações a favor do impeachment presidencial, que os militantes do PT se vistam com as cores do partido e vão as ruas. Como todos sabem, a cor do PT sempre foi o vermelho, mas agora é outra, o roxo, que é uma mistura de vermelho com preto do petróleo roubado do povo brasileiro.

O que espero é que a Dilma continue nos brindando com sua hilária sabedoria que incrementa a leitura desta coluna, até no carnaval. Mas, pensando bem, se ela sair, já faço hoje um convite para vir trabalhar conosco, com todo o seu humor, porque a marchinha que ela agora canta, “daqui não saio, daqui ninguém me tira, onde é que eu vou morar?...”, pelo menos quanto ao lugar para morar não tem problema. O Zezinho de Caetés está doido atrás de um empregada de forno e fogão.

Agora fiquem com o resumo do filminho do UOL, mas, se não quiserem vê-lo agora, deixem para fazê-lo na quarta-feira de cinzas, quando já souberem se a Unidos da Papuda, ganhou ou perdeu o carnaval.

“Na semana que os políticos resolveram falar do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), ela cantou aquela velha marchina de Carnaval: "Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira!".”


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