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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Dilma, o PIB e as nossas crianças





Por Zezinho de Caetés

Todos que fazem o sacrifício de ler-me sabem que não sou um economista. Minha formação é em letras e línguas neo-latinas, da qual vivi até hoje tentando repassá-la da melhor forma. No entanto, eles também sabem que andei fazendo uns cursos na área da soturna ciência, que é a Economia.

Nela eu aprendi o que é o PIB (Produto Interno Bruto). Este nome feio foi dado pelos economistas a uma medida do que se produz durante certo tempo numa determinada região e país. Por exemplo, o PIB brasileiro, dizem eles foi estimado, no ano de 2011, em  2 492 908 000 (2 trilhões e lá vai pedrada de dólares)  enquanto o dos Estados Unidos é estimado em 15 094 025 000 (15 trilhões e bota pedra nisso) . É comparando estas cifras que muito foi dito e alardeado no recente passado que somos a 6ª economia do mundo, até acima do Reino Unido (2 417 570 000). Lula achou isto um glória, e isto ajudou a eleger Dilma e manter sua popularidade.

O que esta medida faz é juntar jacaré com cobra d’água dentro de uma avaliação monetária que os torna comparáveis. Nela entra quanto se produz desde carros, passando pelos pães e pelas frutas e chegando aos tijolos e prédios. Como sempre não é algo perfeito mas é o que temos para dizer que este ano, trabalhamos, trabalhamos e trabalhamos e nosso PIB vai crescer apenas 2%, enquanto a China, porque está diminuindo o ritmo crescerá quase 8%. Se verificarmos que a população também cresce a taxas mais elevadas, isto significa que, quando dividimos este bolo por ela, estamos ficando mais pobres.

E vem nossa presidenta, dizer que o PIB não importa. O que importa mesmo são as crianças e adolescentes. Dentro disto está a ideia maluca de que o Estado ou governo é que faz aparecer o que comemos, o que vestimos, o que bebemos, onde moramos, onde estudamos, quem nos ensina a aprender a ler e a escrever, quando os economistas, com sua crueldade, dizem que o governo apenas se apropria da produção através de impostos para retorná-los à população, mesmo admitindo que ele muitas vezes se mete diretamente na economia, atitude, do meu ponto de vista errada, pois sempre foi um péssimo gerente, e aqui no Brasil, agora, comprovadamente, com uma gerenta de qualidade duvidosa.

E ainda dizem que a Dilma é economista. Neste caso, eu sou mais eu e os meus professores. Aliás, o lulo/petismo produziu os grandes economistas deste país e que hoje comandam nossa economia, como o Mantega (vejam o que ele disse do plano real), Mercadante (doutor Porcina, o que era sem nunca ter sido) e agora a Dilma, que descobriu uma forma de acabar com a miséria e com a pobreza, sem que o PIB  cresça, num país com carências tais, que se distruibuirmos o PIB igualmente, todos nós iremos morar debaixo de um viaduto (se sobrassem viadutos), como já quase ocorre em Cuba.

E por aqui eu paro e deixo-lhes com um editorial do Estadão, “Dilma e o Pequeno Príncipe”, e que eu chamaria, “Besteira pouca é bobagem”, para mostrar que estamos num mato sem cachorros em matéria de economia, e que, não seremos mais um imenso Portugal, mas, possívelmente, um minúscula Argentina. Vejam também, logo abaixo o filme do concurso de miss, no qual Dilme diz a besteira, sem nem tocar como com um crescimento tão pífio do nosso PIB vamos dar condições de ensino e vida a nossas crianças e adolescentes.

“Faria sucesso num concurso de miss o discurso da presidente Dilma Rousseff na 9.ª Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente, em Brasília. Sua declaração mais notável, destacada pelos jornais e reapresentada exaustivamente nas tevês e rádios, foi digna de uma devota leitora d'O Pequeno Príncipe: "Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para suas crianças e para seus adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto (PIB). É a capacidade do país, do governo e da sociedade, de proteger o que é o seu presente e o seu futuro, que são suas crianças e seus adolescentes". Na interpretação mais benevolente, essa peroração é apenas uma banalidade. Na menos caridosa, é uma grande tolice apresentada na embalagem rosa da mais pobre filosofice.

Não há como discutir seriamente o bem-estar e o futuro das novas gerações sem levar em conta os meios necessários para educá-las, capacitá-las para viver com independência e dignidade e proporcionar-lhes oportunidades de ocupação produtiva e decente. Mas, também no sentido inverso, a relação é verdadeira: só se pode criar uma economia dinâmica, moderna e capaz de competir globalmente por meio da formação de pessoas qualificadas para tarefas cada vez mais complexas. Examinado de qualquer dos dois ângulos, o desempenho do governo brasileiro tem sido miseravelmente falho e nenhuma retórica pode obscurecer esse dado.

Ao contrário, no entanto, das graciosas candidatas a um título de miss, a presidente Dilma Rousseff recitou sua mensagem num tom furioso, como se reagisse a uma ofensa ou, talvez, a um imerecido golpe da Fortuna. Há uma explicação óbvia tanto para sua visível irritação quanto para a desqualificação do econômico. Horas antes o Banco Central (BC) havia divulgado seu indicador de nível de atividade, considerado uma prévia mensal do PIB. Esse indicador havia recuado 0,02% de abril para maio, confirmando vários outros sinais de estagnação da economia e reforçando as previsões de um crescimento, em 2012, menor que o de 2011.

Há um vínculo evidente entre os resultados pífios da política educacional e o emperramento da produção. No último exame do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o Brasil ficou em 53.º lugar em leitura e em 57.º em matemática, numa lista de 65 países. O teste é realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Quase todas as crianças estão na escola, graças a um esforço de universalização do ensino iniciado há longo tempo, mas a formação continua péssima. Cerca de 20% dos brasileiros com idade igual ou superior a 15 anos são analfabetos funcionais, incapazes de ler e entender instruções simples. Empresas têm dificuldade para contratar, por falta de mão de obra em condições até de ser treinada no trabalho. Há um evidente funil no ensino médio, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu facilitar o ingresso nas faculdades, numa escolha errada e demagógica.

O erro na escolha das prioridades tem permeado toda a política econômica. O consumo, apesar da queda observada recentemente, continua, segundo o IBGE, maior que o observado há um ano, mas a indústria brasileira tem tido dificuldade para suprir o mercado interno, por falta de competitividade. Fabricantes estrangeiros têm ocupado uma fatia crescente desse mercado, como já mostrou a Confederação Nacional da Indústria.

Incapaz de reconhecer os erros e de impor novos rumos à política econômica, a presidente Dilma Rousseff, como seu antecessor, prefere insistir na retórica e nas bravatas. "Vamos enfrentar os desafios para garantir à população emprego de qualidade", disse a presidente no batismo de uma plataforma da Petrobrás, na sexta-feira. A plataforma foi construída, recordou, pela "teimosia de um brasileiro chamado Lula".

Seria mais justo e mais realista lembrar a enorme e custosa lista de erros cometidos na Petrobrás a partir de 2003 e apontados pela nova presidente da empresa, Graça Foster, no dia de sua posse. Foram erros de uma gestão guiada por objetivos político-eleitorais e centralizada no Palácio do Planalto - erros essencialmente idênticos àqueles cometidos na política educacional.”

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