Por Zezinho de Caetés
Digam-me, mesmo, o que eu poderia escrever hoje. O óbvio, é
claro, é escrever sobre ontem, pois hoje é sexta-feira 13, que apesar de ser
Dia de N. S. de Fátima, não devemos brincar com a sorte. E aqui estou eu outra
vez, aproveitando novamente o Ricardo Noblat, em texto que transcrevo lá em
baixo (“Temer resgata a liturgia do
poder”), e fazendo este introito com o que vi e ouvi ontem.
Como todos já sabem a ex-presidenta já se internou no
Alvorada e promete comer às minhas custas ainda durante 180 dias. Juntando com
o que o Cunha vai ganhar como também ex-presidente, e juntando o dinheirinho,
já daria para pagar minha aposentadoria. E a Dilma vai além.
No discurso lido dentro do Palácio do Planalto ela deixou
claro que já houve golpe e que vai ter luta. E o que se viu realmente é que não
houve golpe e não vai ter luta. E, sem querer descer a rampa para não correr o
risco de tropeçar, ela saiu de “ladinho”
e foi ao encontro daquela “multidão”
de uns poucos gatos pingados para falar de improviso. O número de pessoas que
lá estava, prova que a mortadela está em fase final de estoque, e dizem que o
Temer já mandou fechar o depósito.
E aí, diante daquela “multidão”,
ainda com o cheiro de mortadela no ar, ela nos fez sofrer durante quase meia
hora, com um discurso que nem o JN teve coragem de exibir para não pegar mal
junto aos estrangeiros que assistiriam. Foi um verdadeiro horror.
E o Lula, meu conterrâneo, confesso, tive peninha dele.
Primeiro se recusou a entrar no Palácio do Planalto, depois de chorar no ombro
da ex-presidenta que se dizia inocenta. Depois, dizem, queria ir embora por não
aguentar mais aquele espetáculo lastimável de decepção pela perda das boquinhas
dos que lá apareceram. Vocês viram o semblante do Mercadante? Pois provém da
certeza de que agora vai descer para o Sérgio Moro.
No entanto, o que merece destaque foi o comportamento do
Lula que não queria de forma nenhuma ir para o palanque armado para Dilma, mas,
foi instado pelo seu “sacatrapa”
Jaques Wagner, a lá comparecer como papagaio de pirata. E como sofreu o papagaio!
Coitado. Eu temi pela sua saúde. O homem
suava mais do que garrafa de cerveja gelada. Todos viram que ele estava lá
contra a vontade. Como o Sérgio Moro é cruel!
Ainda bem que a manhã de ontem passou, e, pelo que sei, não
morreu ninguém, embora tenha chegado perto: Morrer de vergonha do que fizeram
ao Brasil. E ainda tentam se aproveitar com o grito de: “Dilma, guerreira, da pátria brasileira!”. Mudou a rima mas não foi
uma solução. Só faltou chamar a ex-presidenta de Raimunda. Ah! que coisa
ridícula!
E à tarde, apareceu o Temer dando posse ao seu ministério,
que já estão chamando de “pernambuquério”
devido ao grande número de pernambucanos nele, e trazendo de volta um
presidente que sabe falar português e tem um raciocínio lógico. Brevemente, se
Deus quiser, esqueceremos o Dilmês e o Lulês, e espero, que para sempre.
Fiquem com o Noblat que tem melhores detalhes do dia de ontem
o qual mostra que não houve golpe e não haverá luta. Teremos apenas um Brasil
melhor. Vade retro!
“O Palácio do Planalto, ontem, viveu dois tempos bem diferentes. Um
pela manhã quando a presidente Dilma ainda exercia o cargo até ser comunicada
oficialmente sobre seu afastamento para ser processada pelo Senado. O segundo
no final da tarde quando o presidente Michel Temer deu posse aos novos
ministros.
Dilma estava de mau humor – Temer, feliz. Dilma estava apressada –
Temer sem pressa alguma. Dilma tentava disfarçar seu constrangimento – Temer
demonstrava sentir-se à vontade.
Ao discursar, Dilma posou de vítima de um golpe, criticou Temer e
afirmou que ele acabaria com os programas sociais. Temer manifestou seu
respeito por Dilma e garantiu que os programas sociais serão preservados.
A plateia de Dilma era de ex-ministros abatidos e de representantes de movimentos
sociais inconformados com o que assistiam. A de Temer, de ministros
sorridentes, dispostos a aplaudi-lo, e de políticos dos onze partidos que se
dispõem a apoiá-lo. Parte deles jamais pôs os pés ali nos últimos 14 anos.
O que Dilma mais queria era sair logo. Havia retirado previamente seus
objetos pessoais e documentos. Os retratos dela nas paredes do palácio
começaram a ser retirados à noite. Temer queria ficar. E certamente teria
ficado durante mais tempo se não tivesse outro compromisso.
Os dois haviam sido convidados para a posse do ministro Gilmar Mendes
na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dilma não foi, e nada mais
natural que não tivesse ido. Temer foi. E a cerimônia de posse de Gilmar acabou
transformando-se de fato na cerimônia de posse de Temer na presidência da
República.
Toda a liturgia do poder foi respeitada ao longo da cerimônia. Temer
sentou-se à esquerda do ministro Dias Tóffoli, que transferiria a presidência
do TSE a Gilmar.
Tóffoli saudou, primeiro, as demais autoridades, todas elas em trajes
formais. Deixou para saudar Temer por último, e ao fazê-lo, chamou-o de
professor, lembrou que fora seu aluno na Faculdade de Direito do Largo de São
Francisco, em São Paulo, e destacou que ele era o novo presidente da República
legitimado pelos votos que o elegeram e a Dilma.
Em seguida, Tóffoli pediu que todos se pusessem de pé para ouvir a
banda da Marinha tocar a versão completa do Hino Nacional. Após a execução do
hino, Gilmar assinou o termo de posse e discursou já na condição de presidente
do tribunal.
Sustentou que o modelo político eleitoral brasileiro está esgotado, e
que “não é produtivo nem atuável, com a criação em série de partidos políticos
e de coligações ilegítimas vinculadas e dirigidas não por afinidade
programática”.
Segundo ele, “esses conchavos, antes de assegurar apoio a qualquer dos
atores políticos, corroem a legitimidade e a representatividade popular.
Estimulam crimes como a corrupção desenfreada, a falsidade ideológica, a
lavagem de dinheiro e a formação de quadrilhas”. E bateu duro naqueles que por
desatino “patrocinaram o desconcerto atual”.
Manda o protocolo que os participantes de uma solenidade onde o
presidente da República esteja presente só saiam depois que ele for embora. O
protocolo foi respeitado.
Gilmar Mendes, ao assumir o TSE, saudou a “solidez da democracia
brasileira”, afirmando que "soubemos resistir bravamente a esse imenso e
revolto mar de desmandos, valendo-nos apenas de ferramentas legais".
Em seu discurso, ele dissecou a podridão petista:
"Esses conchavos, longe de assegurar apoio ou sobrevivência
política, corroem a legitimidade da representatividade popular, estimulam
abertamente crimes como a corrupção desenfreada - inclusive como modo de
governança -, a falsidade ideológica, a lavagem de dinheiro e a formação de
quadrilha, entre outros tantos delitos, ademais de satanizar desbragadamente a
atividade política".”
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