Por Zé Carlos
Esta foi uma semana de debates entre os postulantes a
presidente, Aécio Neves e Dilma Roussef. Dois já foram realizados, no momento
em que escrevo, outros dois estão marcados, para este domingo (se tiver tempo
eu o comentarei ainda neste texto) na Rede Record, e para a próxima
sexta-feira, o da Rede Globo. Eu só não sei, se continuar o baixo nível, haverá
o da Globo que é o que tem maior audiência e repercussão.
No primeiro debate, o da Band, a Dilma tomou a iniciativa da
luta e partiu para cima do Aécio com tudo que tem o baixo nível do esporte
político, deixando-o um pouco acuado, mas, eu diria que houve um empate, na
contagem final dos pontos. Da cabeça para baixo tudo era canela, como a gente
costumava dizer lá em Bom Conselho, nas peladas, quando queríamos apelar para a
ignorância. A cabeça do adversário no meio fio, era a meta, e por pouco a Dilma
não conseguiu jogar a cabeça de Aécio lá. Graças a Deus ele se recuperou em
tempo de neutralizar novos golpes, que ele nem sonhava que a adversária era
capaz de dar. Depois o Aécio disse que o treinador da Dilma parecia Goebbels,
aquele ministro da propaganda de Hitler que dizia que cheiroso mesmo era judeu
na churrasqueira. Eu realmente, me surpreendi com o baixo nível.
No segundo debate, o Aécio entrou no ring tendo estudado o
treinador da Dilma e do que ele poderia ser capaz e esperou pela primeira
estocada, para usar golpes que ele antes não havia desferido, porque, diz ele,
achava que não eram legais na luta.
E o distinto público ficou sem saber em quem apostar para a
última partida no dia 26, pois o que estão faltando são propostas concretas
sobre o destino do esporte político em nosso país. Depois de tantos escândalos,
de tanta corrupção e de tantas mentiras, o que eu farei no domingo na cabine
indevassável? Pelo exemplo que temos nos debates, só me resta quebrar a urna.
E os leitores desta coluna semanal, que agora já são 8, com
a entrada de dois amigos de longa data, podem pensar que a semana se reduziu
aos debates presidenciais. Tomara que fosse. No entanto, nunca, no Brasil,
pode-se cantar vitória antes do tempo. Sempre temos um escândalo a mais. E com
esta delação premiada dupla, é muito difícil, que, julgando pelo exemplo do
mensalão, os escândalos acabem antes de 2064, quando estivermos comemorando 100
anos do movimento militar, revolução, golpe, ou qualquer nome que se possa dar
às ações iniciadas no 1º de abril de 1964. E será difícil que paremos de rir,
pois chorar seria a única alternativa. Então, riamos!
Dizem que nunca se deve rir da desgraça alheia, e eu
concordo com isto, mas, como dizia o filósofo lá de Papacaça que “desgraça pouca é bobagem”, podemos até
rir um pouco do estado em que Dilma ficou depois do debate da última
quinta-feira. Foi uma contribuição magistral para esta coluna, no que tange ao
humor, mantendo-se ela como sua grande colaboradora. Bastava ver sua cara, com
aquele penteado chique, quando ela descobriu que estava falando ao vivo e não
sendo gravada. Quem viu o filme antes de ser retirado do YouTube, deve ter
rolado de tanto rir com a “desgraça
bobagem” da candidata. Como se diz nas lutas, ela foi salva pelo o gongo.
Já pensou se sua pressão baixasse durante o debate? Seria a glória. Se fosse lá
em Bom Conselho, minha Tia Quitéria, de quem me lembro quando vejo a imagem da
Graça Foster, diria logo: “Bom para isso
é chupar sal grosso!”. Tudo isto deu
margem aos comentários mais maldosos e humorados da semana que passou. E só
temos a agradecer a ela pela grande atuação. Vejam uma parte do jocoso episódio
aqui,
e divirtam-se, porque, como se sabe ela já está passando muito bem.
E dentre este mar de escândalos, até os defuntos estão em
polvorosa. Além do Eduardo Campos, do Janene (não lembro agora o primeiro
nome), agora o Paulinho, como Lula chamava seu amigo da Petrobrás, Paulo
Roberto Costa, ou o Youssef (também não me lembro o primeiro nome) o doleiro
oficial do PT, citaram o Sérgio Guerra em seus depoimentos. Agora, no Brasil,
quem fez malfeito, vive, a cada dia, esperando que os delatores citem seus
nomes para terem tempo de correr ou chamarem os repórteres para tudo desmentir.
Do que ri, ainda no debate da Band é que a Dilma citou o caso do Sérgio Guerra
para mostrar que o PSDB também gozava da intimidade dos delatores. Ri porque,
se for contar os citados, por partido, o PT é o campeão absoluto neste quesito.
Agora, antes de entrar no filme do UOL, mostrando que mesmo
se a Dilma perder as eleições, teremos o Lula para substituí-la nesta coluna,
que visa levar seus poucos leitores ao riso, eu cito o caso do Lula criticando
o Aécio porque ele bebe. Eu, a princípio, não acreditei, embora já tenha
começado a rir. Quando descobri que era verdade, rolei pelo chão e tive vontade
de tomar uma caninha para não morrer com o riso incontido. É por estas e outros
que dizem que o Brasil é o país da piada pronto. Esta coluna então, tem futuro.
E como não poderia deixar de ser, o filme do UOL, que
apresentamos abaixo, se fixou nos dois debates aqui citados. E, ao começarem a
vê-lo amarem-se à cadeira para não rolar pelo chão de tanto rir.
O que o domina é velha questão da paternidade do programa
Bolsa Família. O Aécio diz que seu DNA mostra que o pai é o Fernando Henrique e
a mãe é Ruth Cardoso. A Dilma nega e diz que o pai é Lula e a mãe não se sabe
se é a Marisa ou a Rose. Aécio diz que, ainda quando embrião, o programa tinha
vários nomes, como células que foram se juntando, e que o Lula fez foi apenas
já pegar o feto pronto, mas, o DNA é tucano. E, no filme, é aí que entra o
Ratinho para mostrar quem é o pai da criança. É de morrer de rir, porque nunca
se viu nada mais parecido do que um programa de auditório do que a briga entre
os candidatos pela paternidade do Bolsinha, nome carinhoso que eu dou ao
programa.
A meu ver, cada um deve decidir quem é o pai do programa. Eu
tenho minha opinião que o pai é o Sarney, que como pai estremoso, dizia que “fazia tudo pelo social”, mesmo tendo
sido ferroado por um maribondo de fogo. Agora, a mãe, eu realmente não sei quem
é. Apenas sei que a Dilma não é, ela só é Mãe do PAC. Na realidade, só a partir
dos governos petistas é que o Brasil começou a rodar a Bolsinha, e por isso
eles querem ser os pais.
Quando se esperava que o debate iria formar nossa opinião
sobre quem é o melhor candidato para governar este Brasil, que depois que
começou a rodar a Bolsinha, ficou quase ingovernável, todos ficamos em suspense
até o próximo debate para saber quem é o Igor Roussef. Aliás, a campanha está
girando tanto em torno dos Roussefs que parece até que o czarismo será revivido
no Brasil, se as neves não caírem antes para acalmar os ânimos.
Fiquem, então, com o resumo do roteiro dos produtores do
filme, e vejam, a seguir o Programa do Ratinho, agora estrelado por Dilma e
Aécio procurando saber quem é o pai da Bolsinha que o Brasil está rodando. E
espero pelo debate de hoje, da Record. Se conseguir vê-lo, colocarei um PS lá
embaixo, para resumi-lo. Mas, se não puder, já temos demais do rir por uma
semana inteira.
“No primeiro debate do
segundo turno na TV entre a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff,
e o senador Aécio Neves, a paternidade ou maternidade do programa do governo
federal Bolsa Família foi motivo de discussão entre os presidenciáveis. E a
troca de acusações continuou no segundo encontro deles, que estava mais para
bate-boca do que para debate presidencial.”
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P.S.: Como prometido, vi o debate de ontem e aqui me manifesto, dentro do espírito desta coluna. Resumo: Esperei, esperei e esperei, mas, não ouvi nenhuma vez a palavra "leviano". Isto quer dizer que os candidatos pegaram de leve por decisão ou por cansaço. Ninguém aguenta mais.
Para não dizer que o debate foi inteiramente inútil para esta coluna, isto é, para o riso, a Dilma saiu-se com uma que é de morrer de rir. "Se a inflação baixar para 3%, a taxa de desemprego aumenta para 15%". Desculpem se não rirem, pois nenhum dos meus 8 leitores que eu saiba, junto com a Dilma , não estudaram Economia. Eu, quase morri de rir.
Quanto ao resto do debate, foi mais do mesmo. (ZC)
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