Por Zé Carlos
Esta semana que iremos comentar é uma semana carnavalesca.
Noutros tempos eu nem me atreveria a falar alguma coisa além dos desfiles de
blocos e de escolas de samba. Hoje, além disso, tenho que tratar de política,
mesmo que seja sem políticos.
Vejam que grande contradição, política sem políticos. E não
é que tudo se passou assim. O caso político mais interessante se deu muito
longe de Brasília, já que lá, tenho certeza, somente hoje teremos algum
parlamentar para ver. Para não ser injusto, na última quarta-feira de cinzas,
vi, no Senado um senador falando e 3 ou 4 assistindo, num plenário quase vazio.
E o assunto não era outro, a não ser criticar o governo da estrela maior desta
coluna, a presidente Dilma Yossef. E, voltando, ao assunto, o caso mais
interessante em termos políticos saiu do Sambódromo do Rio de Janeiro.
Como assim? Lula estava na avenida? A Dilma foi ao camarote
da Odebrecht? O Eduardo Cunha, nosso “Cunhão”,
desfilou pelo Cordão do Bola Preta? A
Marta Suplicy desfilou no Bloco da Preta Gil? Não, nada disso. Dizem que um
ditador africano foi quem financiou o Carnaval da Beija-Flor de Nilópolis, para
a escola mostrar as belezas do seu país, a Guiné Equatorial, na qual o Lula já
esteve, e do qual a Dilma perdoou uma dívida de 27 milhões de dólares. Além do riso
vindo do Sambódromo, pelo primeiro lugar obtido pela escola, vieram o riso dos
brasileiros quando souberam de que país se tratava.
A Guiné Equatorial é uma ditadura. Muitos acrescentam, cruel,
sanguinária, maligna. Eu não. Ditadura é ditadura, e os brasileiros já sabem
que não é mole. Dizem ser o ditador de lá um amigão do Lula, e quer ser amigão do
Brasil, ao ponto de arranjar 4 milhões de dólares para investir no carnaval.
Dizem que ele quer, até, que a língua portuguesa seja oficial por lá. Seria
ótimo, porque eles poderiam ler esta coluna e rirem com a gente, do país deles.
Este país deveria ter sido tomado como um contra-exemplo, na campanha, para o
Brasil, que foi declarado pela candidata presidente como um país livre da
miséria. Isto, antes da posse pela sua reeleição. Lá, na Guiné, cerca de 75% da
população vivem com apenas 2 dólares por dia e não tem acesso à água limpa ou à
saúde. Embora que, com o dólar hoje a R$ 3,00, eles não estão muito longe dos
nossas patrícios que vivem do Bolsa Família. Para ser mais ou menos preciso, R$
90,00 mensais do programa assistencial, dividido por 30, chegamos a R$ 3,00, o
que nos dar apenas 1 dólar por dia. Coitados de nós e dos africanos (Quem nasce
na Guiné Equatorial, é o que?)
Dizem, lá não haver jornais, nem existir uma imprensa livre.
As pessoas não sabem o que está acontecendo de maneira nenhuma. Não existe
nenhuma rádio ou emissora de televisão livres. E até o Facebook é bloqueado, e,
portanto, infelizmente, aquele povo sofrido não poderá ter acesso, nem rir com
esta coluna, que algumas vez usa esta rede social para divulgá-la, com o
intuito único de fazer as pessoas rirem, como riem nossos 8 leitores toda
semana.
Aqui, no Brasil, o povo só não sabe mesmo é o que aconteceu
com a Petrobrás, pelo menos o Lula e a Dilma não sabiam, junto com a Graça
Foster. Mas, isto é apenas um detalhe. Tem mais. O ditador da Guiné Equatorial,
cantada em música e verso na Marquês de Sapucaí, pela Beija-Flor, tem pelo
menos 17 palácios, enquanto três quartos da população não têm onde morar, e se
alguém ficar doente, morre, pois lá só deve ter uma filial do Sírio-Libanês. E,
riam meus senhores e senhoras, não tem nem o Minha Casa Minha Vida e nem o SUS,
estes sistemas que hoje tiraram do relento e da doença tantos brasileiros, que
o Lula os recomendou até ao Obama, que, para não dizer que foi ideia nossa o
estar chamando “Obamacare”. Estes
americanos não tem jeito, copiam tudo que temos de bom.
E paro por aqui antes que os mate de rir contando mais
coisas da ditadura da Guiné Equatorial. No entanto, só mais uma coisinha
relacionado com o tema. Enquanto o Obiang [ditador há 35 anos] tem 17 palácios
para usar como quiser, a pobrezinha de nossa presidente, não tem nenhum dela
mesma. Para curtir o Carnaval ela teve que tomar emprestado um Base Naval na
Bahia. Vejam a diferença do padrão de vida dos nossos governantes. Avante!
Meus leitores, certamente, já quase morrendo de rir, devem
estar perguntando quais outras notícias desta semana do reinado de Momo, se é
que elas existem. Eu gostaria de dizer: não há mais nenhuma. Porém, houve outra,
muito importante, que seria extremamente trágica se não fosse, também, cômica. Imaginem
alguém, se sentindo acuado, porque a Justiça pode funcionar e complicar sua
vida e de seus correligionários, se alguns empresários abrirem a boca e
contarem o que sabem, e, por isso, se reunir com seus advogados (dos
empresários) e prometer a eles que seus clientes devem ficar de bico calado,
porque ele vai dar um jeito de livrar-lhes a cara. Isto descoberto, o que
deveria ser feito com aquele alguém? Ora, se fosse o João de Manuela, lá de Bom
Conselho, o delegado, Seu Gaudência, diria logo: “Taca-le o pau!”. Agora
imaginem se este alguém fosse, nada mais nada menos, que o Ministro da Justiça?
Contenha seu riso se pensaram que isto seria uma piada do
colunista, pois foi exatamente, o que aconteceu. O fato é tão grave que os
políticos deveriam ter voltado ao Congresso no carnaval e discutido a demissão
sumária do Ministro, neste caso, Ministro da Injustiça. Pois sabe, o que gerou
a maior polêmica? Foi o Joaquim Barbosa, que não é político, dizer que ele, o
ministro, deveria ser demitido sumariamente. Foi um horror a reação dos
petistas. Só não chamaram o Barbosa de “mestre
açúcar” (expressão dita pelo filósofo de Bom Conselho, que não me lembro o
significado, mas, era uma coisa ruim à beça). E a Dilma, a única que poderia
tomar esta providência, estava na Bahia pulando o carnaval. Porém, mais
hilariante ainda foi o Ministro da Injustiça, Eduardo Cardozo, tentar explicar
porque recebeu os advogados dos réus. Eu só não coloco o vídeo de sua
explicação aqui porque ainda quero leitores na próxima semana, mesmo que suas
mortes fossem de riso.
Já poderia deixar vocês com o filme do UOL, todavia, como
esta coluna é cruel com seus leitores, pois toda semana tenta mata-los, de
tanto rir, leiam o seguinte e procurem descobrir antes do possível homicídio
culposo que posso cometer:
“Olhando os dados que
vocês mesmos divulgam nos jornais, se em 96 ou 97 tivessem investigado e
tivessem naquele momento punido, nós não teríamos o caso desse funcionário da
Petrobras que ficou durante quase 20 anos [beneficiando-se] de corrupção. A
impunidade, e isso eu disse durante a minha campanha, a impunidade leva água
para o moinho da corrupção.”
Quem disse isso? Tiririca, Palhaço Chocolate, Zé Lezin ou a
Dilma Roussef? Ora, quem disse Dilma, certamente, está rindo tanto que não
poderá ler até o fim esta coluna e nem assistir ao filme do UOL.
Ora, vocês ainda se lembram qual foi o ano que a nossa
presidente passou a dar as cartas na Petrobrás?
Quem responder isto com apego aos fatos está sabendo agora que ela prevaricou. Não, meus senhores e
senhoras, ela não colocou chifre no marido, pois faz muito tempo que não
coabitam. O sentido da palavra aqui é o jurídico, ou seja, ela, como servidora
pública que era, sabendo de tudo isto que aconteceu desde a década de 90, por
que não denunciou os envolvidos? Se não o fez, isto chama-se “prevaricação”. É um crime funcional,
isto é, praticado por funcionário público contra a Administração Pública em geral,
que se configura quando o sujeito ativo, no caso, a sujeita ativa, retarda ou
deixa de praticar ato de ofício, ou seja, suas obrigações, indevidamente, ou
quando o pratica de maneira diversa da prevista no dispositivo legal, a fim de
satisfazer interesse pessoal. A pena prevista para essa conduta é de detenção,
de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Está previsto no Art. 319 do Código
Penal, que quando foi promulgado nem a Dilma era nascida. Por isso, talvez ela
não saiba de nada... Mas, deixemos a cultura jurídica para os juristas, aqui é
o humor que abunda)
É óbvio que eu não quero transformar esta coluna em “cultura
jurídica”, explicar prevaricação foi apenas para dizer o que achamos da
fala da Dilma. E Deus e o mundo interpretaram esta fala como uma tentativa de
culpar o FHC pelos desmandos recentes na Petrobrás. Alguns, já disseram que ela
deveria culpar o governo de D. João VI, outros que o culpado mesmo seria
Cabral, (não o governador do Rio, mas, o nosso descobridor), outros ainda dizem
que o culpado mesmo é o povo brasileiro, porque votou na Dilma. Tem até que
dizem ser o culpado o filósofo de Bom Conselho. Entretanto, eu acho a seguinte
versão a mais pertinente.
Vocês lembram daquela luta que o Anderson Silva venceu e
que depois foi pego no “anti-doping”?
Eu nunca vi uma similaridade maior do que com aquela vitória da Dilma, em 2014. Todos hoje tentam
explicar porque a Dilma ganhou as eleições, quando tinha tudo para perder. PIB
caindo, inflação subindo, orçamento desequilibrado, as casas do Minha Casa
Minha Vida caindo, etc. etc. Por que então nossa protagonista ganhou as
eleições? Muitas explicações são dadas, mas, eu só acredito numa: DOPING. E tal
qual o Anderson Silva, ela já foi pega umas 3 vezes, mas, apenas agora a coisa
fica mais evidente. Pois, com esta última declaração, não tem jeito. Qualquer
laboratório de beira de esquina, se fizer um simples exame de fezes, na obrada
que ela deu, mostrará várias substâncias não permitidas nos processos
eleitorais mundiais.
E, para mim, não há outro jeito, para nossos poderes, com a
pressão do povo, fazer como fizeram com o nosso campeão de MMA. Suspendê-la,
até que as coisas sejam esclarecidas. E claro, se na contraprova forem
confirmada as substâncias nocivas a um democracia, utilizadas pela presidente,
não tem jeito, a droga mais indicada é o impeachment,
porque nos dá oportunidade de outra disputa justa no octógono político, na qual
o Brasil já tem tecnologia suficiente para produção própria desde 1990. E dizer que tomou a droga para emagrecer, recomendada pelos médicos, não cola, como não está colando com o Anderson Silva.
E o nosso filme? O filme da UOL. Será que os produtores
arranjaram algum material para nos fazer rir mais ainda? Como já estava
prevendo, não encontraram, mas, aqueles que resistiram até aqui devem vê-lo,
pelo menos para ver a luta entre Eduardo Cardoso e Joaquim Barbosa. E que vença
o melhor.
“Veio o Carnaval, foi
o Carnaval, e a investigação pela Polícia Federal de contratos da Petrobras
continua dominando as manchetes. Em plena folia, o ex-presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa tentou balançar a canoa do ministro
da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Barbosa disse que
Cardozo deveria ser demitido por ter recebido advogados de ao menos uma empresa
investigada na operação Lava Jato. Arrastada pela "Marcha da
Petrobras", a presidente Dilma Rousseff afirmou que se as denúncias na
estatal tivessem sido investigadas na década de 1990, durante o governo
Fernando Henrique Cardoso, funcionários investigados atualmente não teriam
praticado corrupção por tanto tempo.
E deu Beija-Flor no
Carnaval do Rio. A escola de samba de Nilópolis faturou o título com um enredo
financiado sobre Guiné Equatorial, um país governado há 35 anos por uma
ditadura. O puxador Neguinho da Beija-Flor não viu problema no financiamento e
disse que se não fosse a contravenção, o carnaval não seria o maior espetáculo
da Terra. Olha a contravenção aí, gente!”
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