Em manutenção!!!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O BUSCADOR




Por Gildo Póvoas

Acho que todos já se perguntaram alguma vez. Quem sou eu?

Temos que ressoar com esta pergunta.

Ela tem de vibrar em você, pulsar em seu sangue, em suas células. Tem de se tornar um ponto de interrogação na sua própria alma.

É esta pergunta que nos mantém vivos. É este ponto de interrogação que nos projeta vida a fora. No dia que tivermos a resposta, a vida perderá o sentido de ser.

Viver não é fácil. E viver não é ficar na busca de respostas, pois as respostas por vezes só nos consolam temporariamente. A pergunta é quem tem que ficar. À medida que vamos perguntando vamos aprofundando em nós mesmos. Um buscador tem de estar alerta para as respostas prontas. Elas estão disponíveis; de todos os lados elas estão sendo apresentadas a cada um de nós. Na verdade a nossa mente já foi condicionada. As respostas já foram dadas antes mesmo de formularmos a pergunta. Viver não é fácil. Sabemos disso. E a grande prova é que já entramos na vida chorando. A dor do nascer é reconfortada pelo carinho da aceitação. Dilatar os pulmões para o primeiro choro é para o bebê, o primeiro esforço empreendido na sua afirmação na vida. À medida que vai crescendo vai se tornando consciente do mundo a sua volta. Amadurecendo aos poucos, e já começando a contagem regressiva do viver.

Não avançamos na vida; cada dia avançamos em direção à morte. Só que não pensamos sobre isso. Ninguém pensa! Mas é a única certeza que a vida nos traz. É a única pergunta que já trazemos como resposta.

As outras perguntas continuamos a fazer. Não podemos parar de fazer perguntas. É a nossa mente. Quando não mais existir perguntas, é claro, não haverá mente. A mente é o questionar. Quando não há questionamento, a mente também desapareceu. É a pergunta que impulsiona o nosso crescimento. E crescer implica em se emaranhar nas redes. Rede familiar, rede social, rede profissional. Está inserido neste contexto por vezes não é reconfortante, porque buscamos o ideal; e o ideal não existe. Está no nosso mental. Tudo é o que é.

Buscamos o poder. E nada deixa uma pessoa mais consciente da impotência do que o poder. Nada deixa uma pessoa mais consciente da sua pobreza interior do que a riqueza- por causa do contraste. Você pode observar que há riqueza fora, mas no interior é um mendigo, ainda desejando,pedindo, ansiando e por vezes furtando. O nosso país está cheio de mendigos. Mendigos de ética, de moral, de lealdade, de solidariedade, mas ricos de bens materiais, de ganância, de falta de escrúpulos.

Thomas Carlyle, pensador e filósofo, uma vez afirmou:” O infortúnio do homem tem origem na sua grandeza. Porque há algo infinito nele e ele não pode ser bem sucedido se enterrando completamente no finito.”

Essa é a busca. A busca do ser humano em se tornar a sua verdade. Nada menos que isso irá jamais satisfazê-lo. Daí a pergunta: Quem Sou Eu?

Nenhum comentário:

Postar um comentário