Por Zé Carlos
Nesta semana eu também não ri muito, ou, pelo menos como ria
antes, com o vídeo da UOL. Talvez porque cada dia que passa, no mundo político,
se torna mais difícil o riso, por melhor que seja a piada. É tanta água
descendo dos penhascos que temos medo de nos afogar.
Antes de ver o filme, enquanto eu compunha nossa página Deu nos Blogs, li sobre a inadequação
do “segredo de justiça” ao mundo
político. Eu já diria, não inadequação, mas, com os meios modernos de
comunicação, impossibilidade de fazê-lo. Não há mais segredos entre nós. E
quanto mais se tenta guardar algum, ele é o primeiro a aparecer.
Acabou-se o tempo em que “o peixe era para fundo da rede e segredo para quatro paredes”.
Hoje, o peixe é para o Ministério da Pesca e não há mais paredes que detenham a
mídia. Embora, o tal do “segredo de
justiça”, no tempo em que é efetivo causa transtornos políticos sérios. Por
exemplo, pode-se imaginar um Demóstenes sendo eleito como paladino da
moralidade? Só pelo segredo e pelo engavetamento dos processos que é uma forma
de manter segredos.
E o segredo de justiça continuará e já há até uma
sindicância do STF para verificar como foi ele quebrado, ao ponto de que se
corre o risco da CPMI não ter interesse porque tudo que poderia ser revelado já
o foi pelos sites, blogs e jornais. É segredo demais.
Outro assunto importante de que trata o filme é a polêmica
sobre o Código Florestal. Eu não tenho opinião formada sobre o caso, mas, penso
que, lá de cima do muro, eu vejo pessoas necessitando comer hoje e no futuro e
que ambos os lados tem alguma razão em seus argumentos. O que penso é que não
podemos devastar com a desculpa que temos que comer nem preservar com a
desculpas que nossos filhos têm que comer, sem observar e alertar a comunidade
mundial de que o problema passa pelo que os outros fizeram com seus países, e
não é um questão só brasileira, embora, o que acontece aqui temos que cuidar
aqui, sem radicalismos. Neste caso não ri nada.
Do que mais ri escolhi uma foto que ilustra esta matéria. Lula
e Dilma de óculos escuros, para verem um filme em 3D. Eu ainda me lembro de
minha primeira sessão de cinema 3D. Todos estão pensando que me referirei ao
Titanic (que agora há também uma versão em 3D), mas, eu me refiro ao Cine Rex
lá em Bom Conselho, onde fui munido de um óculos que tinha um olho azul e outro
vermelho. Naquela época Bom Conselho era vanguarda em cinema.
Hoje vejo Lula e Dilma, presidentes da república, risonhos e
com os seus óculos modernos para a sétima arte que salta da tela. Pelo jeito
todos se divertiram a valer. O que espero de verdade é que nas eleições nos
forneçam deste tipo de óculos escuros para fazer saltar aos nossos olhos a verdadeira
realidade do nosso país, e que, sem segredos, possamos escolher os melhores.
Vi também a questão das cotas raciais. E quando penso no
caso, eu fico pensando o que eu sou, se tivesse hoje de preencher um formulário
para entrar nas universidades. Eu poderia me considerar pardo, negro, índio, e
talvez até branco, sem medo de estar cometendo uma “demosteníase”, mesmo que
depois fosse pego por um grampo da polícia federal dizendo que meu pai era
japonês.
É o nosso país. Eu ri quando vi a Hilary Clinton dizendo que
quando era pequena queria ser astronauta, ao comparar com os desejos de nossa
presidenta de ser bailarina e bombeiro. Eu adoraria saber o que a Lucinha
Peixoto gostaria de ter sido quando menina, lá em Bom Conselho. Eu só sei que
eu queria ser bodegueiro. Era a única coisa que restava para mim.
Mas, já escrevi demais. Fiquem com o resumo do roteiro do
filme da UOL e o vejam em seguida. Vale a pena.
“Nesta semana, as
atenções se voltaram para a criação da CPI do Cachoeira, que vai investigar as
relações entre o empresário Carlos Cachoeira e políticos. Além disso, a
presidente Dilma sofreu uma derrota na Câmara de Deputados. A versão do Código
Florestal aprovada tem alterações se comparada com a que passou pelo Senado,
que era a de preferência da presidente. Mas a semana também teve direito a
cinema: o ex-fotógrafo oficial de Lula, Ricardo Stuckert lançou o documentário
em 3D “Pela primeira vez”, que mostra a posse de Dilma. A presidente acompanhou
a estreia ao lado de Lula.”
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