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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Com as patas no dinheiro público





Por Zezinho de Caetés

O texto abaixo foi publicado no Estadão desta sexta-feira, tendo como autor o Nelson Motta. É muito difícil lê-lo e não ter vontade de mostrá-lo aos outros, ou pelo menos aos que se responsabilizam por ele na condição de cidadão. Seu título original é “Com a mão na massa”. No nosso, tentamos sermos mais realistas.

Ele não merece um nariz de cera longo como os que sempre faço. Basta um pequenino e deixar o texto como vocês, para julgarem se na semana da pátria nos dá vontade de vestir verde amarelo, pintar a cara e sair por ai. Mando para a AGD e deixo-lhes com o livre arbítrio de publicá-lo ou não.

“Se fossem julgados por essa Câmara que absolveu Jaqueline Roriz, nem José Dirceu e nem Roberto Jefferson teriam sido cassados. Hoje seriam aplaudidos pelos colegas. Se nem um vídeo autêntico em que embolsa uma pacoteira de dinheiro sujo é evidência suficiente para condenar uma deputada, o que poderia ser? As cenas de corrupção explícita estão gravadas na memória popular assim como a votação secreta em que a maioria da Câmara se comportou como uma quadrilha: são parte do mesmo filme pornopolítico que estamos vendo e vivendo.

É difícil saber se já houve mais ou menos corrupção no Brasil, mas nunca se falou tanto dela como agora, nem tantos corruptos foram encurralados pela imprensa, por delatores, pela CGU, pelo Ministério Público e pela Polícia Federal como nos últimos tempos. Apesar do atraso, a faxininha foi um avanço, mas sobre o óbvio: as falcatruas estavam onde sempre estiveram, no Dnit, na Valec, em Furnas, nas emendas do Ministério do Turismo, antigos e notórios ninhos de ratos.

A nova onda são os parlamentares corruptos que se dizem e se elegem como católicos ou evangélicos fervorosos e afrontam ao mesmo tempo a lei dos homens e a de Deus, seguros do perdão divino e da impunidade terrena. É a bancada do sétimo mandamento, imortalizada em vídeo na “Oração dos Corruptos” recitada com unção pela quadrilha do mensalão de Brasília.

Enquanto na Europa e nos Estados Unidos a motivação política é considerada agravante de um crime, por suas consequências na sociedade, no Brasil é vista como um atenuante, como se ainda vivêssemos no tempo da ditadura. Quando flagrados, os ladrões militantes se dizem inocentes: “Era para o partido.”

Quem rouba dinheiro público para um partido rouba duas vezes. Primeiro, dos contribuintes, de todos nós; depois, quando usa o dinheiro para interferir no processo eleitoral, fraudando leis e regras, corrompendo as instituições democráticas. O ladrão que gasta o produto do roubo em causa própria só dá prejuízo ao erário, o partidário assalta também os direitos dos cidadãos a um processo eleitoral limpo e republicano. Rouba a vontade popular”

Um comentário:

  1. DEPOIS DESSA FICAMOS A NOS PERGUNTAR E A PEDIR: NÃO CONTE A MAMÃE QUE ENTREI PARA A POLÍTICA. ELA AINDA PENSA QUE EU TOCO VIOLÃO NAQUELE PUTEIRO DA ESQUINA...

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