Por Lucinha Peixoto (*)
Todos sabemos que a quaresma tem seu inicio na quarta-feira
de cinzas e seu término ocorre na quinta-feira santa, até a celebração da Missa
da Ceia do Senhor Jesus Cristo com os doze apóstolos. Nós católicos realizamos
“a preparação para a Páscoa. O período é
reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se
aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a
fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos
Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as
questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a
prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa
melhor e proporcionar o bem para os demais.”
Hoje li o artigo de Zé Carlos na A Gazeta Digital, sobre a
semana santa dele, e resolvi escrever sobre este período, estendendo-o para os
seus 40 dias regulamentares. Eu já sabia que ele era um pouco “agnóstico”, embora não tão falante
quanto o outro conterrâneo Roberto Lira. Pelo que sei da vida dele, em seu
mutismo espiritual, também pode está em risco de pegar uma pena branda no
purgatório. Já o Roberto e o Cleómenes, parece, se encaminham para uma pena
mais severa.
Mas, não foi só isso que me fez pensar no período mais
importantes para os católicos. Foi uma notícia que vi esta semana sobre as
datas históricas referentes à vida de Jesus. Ela, com a manchete de “Estudo muda o dia da Última Ceia”,
dizia:
“O professor Colin
Humphreys, da Universidade de Cambridge, contesta a tese de que a Última Ceia,
que reuniu Jesus Cristo e seus 12 apóstolos, tenha ocorrido na noite da
Quinta-feira Santa. “Descobri que aconteceu numa quarta-feira, dia 1º de abril
do ano 33”, declarou. No livro O mistério da última ceia, o catedrático
assinala que especialistas percorreram Jerusalém com um cronômetro e concluíram
que seria impossível Jesus ter sido julgado e crucificado entre a noite de
quinta-feira e a manhã de sexta.”
Se eu não fosse de tanta fé católica (apesar de algumas
discordâncias básicas), eu tremeria em minhas bases espirituais. Se fosse
apegada tanto aos fatos históricos eu iria logo procurar qual a
respeitabilidade de especialistas que andam com cronômetros para dizerem que
Jesus não foi crucificado na Sexta-Feira da Paixão. Entre uns e outros, na
medida do possível, eu termino ficando com as minhas tradições.
Vejam que a notícia, se verdadeira e introjetada em nossa
fé, quantas mudanças ocorreriam em nosso passado, que dizem por ai, os
incautos, que não muda. Atualmente, é o que mais muda, e vai mudar muito mais
quando se descobrir de verdade quem foi o Lula. Não pensaríamos mais no lava
pés na quinta-feira, nem acompanharíamos a procissão do Senhor Morto, na sexta-feira,
como fiz tantas vezes. A Aleluia, de que fala Zé Carlos no seu texto, seria
encontrada na sexta-feira, e não no sábado e talvez ele e o seu colega não
pudessem ficar na praça, falando da vida alheia, e outras coisas mais.
Ainda mais dizem que Jesus ceou e lavou os pés dos apóstolos
num dia 1º de abril. Embora o ano de 33, esteja correto, todos pensariam que
Nosso Senhor estaria pregando uma peça nos apóstolos no dia da mentira. Eu fiquei
chocada. O professor inglês deve estar brincando conosco, católicos e cristãos.
Eu quero a Santa Ceia na Quinta-Feira, mesmo que tenha sido na quarta. Pois
penso ser muito mais fácil nossa Igreja aceitar coisas como o aborto, divórcio,
mulheres “padres”, homossexualismo
(tudo com as devidos salva-guardas), do que arcar com o custo de mudar todo o
ritual para comemorar o dia da ressurreição no sábado e não no domingo. Seria
um transtorno para o mundo todo. Principalmente, no nosso querido Brasil em que
o Carnaval terminaria na segunda e não na terça-feira, que passaria, ao invés
da terça-feira gorda, ser a terça-feira de cinzas. Sem falar nos desfiles das
Escolas de Samba. É melhor, fingir que nem li a notícia.
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(*) Ontem, como não me mandaram nada para publicação, e eu
estava um pouco sem assunto, resolvi ir aos blogs procurar algo interessante
sobre a Quarta-Feira de Cinzas, e encontrei, no Blog da CIT, este texto da
Lucinha Peixoto (aqui),
minha amiga, que se encontra em exílio voluntário e resolvi publicá-lo, ao
invés de investir nos aspectos que ele traz de incentivo à escrita. Ela,
inclusive, fala de um texto que escrevi aqui, que nem mais lembrava. Se
quiserem lê-lo é só clicar aqui,
e, tenho certeza, pelo menos os de minha geração, reviverão alguma coisa da
nossa Bom Conselho.
Fiquei até com saudade da Lucinha, e esperando que ela volte
ao nosso convívio. Exílio voluntário não está mais na moda. (Zé Carlos)
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