Por Zé Carlos (*)
E aqui lá vou eu. Não sei nem se, da semana passada para cá,
ainda tenho leitores. Chegou a mim a informação que um está internado com um “choque de riso”, no Hospital de Bom
Conselho, e outro foi levado direto para a Tamarineira, com aquele ar abilolado
pelo ataque de riso, e que os médicos reputam com um caso grave. Então já
aviso, que se não tiver bons bofes para aguentar o repuxo hilariante, não
continue a ler.
Na semana que passou, o eco da culpa do FHC por tudo de ruim
que se fez neste país ainda leva ao riso, episódio já superado pelo agora
também contratado por esta coluna: O Lula. Sim, eu sei que este contrato poderá
levar a mais brigas entre nossa estrela maior, a Dilma e o novo contratado, o
seu criador o Lula. Mas, com o que ele aprontou esta semana, não foi possível
deixá-lo de fora desta coluna, “nem que a
vaca tussa!”.
Imaginem, que ele subiu ao palco da ABI para criticar a
imprensa, menos o Luiz Nassif, é claro, porque este, todos sabem, recebe “propina legal”, e é fora de qualquer
suspeita, e, como sempre, ele, o Lula, criticou “eles”. Enquanto a plateia delirava com os trejeitos semelhantes ao
do Costinha, ele convocava o “exército do
Stédile” para a luta contra “eles”.
O único problema de Lula é dizer quem são “eles”.
Seria quem só se hospeda no Copacabana Palace? Seria quem só anda de jatinho de
empresários? Será que seria quem só veste ternos do Armani? Será quem só se
trata no Sírio-Libanês? Ou será quem hoje se mata de trabalhar para pagar
impostos e cujos ganhos não acompanham nunca a inflação, delirantemente, sobre
o controle de Dilma? Sei lá. Primeiro o “exército
de Stédile” , para não perder a guerra, precisa saber com quem vai lutar, o
que o Lula não diz “nem que a mula
manque!”.
Algum leitor cético desta coluna semanal, pode até dizer: “Não achei graça nenhuma na palestra”, e eu pergunto, então por que os presentes
riam tanto? Vejam a palestra, se puderem, e observem que eles riam até quando o
Lula não dizia nada. Será que ele soltou algum pum e eu não ouvi? Só senti
mesmo o cheiro da “obrada” como um
todo. Nunca na história deste país alguém disse tanta besteira em tão curto
espaço de tempo. E haja riso.
Mas, este não foi o tema central da semana. Teve outra
estrela brilhando no firmamento do humor político, o Joaquim Levy, que o
Zezinho chama de O Risonho. Nesta semana ele estava mais sisudo, e, talvez por
isso tenha causado mais riso. Fui economista numa época onde quem não era da
Escola de Chicago, ou um “Chicagão”,
como chamavam os “contrários”, não
sabia nadica de nada de Economia. Passei
por uma época a seguir na qual quem era um “Chigagão”
era um cagão, e não sabia nada de Economia. Hoje, já não sei mais de nada, pois
um “Chicagão” está no comando da
economia do país para desfazer as cagadas que a Dilma fez nos últimos 4 anos. E
o Levy ainda sorrir. Deve ser um leitor assíduo desta coluna e eu, nem sabia.
E Levy, o “Chicago boy” do PT, foi muito além de nossa
compreensão, quando declarou ser “grosseira”
uma coisa proposta na era Mantega (que Deus o tenha) de deixar dinheiro do
governo com as empresas para que eles empregassem mais gente e a Dilma pudesse
ser reeleita com o mito do desemprego zero. Segundo ele, tudo foi apenas uma “brincadeira”.
Na minha idade, não tive com não lembrar de Sonhos, do Peninha.
Tudo era apenas uma
brincadeira
E foi crescendo,
crescendo, me absorvendo
E de repente eu me vi
assim: completamente seu
Vi a minha força
amarrada no seu passo
Vi que sem você não
tem caminho, eu não me acho
Vi um grande amor
gritar dentro de mim
Como eu sonhei um dia
Lembram? Pois não é que a Dilma lembrou e espinafrou o Levy
dizendo que ele foi muito infeliz na escolha da canção? Eu gostei muito do
Levy, o Peninha da Dilma.
E o colega do Levy, o Tombini, que ficou como presidente do
Banco Central porque não encontraram ninguém que a aguentasse a Dilma, disse que
a inflação neste ano vai ficar fora da meta. Quer dizer, não tem jeito. O
Brasil não evoluiu nada desde o desastre da Alemanha. Poderia pelo menos
acertar na meta. Aliás, com o ajuste fiscal proposto pela Dilma (quem diria que
ela se tornaria “neoliberal” um dia?)
nas próximas Olimpíadas, alguns esportes devem ser transferidos para o Ginásio
São Geraldo, lá em Bom Conselho. Certamente, as obras no Rio de Janeiro não
ficarão prontas. Eu sugiro o Açude da Nação para competição de Remo ou Natação.
O Papacacinha seria ótimo para canoagem, isto se as muriçocas já foram
extintas.
E se vocês continuam sisudos até agora, preparem-se para
mudar de humor com a seguinte notícia. A CPI da Petrobrás foi instalada na
última quinta-feira. Já estou ouvindo o alarido de pessoas bolando no chão de
tanto rir, pensando que eu estou doido, pois todos sabem que já houve duas no
ano passado e nada foi apurado. Eu, em minha defesa, digo que os congressistas
estão dizendo que esta é para valer. Pararam de rir? É claro, pois o caso é
sério. Mas, antes de deixarem de ler a coluna porque pensam que a CPI é séria
vejam esta outra notícia: “O presidente
será o jovem deputado paraibano Hugo Mota, 25, do PMDB de Eduardo Cunha. O
relator, o ex-ministro fluminense Luiz Sérgio, do PT de Lula.” Não pensem
que eu estou brincando não. Só porque eles receberam doações de campanha das
empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, não
deveria ser um problema. Afinal de contas, a Dilma também recebeu, e até hoje
não sabe de nada. Contenham este sorriso irônico.
Muita gente anda por aí criticando a Dilma, querendo seu “impichamento” e tudo mais. O que seria
desta coluna sem ela? E até me arisco a dizer, o que seria do Brasil sem ela?
Vejam se alguma outra pessoa poderia fazer pelo Brasil mais do que a Dilma faz,
nesta crise horrorosa. Basta ouvir de sua boca que ela não tem nada a ver com
isto. Risadaria geral. Mas, ela fez mais. Como veem, ela é imprescindível ao
Brasil e a esta coluna. Bastaria contar o que ela está fazendo com os
caminhoneiros.
Mas, isto eu deixo para vocês verem no filme do UOL que
colocamos abaixo para quem ainda está vivo até aqui. Comento apenas o “engasgo” da Dilma num discurso, quando a
plateia já se manifestava, embora não ouvi bem o que dizia, mas, poderia ser “a Dilma tossiu, a Dilma tossiu...”, ela
atalhou logo, antes que esta associasse a tossida dela com a da “vaca” que ela disse que não tossia
nunca, e bradou: “Gente, eu me esgaguei
comigo mesma...”. Então não foi a vaca, gente. Graças a Deus. Eu pensei que
era o Brasil que estava engasgado com ela. Mas, deixa prá lá.
Bem, fora o show do nosso novo contratado, o Lula, dizendo
que alguém fez “caca” na Petrobrás,
para o gáudio da patuleia, o que justifica sua contratação para esta coluna
semanal, como o grande humorista que é, só nos resta dar um palavrinha sobre o juiz
que tirou uma casquinha do Porche que pertencia a Eike Batista. Se a moda pega,
o juiz Moro só vai andar de jatinho.
Agora, fiquem com o resumo do roteiro do filme e o vejam em
seguida, enquanto eu desejo a todos uma semana risonha.
“O segundo mandato não
está fácil para a presidente Dilma Rousseff (PT): aprofundamento das
investigações na Petrobras, aperto econômico e até greve de caminhoneiros. Como
seu próprio governo, a presidente engasgou nesta semana durante um discurso em
Feira de Santana (BA). Preocupado com a situação, o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva correu para participar de um ato de defesa da Petrobras e afirmou que
fizeram “caca” na estatal.
Enquanto isso, o juiz
Flávio Roberto de Souza pisou na bola e foi afastado da condução dos processos
contra o empresário Eike Batista. É que ele resolveu dar um rolê no Porsche
Cayenne de Eike que havia sido apreendido.”
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(*) Imagem ilustrativa do Jameson Pinheiro (AGD)
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