Por Zezinho de Caetés
Quando estudava Latim, uma das peças desta língua, que
servia de instrumento de aprendizagem, eram as Catilínárias de Cícero, um dos
grandes oradores romanos, e que falava mal dos seus pares e governantes, assim
como todo mundo no Brasil, de hoje. No caso era Catilina o alvo de sua
catilinária, que viveu em Roma antes de Cristo nascer, e era dado a aventuras,
como alguns de filhos de pais ricos atualmente. Só que ele era, além de senador,
também um militar. Dizem que criou até um exército ilícito, como meu
conterrâneo, o Lula, criou há pouco o “exército
do Stédile”.
O título que dei a este texto é a primeira oração das tão
famosas Catilinárias e é muito conhecida, podendo ser traduzida como: “Até quando, Catilina, abusarás da nossa
paciência?”. Como deve ter sido notado eu substitui Catilina por Dilma
porque eu nunca vi uma pergunta tão apropriada para ser feita à nossa gerenta
presidenta, depois do seu último discurso para as brasileiras e brasileiros, na
TV, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
Eu nunca fui preconceituoso quanto ao gênero das pessoas,
mas, se eu fosse uma mulher depois daquela baboseira, eu ficaria muito irritado
e preocupado, como previu nossa governante. Nunca na história deste país,
alguém falou tanto para não dizer coisa nenhuma que pudesse ser levada a sério.
E pelo que aconteceu com a distinta plateia não só fui eu que fiquei, irritado,
preocupado e triste, por ver a estreia das mulheres na presidência acabar de
forma tão vergonhosa.
Não, não era pela aparência da Dilma. Ela estava mais magra,
bem vestida e com um penteado que somando tudo, deve ter nos custado uns R$
10.000,00. O problema foram as ideias que jorravam de sua boca, e que todos nós
já conhecíamos, da campanha, na qual ela prometeu mundos e fundos e 2 meses
depois não temos nem mundos e nem fundos. Quem escreveu aquela fala, que parece
ter sido o marqueteiro João Santana, quer é vender sabonete a gambá. Não
adianta insistir, o gambá não quer ficar cheiroso, já começa a sentir ódio de
quem quer vender sabonete.
Vamos analisar um pouquinho o que nossa Dilma disse que
tanto abusou da paciência do brasileiro, que agora nem os petistas estão mais
aguentando. Foi muita mentira de uma vez só.
Vejam só um resuminho básico da cartilha na qual o Pinóquio
estudou:
“O esforço fiscal não
é um fim em si mesmo. É apenas a travessia para um tempo melhor, que vai chegar
rápido e de forma ainda mais duradoura.”
Será que alguém acredita que a Dilma consiga atravessar tão
rápido esta crise? Será em quatro anos enquanto espera o Lula, que não está a fim
de esperar?
“Não vamos trair
nossos compromissos com os trabalhadores e com a classe média, nem deixar que
desapareçam suas conquistas e seus direitos.”
Meu Deus, isto dito depois que ela mexeu na legislação ao
ponto de até os sindicalistas ficassem do contra, ao ponto do Lula não ir à
suas manifestações do dia 13, parece brincadeira, mas, eu juro, a ouvi dizer
isto.
“Não estamos tomando
estas medidas para voltarmos a ser iguais ao que já fomos. Mas, sim, para
sermos muito melhores.”
De que tempo ela está falando? Do tempo do Lula ou do FHC ou
do Collor? Ninguém sabe. Por via das dúvidas, cravem em FHC que é o fetiche do
PT.
“Durante o tempo que
elas durarem [as medidas], o país não vai parar. Ao contrário, vamos continuar
trabalhando, produzindo, investindo e melhorando.”
Se ela continuar trabalhando da forma como tem feito até
agora, este país para antes da Olimpíada do Rio de Janeiro, que está ameaçada
pela poluição na Baía de Guanabara. Será que ela vai terminar o Trem Bala? Ou,
quem sabe, trazer a competição de canoagem para o Rio São Francisco antes da
transposição, que não sai nunca?
E ela foi mais fundo ainda com a profundidade de dedal de
sua fala, dizendo:
“Vou sancionar,
amanhã, a Lei do Feminicídio que transforma em crime hediondo, o assassinato de
mulheres decorrente de violência doméstica ou de discriminação de gênero.”
Esta lei não foi iniciativa sua, como todos sabem, e sim do
Senado. Não que eu a ache uma grande coisa, mas, porque não vejo porque
discriminar a mulher dentro do código penal. Hoje, com esta lei, se tornou mais
fácil matar homens do que mulheres. Quem sabe ela agora não se sente mais
protegida? Então só resta repetir nosso título para encerrar, mas, em
português?
Até quando, Dilma,
abusarás da nossa paciência?
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