Por Zé Carlos
E, graças a Deus, alcançamos mais uma semana neste imenso
Brasil, onde a política nos proporciona um grande estoque do nosso melhor
remédio: o riso. Como prevíamos já começo alegre por poder contar agora em
tempo integral nesta coluna da nossa musa, a Dilma, que, a pedido dos meus
parcos leitores aos seus senadores, fizeram com que a mandassem para um
descanso lá no Alvorada, de até 180 dias. E agora, já temos outro colaborador em
nossa folha de pagamentos que é o Temer, nosso presidente em exercício, que por
economia processual chamarei de presidente apenas, com o cuidado de não
confundi-lo com a “presidenta”,
porque um dos seus primeiros atos foi proibir este termo estranho na correspondência
oficial. E aqui vou eu “caminhando e
cantando” e, espero, os meus leitores, rindo.
E, para começar, que tal mostrar uma palhaçada homérica e
hilariante de quem ninguém esperava. O Waldir Maranhão, um deputado lá do mesmo
Estado, tendo assumido a presidência da Câmara Federal, pela defenestração do
Eduardo Já Vai Tarde Cunha, resolveu se vestir de palhaço (dizem que só para
aparecer aqui na coluna) e com o bigodinho a la Chaplin oficiou o Senado de que
o processo de impeachment da Dilma era nulo. Imaginem minha preocupação e dos
meus leitores, além dos senadores, que fingiam querer ver a Dilma pelas costas,
se ela não viesse aqui para coluna em tempo integral! Seria o caos para a
coluna e para o Brasil que passaria a ser um país triste. Ou seja, seria um
verdadeiro cataclismo. Mas, aí entrou o Renan, presidente do Senado que, apesar
de contribuir muito com o humor brasileiro por ser o recordista de processos
não julgados no Brasil (dizem que só quem o supera neste ponto é o Fernandinho
Beira-Mar, mas, sendo da iniciativa privada não conta, pelo menos até agora,
porque a Lava Jato ainda não descobriu se houve uso de verbas públicas na
compra do produto que ele vende), e fingiu que não sabia ler e jogou o ofício
do Waldir Maranhão na lata do lixo.
No entanto, mesmo reconhecendo a capacidade humorística do
Maranhão, o deputado trocista, pois ele, quando viu que o ofício dele foi para
o lixo, ele, logo no outro dia, desistiu da ideia. A maior gargalhada do país
em relação ao episódio, veio quando a população viu um vídeo, no qual o nosso
já famoso “Quinteto Abilolado”, ou
pelo menos uma parte dele, andava pela rua, rindo às bandeiras despregadas,
pela anulação do impeachment pelo deputado, e sem saber que ele tinha desistido.
Foram a Gleisi Hoffman que agora vai ter que devolver 2 milhões de reais aos
cofres públicos por ter usado dinheiro sujo na campanha, o Lindberg Farias que
não sei o que é que vai fazer agora com os seus 2 dedinhos, e a Vanessa
Graidiotin, que ontem vi reclamando na TV do que estão dizendo dela: “Não se elege mais nem para vereadora de
Manaus”, e mais alguns outros do PT, a cantar pela ruas de Brasília: “Não
vai ter golpe, vai ter luta!”. Em respeito aos meus leitores, eu reproduzo o
vídeo lá embaixo, mas, aviso, só o vejam no final pois poderão morrer antes de
terminar o texto, de tanto rir.
E o melhor de tudo para esta coluna, é que, num dos seus
inúmeros shows de humor no Palácio do Planalto, antes da população saber do
gesto hilário do Waldir Maranhão, a Dilma nossa musa, já sabia, e levou a plateia
ao delírio dizendo que até que enfim, encontrou um humorista à sua altura,
embora, não soubesse de nada. Como “camelô
na conversa vende algodão por veludo, porque neste mundo tem bobo prá tudo”,
o distinto público foi às lágrimas de tanto rir. E ela, a Dilma, nossa musa
impávida e bela contava a piada das “manhas
e artimanhas” da política. Quando ela disse: “Como vocês todos já sabem, pelos celulares, que todo mundo tem aqui,
que o recurso foi aceitado e portanto o processo está suspenso...”, a
plateia ria tanto que ela teve que dar uma pausa no show para não ser preciso
chamar o SAMU. É uma pândega, e formará agora uma grande dupla com o deputado
trocista, em seus shows a partir do Alvorada, que pelo jeito continuarão tão
bons como sempre.
Como já disse, o deputado trocista voltou atrás e anulou sua
própria anulação. Parecia brincadeira, como disse o Renan que ele estava
querendo “fazer brincadeira com a
Democracia”. Não! Foi apenas mais uma tentativa de entrar permanentemente
nesta coluna de humor semanal. Vejam como já estamos penetrantes no meio.
Quando houve a desistência do deputado, entrou o JECa, sim, o Advogado Geral da
União, intimamente, dizendo que é melhor humorista do que todos, e mandou ao
STF um mandado de segurança pedindo a mesma coisa que o deputado trocista
queria. Aí veio o ministro Teori Zavascki, que agora compete com o Lewandowski
e com o Marcos Aurélio para ver quem faz mais graça para entrar na trupe de
Dilma e tirou o nariz vermelho do JECa dizendo que palhaçada tem limite. Deve
ter pensado intimamente: “Vamos fazer
graça, mas, a palhaçada tem que ser constitucional!”. O Lewandowski ficou
triste mas já aceitou que no processo de impeachment em sua segunda fase pode
até fazer graça, mas, dentro dos princípios de hilariância constitucional. E já
aviso aos nossos leitores que o humor desta coluna é constitucionalíssimo, e só
matamos de rir constitucionalissimamente.
E, por falar em impeachment, vamos agora adentrar no
assunto, e espero que os meus parcos leitores, sobrevivam para ver o filme e
outros assuntos relacionados nesta semana, que de tanto nos fazer rir deveriam
sofrer também o impeachment.
Seria impossível não mencionar aqui, nesta semana histórica,
o show de humor que a nossa musa e principal colaboradora por tantos anos, a
Dilma, deu ao sair do Palácio do Planalto. Primeiro, evitou descer a rampa,
provavelmente, lembrando do Vampeta, ou talvez, desconfiando do Lula que sempre
foi um seu concorrente em suas atividades. E chamo a atenção dos leitores que o
Lula entrou mudo e saiu calado. Pelo seu aspecto, não se sabe se porque não
quis mesmo dizer nada ou não pôde devido a um processo de insolação, ou ainda, porque passou a ser conhecido agora, depois de sua exoneração do ministério, como o "Ministro Porcina", aquele que foi sem nunca ter sido. Dava até dó! Mas, a
Dilma, naquele sol escaldante, onde rescindia o cheiro forte de mortadela
passada, brilhou, talvez, pela última vez num show externo contando as
tradicionais piadas que levaram o Brasil a rir por tanto tempo: “Sou mais honesta do que a mulher de César!”,
“O Eduardo Cunha quis fazer chantagem comigo e eu não aceitei, porque ele não
havia aceitado a minha antes!”, “Só fizeram isto comigo porque sou mulher e não
sou tão bonita quanto a Marcela Temer!”, “Agora minha vida vai ser andar por
este país, prá ver se um dia me sinto feliz!” e muitas outras que levavam os
ouvintes ao delírio hilariante, até quando, ela pediu permissão para contar
pela última vez a sua grande piada: “Não
vai ter golpe!”. Foi um alarido.
Daí para frente, naquele dia 12 de maio, o Temer, nosso novo
colaborador, se apossou do cargo, e, dizem, que pressa para fazer isto foi
evitar a sexta-feira 13 que viria a seguir, e em cuja solenidade, havia tanta
gente que, com o abafado ele se engasgou e foi preciso tomar uma, para se
acalmar. Calma, meus leitores, não foi uma caninha 51, não estou falando do
Lula, e sim uma pílula que a Marcela sempre deixa com os assessores para que ele
sempre chegue em casa bem alegre. E pela primeira vez, em 13 anos, ouvimos um
presidente falar português de forma correta. A sisudez da plateia mostrava apenas
que ela estava tão habituada a ouvir a Dilma e o Lula contarem piadas naqueles
seus portuguêses ruins, que custaram a entender. E se ouviu a primeira risada quando,
ao falarem todos os nomes do ministério do Temer, não havia nenhuma mulher entre
eles. Algumas delas, presentes, não esconderam a decepção e mudaram o semblante
quando o Temer disse que isto era apenas passageiro, pois agora a melhor coisa
era que ele estava se livrando de uma, e não poderia arriscar. Quanto a não
existência de negros, índios, homossexuais e outras minorias, ele foi
ovacionado quando disse que o Joaquim Barbosa, o Cacique Raoni e o Jean Willys
seriam contemplados no futuro, se eles quisessem, é claro. Quanto as mulheres,
ainda nesta semana, logo depois de juntar os Ministérios de Educação e Cultura,
ele, logo no outro dia, igual ao Waldir Maranhão, já os desjuntou para colocar, no da Cultura, a uma mulher.
Espero que seja a Dilma, mas, cuidado, senão ele vai ser chamado de presidente
trocista.
Desculpem por estar me alongando demais, quando nem sei se
ainda existe algum leitor vivo até aqui, mas, a semana merece. Diante de tantas
coisas importantes, os senadores ainda tiveram tempo de cassar o mandato de
Delcídio do Amaral. O caso é citado aqui porque, ao sair de uma das comissões,
o senador disse, para alegria dos repórteres, que não agiu sozinho quando
tentou facilitar a fuga do latavajatense,
que é como deve se chamar alguém que está junto do Sérgio Moro, e sim a mando
(vejam que disse “a mando” e não amando) de Lula e Dilma. Ou seja, ainda
teremos muitas piadas sobre este tema reverberando aqui na coluna.
Bem, estamos terminando, porque não quero tratar de piadas
internacionais e de humoristas estrangeiros como o Maduro, Morales e outros
chefes de Estados que agora repetem a mesma piada de Dilma, dizendo que o
impeachment é golpe, e que não reconhecem o governo de Temer. Ainda bem que o
Temer colocou o Zé Serra para lidar com este povo, e a coluna espera que ele
diga aos bolivarianos que eles não reconhecerem o governo é um elogia. E agora, terminando mesmo, o que mais se
pergunta no Brasil é que produto o novo Ministro da Justiça usa para polir a
cabeça. Se juntar ele e o Zé Serra numa entrevista de TV não precisa nem de iluminação.
Agora é fim mesmo, e fiquem com o filme performático de pessoas
que sempre estarão nesta coluna semanal. Tenham uma boa semana! E já digo que,
também, promete!
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