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segunda-feira, 16 de março de 2015

A semana - O "barusco", a sopa de Dilma e as manifestações pró IMPEACHMENT


Manifestação de ontem em São Paulo.


Por Zé Carlos

Esta semana foi da pesada, como se diz. Desde a aparição de uma nova moeda, o “barusco”, até as manifestações, pró e contra o governo, ambas brigando para dizer que as duas são a favor do Brasil, passamos ainda pela prisão e soltura do Cesare Battisti, aquele italiano, que matou na Itália, veio se esconder no Brasil, com a proteção de Lula, por considerá-lo não um assassino mais um “guerreiro do povo italiano”, igualzinho ao Zé Dirceu o é do povo brasileiro. Parece que hoje, no Brasil, quem é bandido é um guerreiro, ou se transforma em general de exército, como o Pedro Stédile.

Bem, por onde começamos, então? Aliás, eu já comecei na sexta-feira escrevendo sobre a nova moeda (vejam aqui, com ilustração do Jameson Pinheiro, a quem agradeço de público). Como o autoplágio não deve ser um pecado mortal eu repito um pouco do que escrevi, para que esta crônica semanal não saia incompleta para os historiadores que a usarem para escrever a história de Bom Conselho, a minha terra adorada, onde nem sei se ontem, houve ou não houve manifestações. Leiam, se não já leram, e eu volto depois com as novidades da semana.

“Pela minha impertinência em escrever sobre a semana, eu fico observando os movimentos políticos, no ato em que ocorrem. Nesta tarefa, vi um deputado pernambucano, numa entrevista falar em “barusco” como se fosse uma nova medida de valor da coisas, e pensei logo, com a boca torta que tenho de um dia ter sido economista: Será que vai começar tudo de novo? Será que o “real” já se desvalorizou tanto que vem aí uma nova moeda?

Fique aflito só em pensar na época dos famosos planos para estabilizar nossa moeda, no século passado. Foram tantas as suas denominações que nem me lembro de todas. Do “cruzeiro novo”, passando pelo o “cruzado”, foram dezenas de cifras cortadas de nossa moeda e não havia jeito. Eu chegava às aulas e tentava dar exemplos para os meus alunos sobre com se formavam os preços das coisas e tinha que usar o “dólar” como moeda, porque não sabia qual era a nossa.

Com o advento do “real”, por um longo tempo, eu tive uma moeda para dar exemplos. Mas, nos últimos tempos não sei mais como os professores de Economia estão se virando. Ontem vi uma charge, destas que rodam nas redes sociais, em que havia uma nota de 1 dólar, de um lado, o símbolo de igual no meio e do outro lada da equação a letra grega PI (π). Em princípio não entendi, e comecei a estudar a equação, e ela dizia apenas que hoje 1 dólar é igual 3,14, que era a cotação do 1 dólar em real.

Ou seja, nossa moeda já passou para o lado da caricatura. Porém, o que significa um “barusco”? Fui pesquisar e descobri que é a moeda usada nas transações de gente muito rica para evitar os zeros que só gastam tinta ao escrever as cifras em reais. Vi a cotação, pelo menos ao câmbio de ontem: 1 barusco vale 100 milhões de dólares, ou seja, 300 milhões de reais.

Hoje, nos discurso do Congresso Nacional, só se fala em receitas e despesas em “baruscos”. Já se cogita que o Banco Central emita moedas e notas em baruscos, mesmo que esteja longe o dia de elas servirão para ir à feira. Isto é, com minha boca torta de ex-economista e que viveu no Brasil, com o que a inflação promete, isto não será tão longe assim. Por isso, já estou aprendendo em avaliar as coisa em $BR (Barusco), a nova moeda brasileira.”

Uma falha grave nesse texto foi não ter citado o criador do “barusco”, pelo menos, aquele que deu base ao nome: O Pedro Barusco, funcionário da Petrobrás, que declarou na CPI da dita cuja, que “propina” era tão comum na empresa, que, até no cafezinho, o garçon levava 3% cento. E pasmem, na mesma CPI, um ex-presidente de nossa tão amada empresa, disse que era impossível se enxergar a propina pelo seu enorme tamanho. Eu não sei não. Para não serem enxergadas, as propinas, deveriam ser pequeninas, e isto não condiz com uma grande empresa. Quando o vi declarar isto, procurei os óculos em sua cara, e vi, que ele não ia ao oftalmologista por muito tempo. Simplesmente, estava cego. Aliás, parece que todo mundo ligado à Petrobrás ficou cego, por um bom período. A Dilma, nossa protagonista desta coluna semanal, também não viu nada de malfeito. Este Barusco!!!!! Só estava querendo aparecer quando disse que iria devolver 1 “barusco” que roubou da empresa. Em homenagem a esta atitude de honestidade e dedicação, foi criado o “barusco”. Pronto, está eudo explicado e vamos em frente que atrás vem o juiz Moro.

Outro assunto que rendeu muito, pelo menos no Planalto Central, foi o desejo da oposição, que agora não sabemos mais o que é, porque depende da quantidade de “baruscos” envolvidos em cada votação, derrubar uns vetos da nossa musa inspiradora, a presidente Dilma Youssef. Parece que os congressistas despertaram da letargia e agora querem mexer com o executivo de qualquer jeito. Agora que a Dilma está magra, a melhor atitude encontrada, foi oferecer a ela doces e derivados, mas, ela está reagindo bravamente. Em sua boca não entra nenhuma porcaria, mas, o que sai dela não se pode dizer que é da melhor qualidade. Por exemplo, ela disse, em uma de suas andanças (Lula a aconselhou a andar para ajudar no emagrecimento) pelo país, o seguinte, lá no Acre:

“Por que hoje? Porque era o dia que eu podia e ele podia. Eu podia, quase que eu não podia, tá?, porque eu vin…, eu vinha pra cá, mas como tem duas horas de fuso, ou seja, eu posso sair meio-dia de Brasília e chegar às 10h eu fiz a reunião com o ministro Toffoli por quê? Porque aí eu vou contar uma coisa para vocês: o ministro Toffoli e nós temos um interesse em comum que é o cadastramento e a identificação de cada um de nós com um documento.”

Ou seja, ela sai meio-dia de Brasília e chega às 10h no Acre; não é um pessoa e sim uma super-heroina, fazendo a terra parar. E agora lembrei dos meus netos. Ela só pode ser a Viúva Negra, dos Vingadores. O que ninguém sabe é que estas coisas, ela já diz, para que eu repita aqui na coluna, e os meus 8 leitores, me aperreiem para contratá-la, como já fiz com o Lula. Cada vez que ela abre a boca, o riso abunda.

Queiram ou não queiram os juízes a nossa Dilma é de fato campeã. E esta semana ela estava insuperável em sua capacidade de nos fazer rir. Semana passada, no Dia Internacional da Mulher, ela se superou com o discurso, em que tomou nosso tempo e furou as panelas de alguns pessoas com seu disco vocal emperrado. “Estamos na segunda etapa do combate à crise internacional desde a Grande Depressão de 1029....Não havia como prever que a crise internacional duraria tanto. E ainda por cima, seria acompanhada de uma grave crise climática”, disse a exuberante Dilma, com seu penteado de 1000,00 dólares. Então, eu e meus leitores já entramos na segunda-feira rindo, desde manhã e continuamos à tarde com o criador do “barusco”, na CPI.

E a semana, foi passando, passando e passando, e a presidente sofrendo, sofrendo e sofrendo, mas, nunca, para ser justo, ela deixou de pensar um minuto em meus leitores, quanto ao riso. Ela, não satisfeita com coordenação política do Mercadante, ao invés de tirá-lo, chamou o novo Ministro da Tecnologia, o comunista Aldo Rebelo, sim, aquele mesmo que defende ainda a abolição das máquinas para dar empregos, para complementá-la. Então vocês querem mais motivo de riso? O terão, por certo, quando virem o filme do UOL que reproduzimos lá embaixo, que nos traz a Dilma, cozinheira de forno e fogão, quando todo mundo pensava que ela era faxineira. E ela mesma declara, que agora “prefere fazer sopa”. Pode?

E, como sempre ocorre, o filme acaba sempre antes da semana acabar, no domingo, para o qual estavam previstas grandes manifestações pelo impeachment da Dilma. Eu tive que esperar até a manhã desta segunda para ver se tem algum motivo de riso.

E também falar da outra manifestação, da sexta-feira que pedia o “fico” da Dilma. Ambas levaram pessoas ás ruas, embora, em número delas, são incomparáveis. No domingo havia muito mais gente do que na sexta-feira. Também, era de se esperar. Pois a sexta-feira é um dia de trabalho normal e nem todos aceitaram o preço do dia trabalhado para ir às manifestações a favor da Dilma, pagos pelo imposto sindical. Disseram que pagaram só 30,00 reais por pessoa para andar 2 quilômetros, isto, com bandeira. Sem bandeira era 20,00 reais. Foi um fiasco. Já no domingo, quem compareceu, não perdeu nenhum dia de trabalho e ainda deu muito trabalho aos empreendedores que vendiam água nas manifestações e receberam muito mais de 30,00 por dia.

Em suma, foi uma festa cívica de primeira grandeza, que culminou em São Paulo onde, atrás da manifestação só não foi quem já morreu. Era um mar de gente alegre e rindo como meus leitores semanais, com a Dilma, sonhando com ela já arrumando as malas e se engajando, como carteira assinada, aqui na coluna.

E, como se não bastasse motivo para tanto riso e alegria, a Dilma capitulou e enviou uma dupla para falar sobre as manifestações. Eu ouvi uma parte do pronunciamento deles, porque estava na varanda batendo numa panela e dando sinal de luz, além de quase morrer de rir. Sem querer ofender a grande dupla Tonico e Tinoco, a semelhança com esta dupla cantando Saudade de Matão, era perfeita. Se quiserem continuar rindo durante toda esta semana, vão na internet e vejam. Ou seriam Jararaca e Ratinho cantando Acende a Luz?

Fiquem agora com o resumo do roteiro pelos produtores do UOL e depois vejam o filme, de preferência batendo numa panela velha, pois, como dizem, ela é que faz comida boa. Que recebam muitos “baruscos” é o que desejo.

“O ex-gerente-executivo de engenharia da Petrobras Pedro Barusco não fez cerimônia na CPI da Petrobras e confirmou que recebeu US$ 70 milhões em propina desde 1997. Em cima desse valor, ele ainda obteve R$ 27 milhões em rendimentos.

Barusco abriu o bico, mas, na mesma comissão, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rebateu as suspeitas de envolvimento com os desvios na petrolífera e ainda contou com o apoio de deputados governistas e da oposição.

E a presidente Dilma Rousseff (PT), que gosta de fazer um bacalhau e sopas, viu a cozinha virar um inferno. Muita gente resolver bater panela e protestar contra a petista.”

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