“A esquerda em riste
Por Denis Lerrer Rosenfield
A histeria anti-Bolsonaro,
conduzida pela esquerda e por setores da classe média politicamente correta,
está chegando ao paroxismo. Aumenta na proporção em que o candidato avança nas
pesquisas, sendo um sério pretendente a ocupar a cadeira de presidente da
República. Quem apostava que a bolha iria estourar está alarmado com seu
tamanho e resistência. Os nostálgicos da polarização PT x PSDB literalmente não
sabem o que fazer. É toda uma maneira de pensar e agir que está sendo
questionada.
A qualificação de extrema direita
está sendo de grande comodidade para todos os que continuam presos a seus
velhos esquemas de pensamento. É como se Jair Bolsonaro fosse uma espécie de
personificação do mal, que deveria ser extinta graças às boas intenções dos que
se apresentam como “democratas”, seja lá o que esse termo signifique para boa
parte deles. Alguns, açodados, já pensam numa aliança entre PSDB e PT para
conjurar esse perigo. Ou seja, entre os social-democratas e os que levaram o
Brasil ao fundo do poço, num assalto aos cofres públicos. As pautas
social-democrata e social estão sendo usurpadas por aqueles que se
caracterizaram por atividades criminosas, com a anuência de tucanos de boa
consciência.
Há uma manobra diversionista em
curso. O problema do Brasil seria Bolsonaro, e não o PT, com seu legado de PIB
negativo, inflação em alta, juros estratosféricos, desemprego exorbitante,
apropriação “privada-partidária” de empresas estatais e corrupção generalizada.
Seriam esses, então, os “democratas” que procuram evitar a volta da “extrema
direita”! “Democratas”, aliás, que não cessam de defender o “socialismo do
século 21” de Chávez e Maduro, que conduziu a Venezuela a uma crise sem
precedentes, caracterizada por sua essência criminosa e liberticida. São eles
que se colocam na posição de dar lições aos demais. Santa paciência com tanta
impostura!
Acrescente-se que são eles mesmos
que sempre atacaram e atacam o processo reformista conduzido pelo presidente
Michel Temer, como se estivessem lutando contra a “herança maldita” do atual
governo, quando este nada mais fez do que resgatar o País da verdadeira herança
maldita petista. De um lado, seria o governo Temer e, de outro, a candidatura
Bolsonaro, como se eles fossem no presente e numa espécie de futuro antecipado
os culpados pela crise atual. Trata-se de evidente transferência de
responsabilidades, com o intento de encobrir o que foram os governos petistas.
Bolsonaro tem sido criticado por
desconhecer economia. Seja dito a seu favor que ele reconhece esse fato e
antecipou sua escolha do futuro ministro da Fazenda, o respeitado economista
liberal Paulo Guedes, em eventual governo dele. É honesto em reconhecer a sua
limitação. Desonestos são os que dizem conhecer economia. Haddad/Lula e Ciro
Gomes não cessam de defender as patranhas econômicas que levaram o País ao
desastre. Pretendem simplesmente repetir uma experiência fracassada. Aliás,
Dilma é economista!
O mais bem-sucedido programa
econômico da História recente do País é o Plano Real. Foi concebido e
implementado pelo ex-presidente Itamar Franco, que desconhecia economia.
Escolheu um ministro da Fazenda, Fernando Henrique, que tampouco conhecia
economia. Teve, porém, o bom senso de escolher uma equipe econômica competente.
Quando se tornou presidente, teve de abandonar suas convicções de esquerda ao
escolher um ministro da Fazenda liberal, Pedro Malan, e depois de várias
hesitações na política monetária terminou por optar por um economista liberal
da mais alta reputação, Armínio Fraga, para o Banco Central. O desconhecimento
de economia produziu belos resultados econômicos!
A questão dos valores também tem
entrado em pauta na disputa eleitoral. Novamente a qualificação de extrema
direita imputada a Bolsonaro procura tomar o lugar de uma discussão séria.
Assinale-se, preliminarmente, que o candidato é produto do politicamente
correto, contra o qual ele e boa parte da sociedade brasileira se insurgem. Não
teria ele se tornado o fenômeno que é, não tivesse a esquerda procurado impor
goela baixo suas concepções.
Tome-se o caso do direito à
legítima defesa. Os pregadores - sim, no sentido religioso - do Estatuto do
Desarmamento é que são os autoritários. Em consulta popular a sociedade
brasileira tomou posição a favor do direito de autodefesa via posse de armas. E
o que foi feito depois? Implementou-se por medidas administrativas uma política
que contrariou frontalmente a vontade popular. Quem é, então, autoritário?
A população brasileira está
indefesa. Os defensores do desarmamento continuam triturando as estatísticas,
pois seu fracasso é evidente. Pedem mais do mesmo, quando não há nenhum
resultado. A situação só piora no que respeita à segurança dos cidadãos. E o
Estado não é capaz de defender seus membros, sendo direito deles defender a
própria vida, os seus e seu patrimônio. Bandidos não precisam de armas
compradas em loja e não seguem o tal do “estatuto”! Aliás, são seus aliados!
O politicamente correto
desconhece limites. Nega ao cidadão um direito básico. Imaginem um produtor
rural ou uma pessoa qualquer na zona rural. O que faz ao ser assaltado?
Telefona para a Polícia Militar? Qual seria a provável resposta? “O senhor, ou
a senhora, mora muito longe, é perigoso nos irmos aí pela noite, além de levar
muito tempo! Amanhã tomaremos providências, assim que tivermos uma equipe para
deslocamento”. A pessoa e a sua família estariam completamente abandonadas.
Claro que muitos que defendem o dito desarmamento vivem em condomínios urbanos,
com câmeras de segurança, guardas e até utilizam carros blindados.
Há questões de valores e
princípios que estão sendo desconsiderados nesta histérica cruzada contra a
extrema direita. Trata-se, simplesmente, de uma manobra diversionista!
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