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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Lula morreu e esqueceu de deitar...




Por Zezinho de Caetés

Ontem escrevi sobre o panelaço e minha participação no evento. Hoje já levei a panela para conserto. Está mais furada do que as explicações do Lula, sobre suas propriedades. Parece realmente brincadeira, iguais aquelas que costumávamos fazer lá em Garanhuns em nossa infância, quando ele tentava explicar ao dono do sítio que as mangas que estavam em seu bornal eram minhas e não dele.

E eu fico pensando, se, diante de tais imbróglios que meu conterrâneo, e companheiro de infância, se meteu, ainda há uma possibilidade dele dar a volta por cima e vier ficar mais rico ainda como presidente em 2018.

As pesquisas dizem que não. Pasmem, 61% dos brasileiros não votariam nele de jeito nenhum, pelo menos neste momento. Ora, dirão os céticos de plantão, que isto apenas reflete o momento, e que tudo mudará quando ele explicar que ainda é “pobre, pobre, pobre de marré, marré, marré”, e que não é  “rico, rico, rico de marré deci”. Eu tenho minhas dúvidas, mas, de qualquer forma vale a pergunta: Lula é pobre ou é rico?

Digo que a pergunta não tem sentido num país onde a riqueza ou a pobreza é fruto de atitudes que levem em conta a lei, a moral e os bons costumes. Ou seja, tanto se pode ser rico ou ser pobre mas, inocente de crimes. Então a pergunta se transforma em: Lula é um criminoso ou não?

Até agora, a justiça diz que não, embora esteja investigando. É quando Lula não consegue explicar sobre o que realmente é investigado que gera as maiores suspeitas e ele “não se manca”.  E isto tem consequências políticas que nos levam a crer que o Lula realmente acabou, como desenvolvido pelo Hubert Alquéres no texto abaixo transcrito que saiu ontem no Blog do Noblat, com o sugestivo título: “Lula acabou”.

Doido para acreditar que realmente, politicamente, o Lula acabou, uma certeza já tenho: O PT realmente acabou. Depois das explicações dadas pelo seu presidente sobre a prisão do João Feira de Santana, de que o partido não tinha culpa, custa a crer que alguém, que não tenha se aproveitado das mamatas petrolíficas, fique nele.

Eu fico pensando quanto me enganei, logo no início de sua jornada política, em acreditar nela, ao ponto de ter pensado em cometer um suicídio, me filiando ao PT. Graças a Deus, acordei para a vida e hoje só torço para que, ele tenha acabado mesmo, politicamente. E que volte para casa fazendo aquilo que sempre gostou de fazer, contar lorotas nas rodas de aposentados, como eu.

Fiquem com Hubert e meditem se ainda há chances de Lula sair do caixão ao invés de ser enterrado, politicamente, é claro.

“Estava tudo combinado. O encontro comemorativo do 36º aniversário do PT marcaria a ofensiva contra o “cerco e aniquilamento” de Lula, uma fábula existente apenas nas mentes petistas. O resgate da imagem do caudilho tinha um objetivo claro: fazer do seu retorno ao trono presidencial a bandeira de coesão de um projeto de poder que pretendia ser eterno, mas que se encontra em acelerado desmanche.

As crises têm sua dinâmica. Atropelam, indiferentes, todos aqueles que a ignoram. Em poucos dias foi ao chão o cenário desenhado pela cúpula do PT. Em vez de ser o marco na blitzkrieger petista, o encontro da próxima sexta-feira estará mais para muro de lamentações ou para o réquiem do Lula-2018.

Não há a menor condição de ele ser candidato novamente, a menos que esteja disposto a se submeter a um tremendo vexame. Seu telhado de vidro é tamanho que sua candidatura dificilmente resistiria a uma semana de campanha eleitoral na TV. Lula já sairá no lucro se conseguir limpar, nos próximos dois anos, sua ficha corrida, para não entrar para a história pelas portas do fundo, se é que já não entrou.

O adeus Lula tem sua razão de ser, e vai além da prisão do satânico Dr. No, o marqueteiro João Santana. Ele próprio estabeleceu como condição para sua nova candidatura o início da recuperação da economia a partir de junho. Algo para lá de improvável.

No figurino do encontro petista está prevista a pressão das “bases” e do braço esquerdo do lulopetismo, por uma guinada na atual política econômica. Até mesmo petistas de perfil moderado que sentem a água bater no pescoço, como o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, passaram a clamar pela volta do “modelo econômico da era Lula”.

Entende-se. É dureza alguém disputar eleição, seja a qual cargo for, pela legenda do PT, mais suja do que as águas do Rio Tietê, e em meio à combinação perversa do binômio recessão-inflação. Sabedor disto, Lula não só insufla as bases, resmunga também contra Nelson Barbosa, acusando-o de ter perdido o brilho e a criatividade. Vejam a celeridade da crise: tido como a grande solução para voltar fazer a economia crescer, o ministro Barbosa entrou na frigideira em tempo recorde.

A realidade insiste em conspirar contra as pretensões de Lula. Já está contratado que o PIB cairá mais 4% em 2016, que a inflação será no mínimo de 8%. Queda de juros neste ano, nem pensar, como afirmou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Sacramentou-se também um déficit público de 1% do PIB, se não ultrapassar esta estimativa.

A crise invadirá 2017, podendo se estender até 2018, como avaliam analistas responsáveis.

Lula seria candidato em um quadro de desemprego alto, inflação em disparada e economia em queda livre?  Inimaginável.  Provavelmente tira seu time de campo e escala outro companheiro para a tarefa ingrata de defender o “legado petista”, na próxima disputa presidencial. A conferir quem estaria disposto a ir para o sacrifício.

Esta hipótese fica mais forte diante da evidência de que marchamos para o pior dos mundos, o da paralisia total na economia, com consequências danosas para a vida dos brasileiros. Espremida pela realidade, a presidente Dilma Rousseff acena com as reformas fiscal e previdenciária, mas sua base, o PT e Lula, não querem nem saber dessa conversa. Sem poder peitar seu criador, Dilma ficará, até o término do seu mandato, com a política rame-rame de hoje. Daí não sairá coelho algum, a crise se agravará.

A última pesquisa Ibope traz um dado revelador: a imagem de Lula derrete-se tal qual gelo no asfalto. Quanto mais a operação Lava-Jato bate a sua porta, quanto mais sai do fundo do palco e vai para o primeiro plano do tablado da corrupção, mais sua queda é vertiginosa. A tendência de sua rejeição de 61% é aumentar. O Lula imbatível, aquele Messias venerado, a versão piorada de pai dos pobres, é agora espécie em extinção.

As investigações da Polícia Federal no sítio de Atibaia, no apartamento tríplex do Guarujá e as pistas que vieram à luz do dia com a Operação Acarajé deixaram o santo nu. Mostraram seus pés de barro.

A essa altura não há muito mais a fazer. Talvez se despedir.


Adeus, Lula.”

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