A semana - 1º DE ABRIL

Por Zé Carlos

Todos devem lembrar da brincadeira do primeiro de abril. Quem é de Bom Conselho como eu e mais ou menos da minha idade lembra da crueldade que faziam na cidade como o Ze Bebinho, colando nas costas dele um papel que dizia: 1º DE ABRIL. MANDE ESTE BOBO PARA ONDE QUISER IR. Só hoje acho cruel, naquela época achava engraçado.

No filme de hoje, mostrado abaixo, eu revivi esta crueldade, proporcionada a nós por um Senador da República. Foi o nosso grande 1º ABRIL na política brasileira, mais recente, pois em nossa história já tivemos outros, e que como este não só aconteceu no primeiro de abril. Apenas foi acontecendo.

Eu confesso que gostava das posições políticas do Demóstenes Torres e de sua luta contra a falta de ética que aflige uma grande parte do mundo político. Penso também, que pessoas com uma formação como a minha, que veem a política como um mal ou um bem necessário à vida social do homem, também o admiravam de alguma forma.

E nas proximidades deste “dia da mentira”, não há como não se referir ao episódio como o dia do Pinóquio, embora eu prefira a ironia da imagem que escolhi para ilustrar esta postagem onde o Nani mostra um “Bustocídio”. Penso ser uma representação mais correta do que aconteceu. A cachoeira, cheia de caça-níqueis ilegais, passou levando o busto do Senador de roldão.

Deixo a mentira para entrar em outros aspectos do filme que apesar da aparência de 1º de abril, não são totalmente mentiras. Dilma foi à Índia visitar o Taj Mahal e, segundo alguns, levou com ela a crise, pois em sua ausência, os deputados garantiram que nossos torcedores terão direito ao seu quinhão de cerveja nos estádios durante a Copa do Mundo. Isto é, ninguém correrá o risco de levar as latinhas dentro dos sacos de pipocas e serem flagrados  pela PF e termos mais um Demóstenes descoberto. Com a viagem da presidenta reinou tanta tranquilidade que o senador Valdir Raupp (PMDB) disse: “Viu como a semana andou bem? A Dilma devia viajar a cada 15 dias. Para ficar melhor, podia levar junto a Ideli.” É verdade, em relação a Lula e a FHC, a Dilma esta viajando pouco. Talvez ai é que estejam as causas da crise.

Temos a volta de Lula, o conterrâneo do meu amigo Zezinho de Caetés, e este que me desculpe, mas ele está com uma imagem horrorosa. Veja como é a política: para tirar o Fernando Haddad dos 3%, não esperaram nem seus cabelos crescerem direito. Se não fosse por aquele bigode eu juraria que estaria vendo o Dr. Silvana. Só para aproveitar alguns neurônios acesos, este era o apelido de Fana, meu colega e de tantos outros no Ginásio São Geraldo. Eu achava que ele era pior do que o original.

Enfim, um tribunal superior aprovou a norma de que, o indivíduo para ser declarado bêbado, tem que ser através da soprada no bafômetro ou fazendo exame de sangue. Se eu fosse da família do Zé Bebinho, e penso que o Alexandre Tenório sabe do seu paradeiro, como um historiador de nossa terra, eu processaria todos os bom-conselhenses pelo apelido dado àquele bom homem e que conheci muito. Eu nunca ouvi falar que o Zé Bebinho tivesse soprado um bafômetro e nem feito exame de sangue. Então ele sempre foi um abstêmio durante toda sua vida, assim como o advogado do Demóstenes provará que ele nunca brincou numa cachoeira, pois as gravações eram todas ilegais. Seria outro 1º DE ABRIL.

Vejam abaixo o resumo do roteiro do filme, feito pela equipe da UOL e veja logo abaixo o filme, curtindo as mentiras deste glorioso dia.

“O Escuta Essa! deste sábado (31) trata da crise que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) enfrenta desde que começaram a ser divulgadas denúncias da ligação dele com o empresário Carlos Cachoeira, que está preso por envolvimento com jogos ilegais em Goiás. Além dele, são também suspeitos de envolvimento com Cachoeira os deputados Rubens Otoni (PT), Carlos Alberto Leréia (PSDB) e Sandes Júnior (PP), todos eleitos por Goiás. O programa também aborda o anúncio do ex-presidente Lula de que o tumor que ele tinha na laringe desapareceu e de que ele voltará à política; a aprovação pela Câmara dos Deputados da Lei Geral da Copa e a polêmica que aumentou em torno da Lei Seca desde que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) considerou que apenas exames do bafômetro e de sangue podem servir como provas de embriaguez.”