Por Carlos Sena (*)
Tudo é muito relativo. Concordo.
Não sei se A Teoria da Relatividade, enquanto denominação dada ao conjunto de
duas teorias científicas alcança as questões sociais. Certamente por conta da
própria relatividade, sim. No campo social do nosso cotidiano é onde mais a
gente encontra a relatividade dos processos. “Há quem goste dos olhos e há quem
goste da remela”; pra muitos o céu é o limite, para outros tantos o céu é a
falta dele. A lógica dimensional é, talvez, a que mais nos apresente argumentos
para a teoria da relatividade social. Dor, por exemplo. Há quem diga que a
maior dor é a do parto – as mulheres assim dizem; por outro lado, para maioria
dos homens a maior dor é a dor dos rins (Concordo). Há quem diga que “longe é
um lugar que não existe” – neste caso, a filosofia abranda a distância,
principalmente para quem está perdidamente apaixonado e não mede distâncias
para se encontrar com o ser amado. Se alguém quiser ter uma dimensão real do
que seja “UM MINUTO” fique debaixo d’água por um minuto e veja quanto demora o
tempo a passar! Para quem tem medo de dentista, um minuto também é quase uma
eternidade... Os prazeres advindos do sexo são infinitamente rápidos, mas
deixam os amantes “viajando” como se fossem noutro mundo e voltassem. Contudo,
para uma prostituta, deve demorar uma eternidade esperar que o cliente alcance
o orgasmo. Afinal, ela tem uma produtividade a cumprir e contas a pagar e não
pode demorar muito tempo com um só freguês. Certamente com o seu amante ou
marido, a mesma prostituta não sinta essa dimensão de tempo.
Costumo dizer que “tempo tem e
tempo tinha (temputinha)”... E nesse vai e vem de contextos sociais não só o
tempo se insere. O que é e o que não é também é muito relativo. Por exemplo: o
que pode ser uma agressão verbal? Para algumas pessoas uma agressão verbal que
quase deprimiu outrem não o deprimirá jamais. Embora o assédio moral seja
intersubjetivo, não provoca em todas as pessoas os mesmos efeitos – pois tudo
dependerá dos processos de formação interiores. Isto não significa que o
assédio moral não tenha suas características definidas, mas tão somente que o
adoecimento não alcança a todos os indivíduos na mesma lógica formal. Beleza é
outro conceito super relativo: “quem ama o feio, bonito lhe parece...” Beleza e
fealdade estão sempre no nosso dia a dia, principalmente diante da atual
dimensão da cultura do corpo sarado, ditado pelas academias. Há mulheres que
não gostam de homens sarados, mas há outras que adoram... Os fetiches também
são e não são. Olha a relatividade de novo! O tamanho do falo é muito
vociferado nas rodinhas sociais de homens e mulheres. A bunda, ou o falso
moralista BUMBUM, são muito relativos e com um elemento a mais: a grande
maioria de homens gosta de bunda, desde que seja de mulheres; a grande maioria
de mulheres também gosta de bundas, desde que seja de homem... Mas o que seria
uma bunda bonita? A grande, a pequena, a média? Bunda é meio pizza, como se
pode observar! Boa parte dos homens que não acha a bunda da mulher a parte mais
bonita dizem que são os seios; boa parte das mulheres que não acha a bunda dos
homens mais bonita dizem que é o tórax deles a parte mais bonita... Por que as
mulheres não dizem ser a rola dos homens ou o falo ou o pênis, a parte bonita
deles? Por que os homens não dizem ser a xoxota, a piriquita, a vagina, a parte
mais bonita das mulheres? Como se vê, beleza é muito relativa. Talvez tenha
razão o ditado popular do inicio desta prosa: “há mesmo que goste dos olhos e
quem goste da remela”... Nesse meio tempo de SER OU NÃO SER, o tamanho do pênis
é mestre em controvérsia. A ciência diz que o tamanho da rola não interfere no
prazer da mulher e até achamos isto. Só que a realidade concreta descobriu a
falocracia e nela o erotismo. E, segundo alguns conhecedores profundos disto,
erotismo quem desperta mesmo é o pau grande! Mas, neste caso, onde fica a
relatividade? Talvez na forma de relacionamento: para o prazer o pau grande ou
pequeno pouco importa (há quem diga que o pau muito grande incomoda a mulher),
mas até isto passa a ser meio relativo. Há mulheres que são super felizes com
seus “pintinhos pequenos”, pois tem um atenuante a favor delas – tem vida útil
mais longa do que os paus grandes. Se pra ser feliz a dois não tem problema o
tamanho, conforme se conta por aí, então a relatividade mais uma vez se
estabelece...
Conta-se que Dona Rosena, uma
velha que esmolava pela minha terra nos meus tempos de criança, usava anéis nos
dez dedos das mãos. Adorava anéis! Um belo dia chegou em nossa casa e disse
essa pérola, aos prantos, para minha mãe: “Pretinha (minha mãe), perdi um anel.
Mamãe disse: mas dona Rosena, vão-se os anéis e ficam os dedos. Ela na hora
respondeu abusada: “pra que peste eu quero dedos sem anéis”! Assim, de pessoa
para pessoa, a teoria da relatividade social se estabelece. Certo que o
socialmente estabelecido não se modifica, pois as leis sociais são fortes e não
se modificam dentro da relatividade. Mas quando cada indivíduo é “convidado” a
socializar conceitos intersubjetivos, a relatividade logo toma forma e exerce
seu poder...
Se seu domingo – hoje, 01 de
julho de 2012 estiver ruim, faça dele um sábado ou o dia que você quiser fazer,
pois até os dias da semana em sua constituição afetiva são relativos...
--------------
(*) Publicado no Recanto de
Letras em 01/07/2012
Como nunca senti dor nos rins, sei que uma dor de lascar é uma pancada nos ovos! A gente se contorce. É froide mesmo. - 2. Tanto acho bonita uma bunda de mulher bem dotada, como os lindos seios de uma mulher de seios belos. - Não posso saber se a vagina é bonita, porque nunca a abri com o intuito e vistoriá-la. Se assim o fizesse, seria necessário usar uma potente lanterna, antes de usar outro instrumento também potente. Mas sei que existem vulvas ou xoxotas muito bonitas. Dá gosto a gente ver. - 3. Sobre essa história de pau grande, vale consultar a Elúde Queiroz, porque ela sempre contou histórias do Pau Grande. - Assim, suponho que a Eliúde tenha conhecimentos bastantes para tanto. - 4. Algumas mulheres dizem que homens muito "sarados", quase sempre são broxas. Mas isso aí é com elas! - É ISSO./.
ResponderExcluir