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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

133 PECADOS LISTADOS NA BÍBLIA.





Por Carlos Sena. (*)

Ufa! Eu nem sabia, mas há 133 pecados listados na Bíblia. Alguma coisa deve estar furada nessa história. Se há 133 pecados quem os contou? Será que houve por parte dos "textificadores" algo como um “congresso” ou uma “oficina” para tirar como indicativo o que seriam os 133 pecados? Qual o critério adotado para se definir um pecado mortal, um venial, ou sei lá mais qual? E nesse tempo todo não houve novos pecados? Afinal o mundo mudou e com eles as pessoas, a tecnologia, a ciência, os modos de vida. Todos mudaram. Como ficou por exemplo um pecado que era  mortal como desobediência a pai e mãe? Hoje, boa parte dos filhos mandam os pais tomarem naquele lugar e o que é pior: eles vão! Mas isso não era um “pecadão”? No passado, lá na minha terra Bom Conselho de papacaça, comer carne na sexta-feira da paixão era um pecado mortal, um “pecadão”, mas hoje se come todo tipo de carne, inclusive "humana" e não é pecado. Os próprios padres comem carne (todas).  Também os pais não batiam nos filhos e por aí se seguiam outros e outros pecados grandes, médios e pequenos que hoje nem sequer são, digamos assim, pecado. E agora senhora bíblia? Como não tive a curiosidade de pinçar os cento e trinta e três pecados, gostaria de ver se nessa lista está a pedofilia que abalou a igreja católica tão metida a ser a “palmatória do mundo”... Queria ver se nessa lista de pecados está o pecado mortal que é ser padre e casar com mulher. Por que os padres católicos que deveriam seguir a risca os mandamentos, principalmente o “crescei e multiplicai” não cumprem isso? Não seria esse um grande pecado?  Não é pecado mortal? Então por que os padres são quase que excomungados da igreja? Há uma afirmação que diz que os padres não podem se casar com mulheres (alguns se casam com homens) porque a igreja sempre foi riquíssima. Deixar os padres casarem seria ter que dividir o patrimônio com mulher e filhos e demais descendentes. Faz sentido. Nesse caso, se isso estiver na lista dos pecados, os  “legisladores” o fizeram em causa própria.

Deixemos para lá. Verdade é que pecado bom só presta grande e cabeludo. Mas para as igrejas o pecado é questão de sobrevivência. Como elas sobreviveriam se nós, pobres tementes a Deus não tivéssemos uma igreja caótica, digo católica ou evangélica ou pentecostal – mais pente do que costais, a nos atemorizar com o pecado? Tem que ser casado, pois amasiado é pecado; tem que só fazer sexo com mulher, pois procria e não dá nem “lobisomem nem jacaré”... O que a gente não entende, nem entra nas nossas “coxas” conceituais é o falso moralismo. Esse sim deveria ser pecado. Mas não. Ele flutua nas hostes religiosas e sociais como forma gritante de controle social deslavado – algo como “o que os olhos não veem o coração não sente”... Nem Jesus estaria vendo?

Depois da chamada “revolução de março de 1964” o Brasil teve que escrever uma nova Constituição Federal. Depois houve uma Constituinte em 1988 que está vigorando até hoje, porque precisava o país ser adequado a nova realidade do mundo. Esse é o mesmo raciocínio que imagino se adequar a essa questão meio babaca dos 133 pecados da Bíblia. Fico imaginando que os salmistas, os textificadores, os padres, papas, etc., todos aqueles que criaram esse “check- List”  moral se aqui estivessem morreriam de vergonha diante da loucura e da piração que a gente vê por aí. Talvez morressem mais pela sua pouca capacidade posta na feitura de um “cardápio de pecados” que fosse genérico e que fosse se adequando aos tempos. O danado é que, de fato eu nem mesmo sei se são genéricos! Se forem, eis aí uma prova de que a gente não é o pai nem a mãe do “genérico”. Mas lá como cá, pecado é uma coisa doida, do controle das pessoas por aqueles que se dizem donos da verdade, embora sejam apenas donos das sua inúmeras mentiras.

Fica a dica. Quem descobrir a lista dos pecados que são 133 (por que não um numero redondo?)faz a gentileza de me dizer o link para eu ir buscar e completar esse artigo. Essa crônica. Artigo? Crônica? Porra nenhuma, talvez um pecado original, originalíssimo que certamente não está entre os 133.

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(*) Publicado no Recanto das Letras em 05/01/2013

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