Por Zezinho de Caetés
Ontem, li aqui neste Blog um texto do Altamir Pinheiro, lá
de nossas bandas, sobre minha querida Caetés. Folguei em saber que lá, agora,
os livros estão servindo para alguma coisa de bom. Se isto tivesse acontecido
antes, não teríamos tido um presidente analfabeto funcional e que levou a
juventude deste país a pensar que estudar “não
leva ninguém prá frente”, pois o Lula chegou lá sem “escrever de carreirinha”.
Então, parabéns ao povo de minha cidade pela virada
cultural. Com ela, sei que, brevemente, podemos criar nossa Academia Caeteense
de Letras, que é o meu sonho e que já tem, pelo menos, um membro certo para a
cadeira 13 honoris causa: O meu
conterrâneo Lula, como prometi. É claro que isto poderá demorar mais um pouco
se o Sérgio Moro o pegar antes, pois sua situação está complicada.
No entanto, vivemos no Brasil, e tudo pode acontecer neste
país, e meu amigo de infância ainda poderá mostrar a este povo que além de não
saber de nada, também não tinha nada. Que esta estória de Sítio em Atibaia e
Triplex no Guarujá é apenas intriga da oposição. E dirá, nos repetindo na
infância que nesse mundo “quem tem
padrinho não morre pagão”.
Mas, quem é o “padrinho”
dele? Ele diz que é o povo brasileiro, pelo qual ele tanto fez. Será? Ou seria
o Zé Dirceu, ou o Vaccari, ou o Marcelo Odebrecht? Eu, até já pensei ao
contrário, mas, hoje não tenho mais dúvidas. O padrinho do Lula são todos
aqueles que pensam poder servir almoço grátis para todos e ainda ficar com o
pernil, como pensaram os países que embicaram para o sonho socialista, que se
tornou um pesadelo.
Vejam que não é preciso ser um santo para querer que todos
comam uma vez por dia. Todos queremos isto e até devemos lutar para que isto
ocorra. Mas, não dando o peixe e sim ensinando a pescar. E quando isto se
aplica aos homens públicos e ao setor público em geral, que cismam em resolver
os problemas de escassez a partir do dinheiro dos outros, esta tarefa pode se
tornar uma grande imoralidade. Como diria a Thatcher, “o socialismo acaba quando acaba do dinheiro dos outros”, e eu
acrescentaria que envergonha quando o dinheiro dos outros vai para uma casta
que o defende, e usufrui dele.
Neste sentido não houve ninguém, como se tenta comprovar,
tão socialista quanto o Lula. E hoje, o que ele não pode negar é que sua
família come uma vez por dia, de preferência num triplex, ou num belo sítio, ou,
ao invés de ir a uma UPA, fazer exames no Sírio-Libanês. Ou seja, é um
socialista bem sucedido como Fidel, Chávez, Maduro, Evo e tantos outros pelo
mundo afora.
Hoje, neste clima de briga entre torcidas a favor de Lula e
contra Lula que até o impediu de ir depor num inquérito onde poderia dizer se é
dono ou não de alguma coisa, eu apresento abaixo um texto do Augusto Nunes,
publicado em seu Blog no último dia 17 que nos faz refletir sobre o caso. O
título não poderia ser melhor: “O
reizinho destronado fugiu do tribunal. Mas não vai escapar dos defensores da
lei”. E que nos faz concluir que um socialista bem sucedido é aquele que
vive acima da Lei e que a Lei é para os idiotas. Vade retro!
“O parteiro do Brasil Maravilha, o Pai dos Pobres e Mãe dos Ricos, o
enviado pela Divina Providência para acabar com a fome, presentear a imensidão
de desvalidos com três refeições por dia e multiplicar a fortuna dos
milionários, o metalúrgico que aprendeu a falar com tanto brilho que basta
abrir a boca para iluminar o mundo de Marilena Chauí, o filho de mãe analfabeta
que nem precisou estudar para ficar tão sabido que já falta parede para tanto
diploma de doutor honoris causa, o Exterminador do Plural que inaugurou mais
universidades que todos os antecessores juntos e misturados, o migrante
pernambucano que se promoveu a Redentor dos Miseráveis, o gênio da raça que
proclamou a Segunda Independência ao reinventar a Petrobras e descobrir o
pré-sal, o maior dos governantes desde Tomé de Souza, quem diria?, agora
recorre a truques de rábula para escapar de perguntas sem resposta sobre o
triplex no Guarujá.
O campeão de popularidade que andou beirando os 100% de aprovação, o
senhor das urnas capaz de eleger qualquer poste para qualquer cargo, a sumidade
que em cinco anos ressuscitou a nação assassinada pela herança maldita, o
pacificador do Oriente Médio, o estadista que dava pitos até em presidente
americano e também por isso foi contemplado por Barack Obama com o título de
Cara, o colosso que rebaixou a marolinha uma crise econômica planetária, o
gigante predestinado a conquistar o Nobel da Paz e eleger-se por aclamação
secretário-geral da ONU, o estadista que deixou o mundo boquiaberto com tanta
clarividência, quem diria?, fugiu do tribunal nesta quarta-feira por falta de
explicações que parecessem convincentes pelo menos aos ouvidos de um bebê de
colo.
O SuperMacunaíma que escapou do Mensalão ainda não entendeu que, depois
de tropeçar no Petrolão, despencou do elevador privativo do apartamento na
praia das Astúrias e atolou num sítio em Atibaia . Alguém precisa dizer ao
fundador de um Brasil imaginário que o país real se cansou de tanta ladroagem e
está ao lado dos juízes sem medo e dos promotores altivos. Usando como laranja
um deputado federal, a tropa de advogados acampada no Instituto Lula raspou o
fundo do tacho das chicanas e conseguiu adiar o encontro com o Ministério
Público paulista. O investigado talvez até consiga livrar-se do promotor Cássio
Conserino. Mas são muitos os homens decididos a aplicar a lei na terra arrasada
pela corrupção, pela incompetência, pelo sectarismo ideológico e pela idiotia
política.
O reizinho inimputável logo saberá que a condenação à perpétua impunidade
foi revogada pela descoberta de bandalheiras pessoais e intransferíveis. Não há
como terceirizar as maracutaias que infestam o patrimônio imobiliário do
Lincoln de galinheiro. O mito morreu. Há dois dias, Lula proibiu o Conselho
Político do PT de tratar das maracutaias que o mantêm pendurado no noticiário
político-policial. “Não aguento mais falar disso”, explodiu. “O Luiz Marinho
vai lá em casa e só quer falar disso. Chego no Instituto para trabalhar e só
falam disso. Não aguento mais”.
O Brasil decente é que não aguenta mais tanto cinismo. Aguente ou não,
Lula será obrigado a falar sobre isso e muito mais. O interrogatório foi adiado
por alguns dias. Mas a hora da verdade chegou.”
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