Em manutenção!!!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Os Perfeitos Idiotas ainda estão por aqui





Por Zezinho de Caetés

Dentro de espaço de tempo relativamente curto minha mente travou contacto com dois bons textos sobre um tema que aqui já tratei que lida com o imbróglio armada pela diplomacia latino americana, digno da mais nobre estirpe dos Perfeito Idiotas Latino Americanos que povoa este continente.

O primeiro texto é do jornalista Sandro Vaia, que o intitula “O verdadeiro golpe no Paraguai”, publicado no Blog do Noblat em 29/06/2012. Leiam-no e eu volto logo em seguida para apresentar o outro texto

“A TV estatal do Paraguai ficou 26 minutos fora do ar por falta de energia elétrica e os alucinados constitucionalistas da Constituição alheia que cresceram como erva daninha nas redes sociais, viram isso como um sintoma de “repressão” e atentado às liberdades públicas.

Nunca se viu um golpe de Estado tão modorrento. Fora dos protestos protocolares de partidários do presidente deposto, o Paraguai continuou levando a sua vida de rotina.

O microfone da TV pública ficou aberto, o ex-presidente protestou diante de suas câmeras, o Congresso fez tudo dentro da normalidade, a Suprema Corte disse que tudo foi feito dentro da normalidade e até o advogado do deposto disse que tudo foi feito dentro da normalidade.

Mas muita gente não gosta da normalidade paraguaia e insiste em chamar de golpe uma decisão tomada por mais de 90% dos parlamentares, que se basearam rigorosamente na letra do artigo 225 da Constituição de seu país.

Dizem que foi tudo muito rápido e surpreendente. Que não houve tempo para defesa. Que o rito foi muito sumário. Mas tudo está previsto na Constituição, que dá ao Senado a atribuição de fixar o rito para o julgamento, o que foi feito através da Resolução 878.

O que resta dizer? Que a Constituição é de mau gosto e “disgusting” ao fixar um etéreo “mau desempenho” como motivo de impeachment?

Que o Legislativo paraguaio não tem polidez, educação e bons modos ao dar tão pouco prazo para a defesa do acusado?

É um pouco de cinismo e hipocrisia achar que dar mais tempo de defesa ao presidente destituído poderia salvá-lo do impeachment.

A queda dele foi resolvida por razões políticas, e nem 400 dias de prazo de defesa poderiam salvá-lo. Ele simplesmente perdeu catastroficamente o apoio político de sua base de sustentação e a votação do processo de impeachment apenas confirmou que ele perdeu as condições mínimas de governabilidade.

Se a Constituição do Paraguai tem um defeito, ele é de concepção: fixou critérios quase parlamentaristas para julgar um governo presidencialista. O presidente ganhou um voto de desconfiança – que apelidaram de “mau desempenho”- e caiu.

Como provar alguma coisa como “mau desempenho” se não através de critérios puramente políticos?

Essa é a Constituição que o Paraguai tem, não a que os palpiteiros da UNASUL acham que deveria ter.

Na Venezuela, por exemplo, casuísticas normas eleitorais permitem que 51% dos eleitores elejam 66 deputados enquanto 49% elegem 96 deputados- do partido do governo, claro. Alguém reclamou?

Enquanto a normalidade da vida democrática foi mantida no Paraguai e o próprio Lugo anunciou que pretende candidatar-se de novo nas eleições de abril de 2013, além de manifestar-se contra sanções econômicas contra seu país, a UNASUL e o Mercosul afastam o Paraguai de seu convívio, com a aquiescência bovina da diplomacia brasileira, a reboque do ativismo “bolivariano”.

É fácil concluir qual é o verdadeiro golpe no Paraguai e qual é seu objetivo: afastar o único obstáculo à entrada da Venezuela no Mercosul.

As tais “cláusulas democráticas” só valem para enquadrar os inimigos. Para os amigos, nem a lei.”

 E agora, diante do descalabro diplomático bolivariano, só nos faltava voltar aos livros de história e tentar reviver uma nova Guerra do Paraguai. Em tempos idos criticávamos muito um chanceler brasileiro que apregoava “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. Lembro-me muito bem da reação colérica do Perfeitos Idiotas diante disto. Hoje, o que a nossa diplomacia diz é que “o que é bom para o Chavez é bom para o Brasil”. Como baixamos de nível e como nossa diplomacia não é mais digna do Barão do Rio Branco!

Agora a besteira diplomática é chamada de multilateralismo de fachada, que continua sendo o bilatelarismo de conveniência daqueles que não tem coragem de externar (embora todos já estejam convencidos) que o mundo mudou, e hoje, o Estados Unidos não são mais o vilão do nosso continente. Nós hoje temos vilões internos que é o Chavez e suas loucuras, de quem a Dilma não conseguiu, se livrar ainda. Mas, pensando bem, ela deveria se livrar antes do ectoplasma do Lula.

Vejam, só para ilustrar, um caso sobre a diplomacia brasileira, não muito distante, publicado no mesmo Blog do Noblat, com um espaço de tempo (01/07/2012) em relação aquele citado. É do Élio Gaspari  dizendo no título:  “Dilma deveria pedir uma aula a FH”. O FH é o Fernando Henrique Cardoso, de quem discordo um pouco, por ser mais “social” do que “liberal”, mas, manteve nossa diplomacia numa posição de respeito. Fiquem com o jornalista, e se preparem para a Batalha de Itararé de nossa diplomacia. Mais uma.

“A doutora Dilma e o chanceler Antonio Patriota deveriam revisitar a estudantada em que se meteram no Paraguai, comparando os próprios erros com outro episódio, ocorrido em 1996, quando as coisas deram certo, sem espetáculo.

Durante as festividades da Rio+20, Dilma e Patriota souberam que a Câmara dos Deputados aprovara a abertura do processo de impedimento do presidente Fernando Lugo por 76 votos a um. O doutor foi mandado ao Paraguai numa comitiva da Unasul para recolocar a pasta de dentes no tubo. A embaixada do Brasil em Assunção já advertira o governo, há semanas, a respeito da gravidade da situação. Fizeram o quê? Nada.

Havia o que fazer? Em abril de 1996, o presidente Juan Carlos Wasmozy soube que o comandante do Exército, Lino Oviedo, pretendia derrubá-lo.

Pediu apoio ao Brasil, e o embaixador Márcio Dias disse-lhe que Fernando Henrique Cardoso não concordaria com um golpe. Era pouco. Ele queria ouvir isso pessoalmente. O diplomata combinou que Wasmozy iria a Brasília (pilotando seu avião), seria recebido no aeroporto pelo chanceler Sebastião do Rego Barros (dirigindo seu próprio carro) e seguiria para o Palácio da Alvorada.

Conversou com FH e retornou durante a madrugada. O presidente brasileiro entrou em contato com seu colega Bill Clinton, e ele telefonou para Wasmozy dizendo-lhe que, em caso de ameaça, deveria ir para a embaixada americana.

Dias depois, Oviedo deu um ultimato a Wasmozy, anunciando que atacaria o palácio ao amanhecer. O presidente paraguaio foi para a embaixada americana com o ato de renúncia redigido. Lá estava o embaixador Márcio Dias, que o rasgou. (Wasmozy guardou o picadinho.) O dia amanheceu, e o golpe evaporou-se.

Tudo isso aconteceu sem holofotes ou estudantadas de um multilateralismo que no caso da patrulha dos chanceleres da Unasul serviu apenas para colocar o Brasil a reboque de uma política de ameaças inócuas.

Uma diplomacia profissional, a americana, falou o mínimo possível. Resultado: a doutora Dilma e seus companheiros fizeram a empada, compraram a azeitona, deram o mimo aos americanos e ficaram com o caroço.

Como dizia o chanceler Azeredo da Silveira, atravessaram a rua para escorregar na casca de banana que estava na outra calçada.

A diplomacia multilateral faz espetáculos, arma consensos e, geralmente, dá em nada. A bilateral, como a do Brasil no Paraguai em 1996, dá trabalho.”

Um comentário:

  1. Tudo se enquadra no slogan do perfeito idiota latino-americano, onde o Hugo Chavez assessorado por Evo Morales, Rafael Correa, Cristina Kirchner e em menor escala Dilma Roussef fazem a vez.
    Lembrar que o Paraguai obedece a constituição do Paraguai, não a do Brasil, Equador, Bolivia ou Venezuela, e que cada um cuide do seu próprio quintal.

    ResponderExcluir