Em manutenção!!!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Testemunhos do Vovô Zé - Saindo do carnaval e caindo na piscina



Davi e Miguel relaxando depois de um
dia intenso de atividades com o
Vovô Zé.


Por Zé Carlos

Este fim de semana me travesti, outra vez, de Vovô Zé e enfrentei o Davi e o Miguel, meus netos, em minha casa. Ainda aproveitando o feriado estendido do Carnaval, ambos vieram para gastar todo o meu “gás”, um restinho que não havia sido gasto na folia de momo. Em contrapartida tomei uma boa dose de vitamina N que recomendo a todos, embora saiba, que só os que consumiram por muito tempo a vitamina F possa dela usufruir. Para quem ainda não teve contacto com esta vitamina primordial pode ler minha propaganda dela aqui mesmo nesta AGD (aqui).

O que me impressiona é a evolução deles, dentro de suas respectivas idades. O Davi tem apenas 4 anos e já sabe contar até 30 (minto, ele vai dizendo 27, 28, 29 e depois vinte e dez, que não deixa de ser 30, para o orgulhoso Vovô Zé, que, bestamente, tenta corrigi-lo). O Miguel com 1 ano e meio, ainda balbuciando as primeiras palavras já opera um IPad ou Tablet como ninguém, dando aulas a sua avó. Isto tudo eu lembro, relembrando de minha época de criança, que só fui à escola aos 5 anos e só aprendi o “a” aos 6. Escrever, só cobrindo as letras, e, lembro, quando cheguei à escola de Dona Lourdes Cardoso e ela me mandou copiar uma letra da outra foi um sacrifício maior do que o Tiririca fez para provar que sabia escrever alguma coisa.

Os tempos são outros e os meninos são outros. E me arrisco até dizer que os avós são outros também, embora a evolução não seja tanta para esta faixa etária. Lembro que não conheci meu avô materno e meu contacto com meu avô paterno foi quase nenhum, pela própria característica masculina da época, na qual, os afazeres domésticos eram coisas de mulher, e cuidar de netos era, por excelência, um afazer doméstico. Mesmo assim eu gostava quando o contacto se estreitava um pouco, pois isto era lucrativo, terminando normalmente com 2 mil réis em minha mão.

Hoje já não remunero o Davi nem o Miguel em espécie, pelo menos por enquanto, pois eles ainda não sabem, pela idade, o poder do dinheiro, pois quase nunca o veem. Em seu lugar ficou o cartão de crédito, com o qual os engano com um deles já com o prazo de validade vencido. É o Vovô Zé enganador, embora já tenha vontade de dar a cada um uma nota de 2 reais que deve valer o mesmo que 2 mil réis, naquela época. Não posso, pois dinheiro é tido como anti-higiênico. E eu respeito a diretriz dos pais, mesmo tendo sobrevivido firme e forte manuseando notas mais sujas do que as fichas de determinados políticos.

O Davi, o neto mais velho, já me chama para conversar e eu aceito fazê-lo, e a conversa flui com toda naturalidade e me surpreende pelo aumento do seu vocabulário. Fora os termos tradicionais com que ele me chama,como malucão, burrão, gordão, barrigudão etc, já há outros que também não são tão lisonjeiros assim doidão e monstrão. Os pais, cumprindo suas funções reclamam com ele, dentro da linha: respeite os mais velhos, mas, o Vovô Zé adora ser assim tratado com toda espontaneidade, sendo também reprimido pela filha (é a dose normal de vitamina F, que ela retruca dizendo que também está sofrendo com a vitamina P).

E o Miguel, o neto mais novo, segue o professor Davi. Tudo que o irmão faz é imitado nas coisas boas e nas coisas ruins. Quando o mais velho tem um pouco de raiva dos pais, não podendo reagir diretamente, ele sobe nas cadeiras, já sabendo que não cai, somente para que o irmão vá atrás e aperreie os pais, pois estes sabem que ele cai. São estratégias de sobrevivência que se adquire na infância, e todos nós humanos temos que passar um dia. Muitas vezes a melhor forma de enfrentar uma adversidade é a menos óbvia, mesmo que não pareça simples. Não estou querendo dizer aqui que o meu neto vá ser prefeito de Caruaru, mas, se for, o Vovô Zé dará todo seu apoio.

Enfim, foi mais um fim de semana alegre e feliz, principalmente, porque nenhum dos dois tinha qualquer virose para evitar cair na piscina com o Vovô Zé. Só eles me fariam cair naquela água fria. Mas, o que não fazemos pelos netos!?

Um comentário:

  1. E as ótimas crônicas do Vovô Zé continuam... Que venham muitas para preencher a futura obra completa "Testemunhos do Vovô Zé".

    ResponderExcluir