Por Zezinho de Caetés
Eu fui às manifestações do dia 15 com mais vontade do que
acompanhei a Pitombeira no carnaval de
Olinda. Sei que os motivos eram outros chamados de sérios e tudo mais.
Entretanto, peço vênia para dizer que curtir o sol de Boa Viagem pedindo o
impeachment da Dilma, não tem dinheiro que pague, ou seja, não tem preço. E o
melhor de tudo foi que não vi um só político que pudesse ser reconhecido. Se
havia algum por lá, deve ser um vereador de Caetés, onde vou muito pouco e não
conheço mais quase ninguém por lá.
Houve jornalista, na certa, chapa branca, ou vermelha (de
carro de aluguel) que disse ser o público que lá apareceu de 2500 pessoas, se
contarmos os ambulantes e banhistas. Para mim, dentro daquela farra cívica
penso que o número ultrapassou um milhão. Eu sei que nestas coisas o número
conta para efeitos políticos, mas, venhamos e convenhamos, nem tudo são
números. Eu não vou ficar zangado com meu bairro porque contei menos badaladas
nas panelas do que o bairro do vizinho. O importante foi o panelaço, logo após
as manifestações, do qual eu não participei a rigor, porque minhas panelas não
aguentam mais o repuxo.
Mas, participei, indo à minha janela e gritando a pleno
pulmões: FORA DILMA! E FORA PT! Sei perfeitamente de nossas dificuldades para
que isto ocorra, só não venham com esta história de que é juridicamente impossível,
por dois motivos bastante óbvios. Primeiro, o impeachment é um processo mais
político do que jurídico e segundo, há sim saídas jurídicas para que defendamos
o impedimento de nossa gerenta presidenta.
Vejam o que diz nossa Lei
1079 de 10 de abril de 1950, e portanto, de antes de nossa Constituição
cidadã que apesar de minhas discordâncias com algums de seus preceitos é a
única que temos para nos tornarmos um país mais civilizado, também chamada Lei
do Impeachment, no item 7 do seu artigo
do Art. 9º do Capítulo V, que define os crimes
contra a probidade na administração:
“7 - proceder de modo
incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo.”
Agora vejam o que é, no Houaiss, nosso nobre pai dos burros,
o que é um mentiroso:
Aquele ou aquela “que
dá falsa ideia da realidade, que induz ao erro; inexato, aparente, fingido,
hipócrita, ilusório”.
Então meus caros e minhas caras, vocês acham que ser
mentiroso é compatível com a dignidade de algum cargo público? Será que um
mentiroso poder manter a honra e o decoro do cargo, e mais sendo presidente da
república?
Então comparem o que Dilma prometeu na campanha e o que ela
está fazendo agora. Será que ela mentiu descaradamente para se manter no poder?
Se alguém acha que não, faça passeata às sextas-feiras, defendendo o governo
dela, se sim, você concorda que ela mentiu, então, esteja pronto para fazer
passeata todos os domingos, até que se entenda, que mesmo tendo ela sido apenas
conivente com o petrolão (a tese de que não sabia, só a denigre mais ainda), e
que foi tudo culpa dos seus saca-trapos, ela feriu a Lei do Impeachment.
Portanto, com esta minha tese jurídica, e com a certeza
política de estamos quase, por um triz, nos livrando do Dilma, levando no
braço, o meu conterrâneo Lula, que já estou a espera da nova passeata (já falam
que é no dia 12 de abril), que, deveria agora ir da Praça do Derbi, passando
pela Conde da Boa Vista e chegando ao Rio Capibaribe onde jogaríamos todos os
cravos de defunto que portaremos para o seus enterros políticos, que estamos a
acompanhar.
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