Por Zezinho de Caetés
Ontem escrevi sobre o panelaço e minha participação no
evento. Hoje já levei a panela para conserto. Está mais furada do que as
explicações do Lula, sobre suas propriedades. Parece realmente brincadeira,
iguais aquelas que costumávamos fazer lá em Garanhuns em nossa infância, quando
ele tentava explicar ao dono do sítio que as mangas que estavam em seu bornal
eram minhas e não dele.
E eu fico pensando, se, diante de tais imbróglios que meu
conterrâneo, e companheiro de infância, se meteu, ainda há uma possibilidade
dele dar a volta por cima e vier ficar mais rico ainda como presidente em 2018.
As pesquisas dizem que não. Pasmem, 61% dos brasileiros não
votariam nele de jeito nenhum, pelo menos neste momento. Ora, dirão os céticos
de plantão, que isto apenas reflete o momento, e que tudo mudará quando ele
explicar que ainda é “pobre, pobre, pobre
de marré, marré, marré”, e que não é “rico,
rico, rico de marré deci”. Eu tenho minhas dúvidas, mas, de qualquer forma
vale a pergunta: Lula é pobre ou é rico?
Digo que a pergunta não tem sentido num país onde a riqueza
ou a pobreza é fruto de atitudes que levem em conta a lei, a moral e os bons costumes.
Ou seja, tanto se pode ser rico ou ser pobre mas, inocente de crimes. Então a
pergunta se transforma em: Lula é um criminoso ou não?
Até agora, a justiça diz que não, embora esteja investigando.
É quando Lula não consegue explicar sobre o que realmente é investigado que gera
as maiores suspeitas e ele “não se manca”. E isto tem consequências políticas que nos
levam a crer que o Lula realmente acabou, como desenvolvido pelo Hubert
Alquéres no texto abaixo transcrito que saiu ontem no Blog do Noblat, com o
sugestivo título: “Lula acabou”.
Doido para acreditar que realmente, politicamente, o Lula
acabou, uma certeza já tenho: O PT realmente acabou. Depois das explicações
dadas pelo seu presidente sobre a prisão do João Feira de Santana, de que o
partido não tinha culpa, custa a crer que alguém, que não tenha se aproveitado
das mamatas petrolíficas, fique nele.
Eu fico pensando quanto me enganei, logo no início de sua
jornada política, em acreditar nela, ao ponto de ter pensado em cometer um
suicídio, me filiando ao PT. Graças a Deus, acordei para a vida e hoje só torço
para que, ele tenha acabado mesmo, politicamente. E que volte para casa fazendo
aquilo que sempre gostou de fazer, contar lorotas nas rodas de aposentados,
como eu.
Fiquem com Hubert e meditem se ainda há chances de Lula sair
do caixão ao invés de ser enterrado, politicamente, é claro.
“Estava tudo combinado. O encontro comemorativo do 36º aniversário do
PT marcaria a ofensiva contra o “cerco e aniquilamento” de Lula, uma fábula
existente apenas nas mentes petistas. O resgate da imagem do caudilho tinha um
objetivo claro: fazer do seu retorno ao trono presidencial a bandeira de coesão
de um projeto de poder que pretendia ser eterno, mas que se encontra em
acelerado desmanche.
As crises têm sua dinâmica. Atropelam, indiferentes, todos aqueles que
a ignoram. Em poucos dias foi ao chão o cenário desenhado pela cúpula do PT. Em
vez de ser o marco na blitzkrieger petista, o encontro da próxima sexta-feira
estará mais para muro de lamentações ou para o réquiem do Lula-2018.
Não há a menor condição de ele ser candidato novamente, a menos que
esteja disposto a se submeter a um tremendo vexame. Seu telhado de vidro é
tamanho que sua candidatura dificilmente resistiria a uma semana de campanha
eleitoral na TV. Lula já sairá no lucro se conseguir limpar, nos próximos dois
anos, sua ficha corrida, para não entrar para a história pelas portas do fundo,
se é que já não entrou.
O adeus Lula tem sua razão de ser, e vai além da prisão do satânico Dr.
No, o marqueteiro João Santana. Ele próprio estabeleceu como condição para sua
nova candidatura o início da recuperação da economia a partir de junho. Algo
para lá de improvável.
No figurino do encontro petista está prevista a pressão das “bases” e
do braço esquerdo do lulopetismo, por uma guinada na atual política econômica.
Até mesmo petistas de perfil moderado que sentem a água bater no pescoço, como
o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, passaram a clamar pela volta do
“modelo econômico da era Lula”.
Entende-se. É dureza alguém disputar eleição, seja a qual cargo for,
pela legenda do PT, mais suja do que as águas do Rio Tietê, e em meio à
combinação perversa do binômio recessão-inflação. Sabedor disto, Lula não só
insufla as bases, resmunga também contra Nelson Barbosa, acusando-o de ter
perdido o brilho e a criatividade. Vejam a celeridade da crise: tido como a
grande solução para voltar fazer a economia crescer, o ministro Barbosa entrou
na frigideira em tempo recorde.
A realidade insiste em conspirar contra as pretensões de Lula. Já está
contratado que o PIB cairá mais 4% em 2016, que a inflação será no mínimo de
8%. Queda de juros neste ano, nem pensar, como afirmou o presidente do Banco
Central, Alexandre Tombini. Sacramentou-se também um déficit público de 1% do
PIB, se não ultrapassar esta estimativa.
A crise invadirá 2017, podendo se estender até 2018, como avaliam analistas
responsáveis.
Lula seria candidato em um quadro de desemprego alto, inflação em
disparada e economia em queda livre?
Inimaginável. Provavelmente tira
seu time de campo e escala outro companheiro para a tarefa ingrata de defender
o “legado petista”, na próxima disputa presidencial. A conferir quem estaria
disposto a ir para o sacrifício.
Esta hipótese fica mais forte diante da evidência de que marchamos para
o pior dos mundos, o da paralisia total na economia, com consequências danosas
para a vida dos brasileiros. Espremida pela realidade, a presidente Dilma
Rousseff acena com as reformas fiscal e previdenciária, mas sua base, o PT e
Lula, não querem nem saber dessa conversa. Sem poder peitar seu criador, Dilma
ficará, até o término do seu mandato, com a política rame-rame de hoje. Daí não
sairá coelho algum, a crise se agravará.
A última pesquisa Ibope traz um dado revelador: a imagem de Lula
derrete-se tal qual gelo no asfalto. Quanto mais a operação Lava-Jato bate a
sua porta, quanto mais sai do fundo do palco e vai para o primeiro plano do
tablado da corrupção, mais sua queda é vertiginosa. A tendência de sua rejeição
de 61% é aumentar. O Lula imbatível, aquele Messias venerado, a versão piorada
de pai dos pobres, é agora espécie em extinção.
As investigações da Polícia Federal no sítio de Atibaia, no apartamento
tríplex do Guarujá e as pistas que vieram à luz do dia com a Operação Acarajé
deixaram o santo nu. Mostraram seus pés de barro.
A essa altura não há muito mais a fazer. Talvez se despedir.
Adeus, Lula.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário