Por Zezinho de Caetés
Hoje eu não deveria escrever mais nada além de anunciar a
transcrição, lá embaixo, de um texto do Ruy Fabiano que saiu no dia de Todos os
Santos no Blog do Noblat. Seu título, para mim, não reflete o seu conteúdo: “O confronto já começou”. Eu lhe daria o
nome que vou dar este escrito conjunto que apresento: “Estelionato eleitoral e Impeachment”.
É claro que o Brasil vive uma guerra política e quase uma
guerra social, declarada pelo PT e mais especificamente pela gerenta presidenta
reeleita e pelo seu chefe, o meu conterrâneo Lula. O PT sempre se beneficiou da
história do “nós contra eles” para
assumir e ficar no poder. Mesmo quando isto não parecia possível, com a
aparição e morte do Eduardo Campos, e com a entrada de Marina, o partido
conseguiu contornar o jogo, eliminando com baixarias a Marina e logo depois o
Aécio. Mas, chega a um ponto em que nem nossa oposição, nos últimos anos,
precária e carente de homens de coragem, parece ter mudado com a quase vitória
de Aécio.
Quem sabe, esta quase vitória não tenha sido a vitória do povo
brasileiro? Isto depende muito da oposição no congresso e nas ruas, com
manifestações (já iniciadas) livres, ordeiras mas representativas do estado de
nojo que estamos do governo petista que já promete se prolongar por mais longos
12 anos. Principalmente, o povo que já começou a luta sincera, justa e
necessária pelo impeachment da presidenta, que se reelegeu no meio de um mar de
lama, de uma forma muito pior do que o seu correligionário Collor. Afinal de
contas, o que é um Fiat Elba em comparação com 10 bilhões de reais surrupiados
impiedosamente da Petrobrás? Perto de Paulo Roberto Costa o PC Farias é um
santo.
Mas, já que o PT inventou a coisa do “nós contra eles”, nós na condição de “eles”, muito mais informados e certos da sua culpabilidade pela maior
fase de corrupção de nossa história, desde que Caramuru enganou os índios com
um bacamarte, por que não aproveitá-la para sermos, com muita razão, uma
oposição que realmente se oponha à desfaçatez que impera?
Então, resta-nos, para que o Brasil não se acabe, tentar
retornar à moralidade, ou, o jeito é locupletarmos-nos todos. Agora fiquem com
excelente texto do Ruy Fabiano e meditem, repetindo o mantra do momento: Impeachment, Impeachment, Impeachment....
Dizem que mesmo não trazendo tranquilidade garantida, pelo menos ficaremos com
a consciência tranquila.
“Eleição ganha à base de golpes baixos gera o inevitável:
ressentimentos, suspeitas, divisionismo. Em tal ambiente, o termo união
nacional soa falso, improvável, quase engraçado.
Basta ver que, nos três dias dia seguintes à vitória, as piores expectativas
se confirmaram: José Dirceu foi para casa, o decreto bolivariano 8.243 foi
derrubado pelos deputados, dois ministros – Edson Lobão (Minas e Energia) e
Neri Geller (Agricultura) - foram convocados a depor na Câmara e a taxa de
juros subiu.
De lado a lado, nenhum sinal amistoso. O mercado reagiu também como se
esperava: bolsa em queda, dólar em alta. O aumento da taxa de juros, que a
presidente atribuía como gesto imediato do oponente – sugerindo que não o faria
-, confirmou a acusação de estelionato eleitoral: o abismo entre intenção e
gesto.
União nacional é momento raro em qualquer democracia. Dá-se quando há
riscos comuns ao país. Uma guerra, por exemplo; ou uma catástrofe natural. Em
ambiente de normalidade, o que se espera é o governo governando e a oposição
exercendo seu ofício de fiscalizar e criticar. Por que então Dilma a propôs?
Trata-se do reconhecimento de que a indecorosa conduta de seu partido
na campanha dividiu o país ao meio. O discurso do “nós versus eles” prejudica a
governabilidade, sobretudo quando o “eles” constitui a parcela mais bem
informada da população.
A maioria – em especial quando escassa – garante a eleição, mas não as
condições de governar. Não fosse assim, Collor não teria sofrido o impeachment.
Elegeu-o o voto dos “descamisados” – termo que ele empregou na campanha,
arrebatando os hoje clientes do Bolsa Família -, mas a classe média o rejeitou.
O PT e as oposições de então foram para as ruas e tornaram seu governo
impraticável. Collor chegou a oferecer ao PSDB todos os seus ministérios. Não
dispunha de quadros para governar. E o PSDB só não aceitou graças à
determinação de Mário Covas, que era então sua maior e inconteste liderança.
Bastou que se insistisse na investigação de atos de corrupção na
campanha, centrada na figura do tesoureiro Paulo César Faria – alvo de uma CPI
– para que o presidente fosse deposto. E o que o depôs foi uma ninharia, se
comparado ao que hoje está em jogo.
Collor caiu porque foi possível provar sua conexão com PC Farias, a
partir de um cheque de compra de um Fiat Elba para sua mulher. Nesta Era PT, um
personagem de quinto escalão, o militante Sílvio Pereira, ganhou um Land Rover
para facilitar negócios escusos com a Petrobras.
A diferença é bem mais que o up grade do Fiat Elba para o Land Rover,
mas o simbolismo é válido. O que já se comprovou na Operação Lava Jato, em
relação aos desvios, soma mais de R$ 10 bilhões – algo como uma década de
Bolsa-Família.
E sabe-se que há bem mais. A caixa-preta do PT, por enquanto, envolve
apenas a Petrobras. Há ainda os fundos de pensão e estatais do porte da
Eletrobrás, ainda não abordados pela polícia.
Isso sem falar em casos menores – mas não menos graves do ponto de
vista moral -, como as maracutaias perpetradas pela amigona de Lula à frente do
escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosimeire Noronha.
Não falta munição à oposição para infernizar a vida da presidente
reeleita. A própria reeleição é objeto de dúvidas. Além do uso ilegal dos
correios nas eleições de Minas – suficiente, em tempos normais, para impugnar
sua candidatura -, há ainda o questionamento das urnas eletrônicas, com
denúncias que se avolumam e que provocaram o ingresso do PSDB na Justiça.
Tudo isso ocorre em meio a um quadro econômico delicado, em que o
governo não dispõe ainda de um nome apresentável ao Ministério da Fazenda. E
não é um governo que estreia, mas que continua – e que, no curso da campanha,
já havia demitido a equipe econômica atual, prometendo mudanças contra si
próprio.
O atual Congresso, que, em tese, lhe é ainda favorável, já antecipa as
hostilidades, que devem ser bem maiores no que o sucederá. O PMDB, fiel de
balança – única fidelidade que exibe -, já não é parceiro confiável. Foi o
responsável pela derrota do decreto bolivariano 8.243 e pela convocação
(diferente de convite, note-se) dos dois ministros para depor na próxima
semana.
Dilma tirou férias na Bahia, mas o Congresso mostra grande disposição
de trabalho. O próximo ano promete embates fortes. O senador Aloysio Ferreira
(PSDB-SP), vice de Aécio, já avisou que não haverá lua de mel, os tais cem dias
de trégua que por tradição se concedem aos governos que se empossam.
A guerra já está em curso e o lançamento prematuro da candidatura de
Lula para 2018 é, para dizer o mínimo, profecia temerária. Política, ramo da
literatura fantástica, nutre-se do imponderável. E costuma ser o túmulo dos
profetas.”
Não me ocupo lendo baboseiras... - No mínimo ele está pedindo a volta dos militares (mulas sem cabeça). - NUNCA vi um inconformismo tão infernal. - Mas, o bom mesmo para esses escritores de coisa nenhuma é que ninguém os lê. /.
ResponderExcluirDe qualquer forma, obrigado pelo comentário, Sr. José Fernandes. É uma pena que o senhor não leia os artigos, e mesmo assim os chama de baboseiras. Ninguém quer a volta dos militares, pelo menos eu e o articulista que transcrevo. E não é inconformismo fazer oposição ao governo que aí ficou. E não é preciso, espero, os militares, para fazer com que o Congresso e a Justiça votem o impeachment da gerenta presidenta, pela sua omissão diante do descalabro da Petrobrás. Isto, no mínimo. Indo um pouco além, o Lula também irá para a Papuda.
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