Por Zezinho de Caetés
Ontem foi nosso dia de ação de Graça. De Graça Foster,
esclareço. Foi o dia de sua libertação do julgo palaciano. Eu não acredito que
aquela mulher, que trabalha na Petrobrás há 34 anos e que deu toda sua beleza,
se tinha alguma, por ela, seja culpada de nada. Penso ter sido ela apenas a
testa de ferro da chefe, como outros foram do chefe. Afinal, a Dilma resolveu
que irá demiti-la do cargo de presidente da empresa, não o fazendo até agora,
dizem, pela amizade que as unia, na alegria e na tristeza. Que bonitinho!
Porém, não é bonitinho para o povo brasileiro em geral e
para os acionistas da Petrobrás, em particular, os quais hoje estão mais pobres
porque acreditaram na baboseira do pré-sal e em outras que serviram apenas para
dar mais quatro anos de mandato ao PT. Estes sim, são os que o Cristovam
Buarque diz, no texto que reproduzo abaixo (Blog do Noblat – 04/02/2015),
perguntando: “Quem envenenou a Petrobrás?”,
que se movimentam pela empresa. Tudo o que ele diz pode ser verdade, mas, não
disse tudo.
Faltou ao professor fazer o seu “mea culpa” particular, por ter colaborado com o PT em sua saga para
permanecer no poder. Quantos de nós acreditamos na fisionomia de Lula com seus
nove dedos melados de petróleo? E lembram da Dilma escrevendo na camisa do
Sérgio Gabrieli? Era uma verdadeira farsa, enquanto o veneno da corrupção
corria nas veias abertas da maior empresa da América Latina (antes do veneno,
pois se continuar nas mãos de Dilma, vai chegar a 1,99 de valor).
E o estranho, para mim, que o conheci muito, é o silêncio de
Lula. Eu sei que enquanto ele não fala, está maquinando para voltar ao poder, e
aí é que está o busílis. Se nos perguntarmos hoje quem seria o alquimista que
produziu o veneno que já quase matou a Petrobrás, diríamos o que? Que foi o FHC
que acusaram de tentar privatizá-la ou o Lula que usou isto para se eleger por
quatro vezes?
Ontem eu escrevi no Mural da AGD, onde me expresso nas horas
em que não consigo me conter, porque sai mais rápido, que, se realmente formos
tentar pegar os culpados e puni-los, o problema será do governo de Brasília
para construir prisões para tantos petistas que lá chegarão. E citei o Ives
Gandra Martins, que hoje é o jurista detestado pelos petistas por ser a favor
do impeachment da Dilma (mas, era o queridinho deles quando disse que não havia
provas para condenar o Zé Dirceu no mensalão) e aqui recito-o:
“Quando, na
administração pública, o agente público permite que toda a espécie de
falcatruas sejam realizadas sob sua supervisão ou falta de supervisão,
caracteriza-se a atuação negligente e a improbidade administrativa por culpa.
Quem é pago pelo cidadão para bem gerir a coisa pública e permite seja
dilapidada por atos criminosos, é claramente negligente e deve responder por
esses atos”.
Citei-o para que vocês meditem como o veneno da Petrobrás,
além de poder levá-la à breca, pode levar para as prisões os envenenadores,
ainda com os frasquinhos escondidos nos bolsos. Fiquem com o veneno do
professor Cristovam:
“Felizmente surgiu nestes últimos dias movimentos em defesa da
Petrobras. Empresa que orgulha o Brasil e da qual o Brasil depende. Mas é
surpreendente que estes movimentos não estejam denunciando quem envenenou nossa
empresa.
A Petrobras foi envenenada por diretores corruptos aliados a empresas
corruptas. Juntos superfaturaram obras, roubaram dinheiro do País, degradaram
nossa empresa.
A Petrobras foi envenenada pelo aparelhamento partidário que escolheu
dirigentes despreparados para os cargos, selecionados apenas pela carneirinho
partidária.
A Petrobras foi envenenada pelo conluio entre os dirigentes políticos e
os diretores aparelhados que ofereceram facilidades e lucro majorado às
empresas, em troca de propinas para enriquecimento pessoal ou com o objetivo de
financiar campanhas eleitorais.
A Petrobras foi envenenada pela manipulação dos preços de seus produtos
reprimidos abaixo das necessidades financeiras, para esconder a inflação. O
governo sacrificou a Petrobras com superfaturamento de obras para obter
financiamento de campanha e rebaixamento nos preços de seus produtos para
enganar a população.
A Petrobras foi envenenada pela exigência de investimentos além de suas
possibilidades, como forma de justificar o marqueting de que o Pré-Sal salvaria
a Nação, educaria as crianças, construiria a infra-estrutura.
A Petrobras foi envenenada pela teimosia de manter dirigentes que há meses
não passam credibilidade, nem demonstram capacidade para conduzir a empresa.
A Petrobras foi envenenada pelo silêncio de muitos de seus servidores
que sabiam ou desconfiavam dos mal feitos e da má gestão mas calaram por apego
aos cargos, por partidarismo ou por medo.
A Petrobras foi envenenada também pela imprensa, mas não pelo fato de
estar divulgando as notícias e sim pela incapacidade investigativa que
descobrisse em tempo o que se passava dentro da empresa. Não fizeram com a
Petrobras o que fizeram com o mensalão. Não é por acaso que o nome mensalão foi
apelidado pela mídia e o nome Lava a Jato pela Polícia Federal, o Ministério
Público e a Justiça. A mídia apenas notícia o que dizem investigadores e
delatores premiados, ela não descobriu nada. Felizmente porém divulga o que não
foi capaz de descobrir.
A Petrobras foi envenenada pela base de apoio do governo no Congresso,
que não deixou que a CPI desnudasse em tempo o envenenamento a que ela estava
sendo submetida.
E a Petrobras está sendo envenenada agora por aqueles que silenciaram
durante todos os meses das descobertas das propinas, dos desmandos e agora
dizem defender a nossa empresa, sem identificar os envenenadores, sem denunciar
todos os responsáveis pelo crime ainda pior do que corrupção, crime de lesa
pátria cometido.”
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