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quarta-feira, 11 de abril de 2012

SINAIS DOS TEMPOS




Por Gildo Póvoas

As estatísticas apontam e confirmam: Os negócios comerciais que mais prosperaram  nas últimas pesquisas foram: Farmácias, Drogarias e Pet Shop.

Curiosas estas duas vertentes, tão longes nas suas especificações, mas tão perto nas suas conexões lógicas.

O aumento dos pontos de vendas de remédios tem a sua razão no aumento desenfreado do estresse diário, das doenças, ditas modernas, mas antigas nas suas sintomatologias. Cada vez mais o homem moderno está sujeito ao revés do seu ambiente. À medida que o mesmo moderniza-se se afasta da sua raiz e em se afastando da sua raiz fica à deriva, entregue a própria sorte e sujeito a intempéries. A cada dia cresce o número de empresas preocupadas com a sustentabilidade do planeta. Isso é procurar devolver ao Homem à consciência do bem viver, seja com o seu meio ou com o seu igual.

As doenças que se acreditava erradicadas, estão ressurgindo. À medida que se destrói o meio ambiente aumenta o desequilíbrio na relação homem/natureza. E sem este equilíbrio não há resistência humana às constantes mudanças de clima, instabilidades e porque não dizer lesão à natureza? E a natureza é pródiga em devolver estas agressões. Só basta olhar as grandes catástrofes que estamos vivendo. Assim adoece-se mais, e novos pontos de vendas para remédios e drogas tornam-se necessários. E remédios só remediam. A cura é mais profunda. Exige postura de consciência e isso as farmácias não vendem.

E os aumentos dos Pets Shops? Por que?

As pessoas estão cuidando mais dos seus animais de estimação?

A meu ver houve um aumento significativo de pessoas que adquiriram animais domésticos nos últimos tempos. Feiras de adoção de filhotes, tanto cães como gatos, estão mais frequentes. Sinais do tempo? Sim!!!

Em uma análise mais superficial as pessoas estão preferindo cada vez mais a companhia dos animais a outras pessoas. O número é crescente: Animais domésticos estão se inserindo na vida das pessoas, principalmente nas grandes cidades. Que pode estar a acontecer?

A decepção com o ser humano é crescente. Basta ver os noticiários na TV, ler os jornais diários. Será que estamos caminhando para um descrédito do Homem como ser ético/moral? Será que os valores humanos estão relegados ao segundo plano? Será que a confiança, lealdade, solidariedade estão ficando insustentáveis? Tem horas que parece que sim. Tem horas que precisamos desfocar a nossa atenção para tantas coisas tristes que o ser Homem é capaz.  Falta de amor, falta de compreensão, preconceitos, desigualdade tudo isso consome e desgasta. Daí o número crescente de pessoas que excluem o seu igual e partem para adoção de um animal doméstico. Uma grande mudança se opera na pessoa que ama e cuida, seja para o seu igual ou o seu animal. Grandes cidades como Paris, Londres, Buenos Aires, e aqui no Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo é visível o aumento de pessoas passeando nas praças e parques com os seus bichinhos de estimação. Já vi gente com inscrição em camiseta: ”Cada vez que conheço os Homens, mais gosto do meu animal de estimação. Não me pergunte porque”.

Até já existe uma nova profissão em voga: passeador de cães. Pessoas que se dedicam a passear com o seu cão, diariamente, durante uma hora ou mais, de acordo com o contrato firmado. E não é fácil conseguir um horário disponível com este pessoal. Muitos já têm a sua “carteira de clientes” fechada. Tudo isso sinal dos tempos modernos.

Muitos são os motivos que levam as pessoas a adotarem um animal doméstico, entre outros motivos a doação de amor é recompensada sem traições, sem culpas ou cobranças. O animal doméstico não cobra, ele confia plenamente em seu dono. Sabe, no seu instinto, que é amado e em si retribui este amor em constante companhia, principalmente o cão, daí dizer-se no popular “ser o melhor amigo do homem”.

O animal doméstico é guarda, é sinal, é amor incondicional, é prazer no cuidar. Daí que é aconselhado por muitos terapeutas uma maior interação do homem com o animal, seja ele cavalo, golfinhos, cão ou gato.

Que mistério este reino encerra em sua mudez? Em sua forma de olhar e perceber o mundo? Um mistério que a natureza nos deu para podermos entendermos a nós mesmos? Uma nova forma de comunicação que temos de descobrir com os nossos iguais?

Perguntas e perguntas que por enquanto sem respostas. Sem estatísticas! Mas de uma coisa é certa: as pessoas estão se redescobrindo em si mesmas amando os seus animais domésticos.

E em um futuro próximo, quem sabe poderemos ver o crescimento de farmácias e drogarias, por este mundo afora, se reduzindo e que as pessoas não precisem mais dos remédios para se remediar, pois descobriram que o remédio para o seu mal sempre esteve dentro de si.

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