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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O 7 de setembro, corrupção e o Vergonha Já




Por Zezinho de Caetés


Ontem, Dia da Pátria, fui á praia. Já não mergulho, mas molho os pés. Onde mergulho mesmo hoje é na piscina de lama em que se tornou este país. Não é de hoje, mas, a Dilma tirou uma parte da lona que a encobria e agora quer colocá-la de volta.

Pelo que vi ontem nas ruas, tanto daqui de Recife, quanto de outras cidades, jamais ela conseguirá voltar ao passado de leniência e complacência que meu conterrâneo Lula, implantou neste país. Para ser melodramático, tal qual orador de festividades neste dia em meu interior, eu diria que do Oiapoque ao Chuí, do Acre até a Paraíba, as comemorações do Brasil independente foram tisnadas pelos protestos contra a corrupção. Este agora é o nosso mote.

Depois de ouvir o discurso sonolento da presidenta no sábado, que o Roberto Almeida, chamou de equilibrado, num dos seus poucos maus escritos, não se esperava outra coisa. Ainda tive tempo de ligar a TV, no Canal Brasil, que transmitiu a solenidade de Brasília, com o intuito de comover a Lucinha Peixoto e outras avós, mostrando o seu netinho e sua filha, e a ausência do comandantes militares, que deveriam estar lá pelo dever de ofício. Afinal de contas, as paradas sempre foram associadas aos militares, embora eu tenha gostado também das manifestações civis. Mas, por que não foram? Será que a verdade tem a ver com a Comissão da Verdade, com a qual querem mexer no passado só para um lado?

Do outro lado da parada cívico/militar, estavam as pessoas que estão usando as redes sociais, como um instrumento nobre e importante de fazer política, além das tradicionais instituições que agora estão do outro lado. Não se viu a UNE, o MST, CUT e outras Centrais Sindicais que costumavam aparecer. Hoje estão dominados pelo garrote vil do PT e apaniguados.

“Essa é uma forma de dizer que país queremos, com moralidade e justiça”, foi o que disse o presidente da OAB, enquanto outras organizações que lutaram no movimento pelas “diretas já”, como a ABI, que  apoiam o movimento popular contra a corrupção que se dissemina por 34 cidades em 17 Estados brasileiros pediram a melhoria dos três Poderes, a aplicação da Lei da Ficha Limpa e uma maior transparência nos gastos do governo.

Ontem vi na TV que se estima, só em Brasília, o comparecimento nestas marchas de mais de 30.000 pessoas. É só um grãozinho, mas, com se dizia lá pelas bandas de Caetés, de grão em grão a galinha enche o papo, e com tempo ficará gorda e dará bom caldo, para o bem deste país.

Eu tenho quase certeza, que estamos apenas no começo de uma reação salutar e saudável, contra o que se instalou de ruim em termos políticos, nos últimos 10 anos neste país.

Com o discurso, legitimado pelo bons ventos econômicos, o PT e seus aliados para a governabilidade, enganaram este país iludindo os da classe média que o sonho era permanente e no Brasil não existiam crises, pois o Lula, ao pagar o FMI e peitar os Estados Unidos, estavam imunes a ela. Não houve reformas estruturais das quais tanto precisávamos, e que se o Lula fosse um estatidista e não um “escapista” poderia tê-las feitos. Mas, ele preferiu o terceiro reinado.

E nossa praga até 2014 é a do Sabastianismo. Esperar a volta de Lula, o salvador. A ele são oferecidos estátuas, ruas praças e tantas outras oferendas, para manter a nova classe média dirigindo seu veículo, cujas prestações já não dá mais para pagar. Mas, o rei voltará e continuaremos por mais outros tantos anos com um país de tão baixa produtividade que não concorreremos mais nem com a Argentina. Enquanto, se vende agora a ilusão do mercado interno e a presidenta nos diz com a maior desfaçatez que está protegendo nossa indústria da concorrência estrangeira.

Eu olho para mim agora. Visto uma roupa feita aqui por estas bandas, com uma imagem de Che Guevara (sem nenhuma intenção política), feita por uma máquina provavelmente feita na China e com tinta lá também produzida. Sem entrar nos detalhes da cueca, que podem ser chinesas, uso um laptop todo estrangeiro e estou comendo um molho de tomate italiano, num prato feito no Paquistão, e por aí vai. E ainda esperamos o D. Sebastião do Agreste para salvar nossa indústria.

Agora lembro do Cristóvam Buarque, que quando não está sonhando em colocar a felicidade na Constituição, até que fala algumas coisas aproveitáveis, quando ele diz que há muitas formas de corrupção e uma delas é a corrupção da prioridades. Ou seja, os governos, gastam mal, escolhem mal e dirigem mal o país.

Descobrimos que, corrupção, temos de todos os tipos. Só um movimento popular nos salvará, o Vergonha Já!

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