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terça-feira, 17 de março de 2015

As manifestações e o impeachment da Dilma. Seria viável?




Por Zezinho de Caetés

Eu fui às manifestações do dia 15 com mais vontade do que acompanhei  a Pitombeira no carnaval de Olinda. Sei que os motivos eram outros chamados de sérios e tudo mais. Entretanto, peço vênia para dizer que curtir o sol de Boa Viagem pedindo o impeachment da Dilma, não tem dinheiro que pague, ou seja, não tem preço. E o melhor de tudo foi que não vi um só político que pudesse ser reconhecido. Se havia algum por lá, deve ser um vereador de Caetés, onde vou muito pouco e não conheço mais quase ninguém por lá.

Houve jornalista, na certa, chapa branca, ou vermelha (de carro de aluguel) que disse ser o público que lá apareceu de 2500 pessoas, se contarmos os ambulantes e banhistas. Para mim, dentro daquela farra cívica penso que o número ultrapassou um milhão. Eu sei que nestas coisas o número conta para efeitos políticos, mas, venhamos e convenhamos, nem tudo são números. Eu não vou ficar zangado com meu bairro porque contei menos badaladas nas panelas do que o bairro do vizinho. O importante foi o panelaço, logo após as manifestações, do qual eu não participei a rigor, porque minhas panelas não aguentam mais o repuxo.

Mas, participei, indo à minha janela e gritando a pleno pulmões: FORA DILMA! E FORA PT! Sei perfeitamente de nossas dificuldades para que isto ocorra, só não venham com esta história de que é juridicamente impossível, por dois motivos bastante óbvios. Primeiro, o impeachment é um processo mais político do que jurídico e segundo, há sim saídas jurídicas para que defendamos o impedimento de nossa gerenta presidenta.

Vejam o que diz nossa Lei  1079 de 10 de abril de 1950, e portanto, de antes de nossa Constituição cidadã que apesar de minhas discordâncias com algums de seus preceitos é a única que temos para nos tornarmos um país mais civilizado, também chamada Lei do Impeachment,  no item 7 do seu artigo do Art. 9º do Capítulo V, que define os crimes contra a probidade na administração:

“7 - proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo.”

Agora vejam o que é, no Houaiss, nosso nobre pai dos burros, o que é um mentiroso:

Aquele ou aquela “que dá falsa ideia da realidade, que induz ao erro; inexato, aparente, fingido, hipócrita, ilusório”.

Então meus caros e minhas caras, vocês acham que ser mentiroso é compatível com a dignidade de algum cargo público? Será que um mentiroso poder manter a honra e o decoro do cargo, e mais sendo presidente da república?

Então comparem o que Dilma prometeu na campanha e o que ela está fazendo agora. Será que ela mentiu descaradamente para se manter no poder? Se alguém acha que não, faça passeata às sextas-feiras, defendendo o governo dela, se sim, você concorda que ela mentiu, então, esteja pronto para fazer passeata todos os domingos, até que se entenda, que mesmo tendo ela sido apenas conivente com o petrolão (a tese de que não sabia, só a denigre mais ainda), e que foi tudo culpa dos seus saca-trapos, ela feriu a Lei do Impeachment.


Portanto, com esta minha tese jurídica, e com a certeza política de estamos quase, por um triz, nos livrando do Dilma, levando no braço, o meu conterrâneo Lula, que já estou a espera da nova passeata (já falam que é no dia 12 de abril), que, deveria agora ir da Praça do Derbi, passando pela Conde da Boa Vista e chegando ao Rio Capibaribe onde jogaríamos todos os cravos de defunto que portaremos para o seus enterros políticos, que estamos a acompanhar.

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