Por Carlos Sena (*)
Existe candidato e cão didático.
Existe quem posta e quem bosta. Existe quem compartilha e quem cu partilha.
Existe quem se pinta e quem na pinta abusa das tintas. Há quem faça trocadilhos
e quem só faça trocatrilhos no trem da vida. No rol dos candidatos o medo que
faz é quem se pinta. Porque debaixo das tintas o camaleão se esconde e ataca.
Também se defende pela comodidade que a cara pintada faculta. Porque o cão
didático tem um latido pausado, pedagógico e nem sempre aceito, mas
suportado. Porque no trem da vida
trocar trilhos provoca mortes. Extirpa a sorte dos passageiros que não terão
certeza do que lhes espera na ultima estação. Porque nos trilhos da vida não há
dádiva, mas determinação. E a quem mais se lhe der mais se lhe será cobrado,
ora diremos. Adoremos. Rezemos aos céus de cara limpa, pois quem se pinta se
esconde e, não raro, qual camaleão, come mosca. Tosca ilusão do trocadalho.
Porque quem muito se pinta entra
na cartilha daqueles que distam de trocadilho. Assim, não devemos confundir
alho com sabugo no vulgo do alho. Porque o melhor atalho para ser candidato é a
cara limpa, nunca a cara pálida que se pinta ao sabor do passarinho que é
derrubado pelo bodoque, nem pelo avião que do céu cai a reboque. Porque se a
morte lhe telefonar não abuse da sorte. Morte por telefone não é morte é trote.
-----------------
(*) Publicado no Recanto de
Letras em 01/09/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário