Por Carlos Sena (*)
O ser humano é complexo e isso o
torna maravilhoso. Dentro desse prisma, não me cansa observar as nossas
contradições acerca da vida no geral e da felicidade no particular. Ser feliz é
o que se quer (Ah esse maldito fechecler?), mas a gente não se desliga
completamente de certas coisas, até que elas mesmas aconteçam. A gente sabe,
por exemplo, que tudo tem seu tempo certo. Sabe que o tempo é quem dá respostas
para perguntas que não fizemos; sabe que não existe acaso e, desta forma, tudo
na vida tem um preço, um apreço e fim. A gente se trucida por dentro querendo
resolver coisas que não dependem de nós dentro do nosso “tempo”, esquecendo que
as coisas têm os tempos delas. A gente, muitas vezes tem essa consciência bem
clara, mas não a dominamos ao ponto de não sofrermos diante dos fatos
contrariados. Assim, temos que, aos poucos ir moldando a vida e as emoções sem
“peitar” o que não depende de nós ou que, mesmo dependendo, tem um tempo
específico de espera pra ser cumprido noutros vieses etéreos...
Ignorar que a vida tem relação
direta com os movimentos cósmicos, magnéticos, energéticos, etc., é ir contra
uma realidade que se apresenta todo dia em nossa frente. Talvez isto para
muitos seja ainda “relativo”, ou “coisa de religião”, mas não é. Afinal, a vida
não é “só isso que se vê, é um pouco mais”... Para aqueles que têm
positivamente essa consciência, os fatos nem sempre são compreendidos nos seus
tempos, ou seja, ainda provocam angústia e até desespero, porque há “coisas que
a gente sabe, mas não acredita”. A gente sabe do tempo, sabe que as coisas não
acontecem por acaso, mas mesmo assim não deixamos de ficar incomodados com
alguns acontecimentos sobre os quais a gente gostaria de modificar, mas não
pode. O tempo das coisas é o tempo delas; o nosso é o nosso. O tempo dos dois
vai acontecer subjetivamente quando a gente menos esperar. Respostas que a
gente queria num tempo e vem num outro; amores que não chegam num tempo, chegam
noutro; pessoas que nos deixam num tempo, mas nem sempre chegam noutro e por ai
vai.
Assim, diante de certas situações
de conflitos interpessoais o melhor remédio é deixar que o tempo se encarregue
de nos dá as respostas. Há ocasiões em que dizer que não disse não adianta;
como não adianta também dizer para alguém APAIXONADO que seu amor não é pessoa
correta. Porque diante de várias versões há perversões, jogos condenáveis de
Inter-pessoalidade. Por isso, melhor aguardar e, como dizem no meu Nordeste: “o
apressado come cru”...
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(*) Publicado no Recanto de
Letras em 07/01/2013
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