Por Carlos Sena (*)
Quando o quesito é
homossexualidade, todo mundo se acha “psicólogo” para fazer diagnostico e fazer
projeções psicanalistas. A modernidade, a banalização dos cursos superiores,
nem isto, tem ajudado a muitos serem parcimoniosos e cuidadosos com o que falam
e escrevem acerca das diferenças, especialmente dos gays. Portanto, tem sido
comum, em plena era nanotecnológica, internética, ver e ouvir pessoas julgando
comportamentos, principalmente acerca de pessoas do mesmo sexo e suas
afetividades. Essa evolução moderna do nosso tempo, infelizmente não
proporcionou a muitas pessoas o avanço conceitual e de atitude cidadã com
relação a minorias.
Houve um tempo em que o Almanaque
do Biotônico Fontoura trazia em suas páginas aconselhamentos. Quando se queria
criticar alguma posição chula da psicologia se dizia que “aquilo era psicologia
do Almanaque”... Pois é assim mesmo que vemos essa corriola de gente que diz o
que pensa em tom de autoridade, mas sem nenhuma legitimidade. Eis algumas
“pérolas”: ainda dizem que gays são filhos criados com avós. Ainda acreditam
que um bom psicólogo pode devolver a família o homem que estava “virando” gay.
Sugerem que os pais arrumem namoradas para os filhos, ou mesmo garotas de
programas para um “test drive”. Ainda acham que o garoto ou garota com
tendência gay pode ser produto de macumba, encosto, bem ao modo dos Silas Mala
Feias da vida. Ainda acha que a convivência com gays e assemelhados leve a
isto. Também confundem sexo com sexualidade. Não dissociam os gays da
fragilidade, esquecendo-se que fragilidade qualquer um pode ter. Sempre
associam o homossexual masculino às mulheres com suas indumentárias e adereços,
bem como as lésbicas a homens grosseiros. Quando sabem de um gay casado e com
filhos sempre acham que os filhos são do “urso”, esquecendo que homem gay faz
filho e essa é outra discussão. Ignoram, os psicólogos da esquina – mais
precisamente os enrustidos de plantão que, por não serem felizes vivem a
martirizar a vida dos gays, talvez exatamente porque reflitam o que eles não
tem coragem de fazer: ser feliz sendo o que sente por dentro, rompendo com a
falsa moral que eles ajudam a solidificar. Portanto, muito se poderia mostrar
nas entrelinhas de tantos que por ai andam dando pitacos sem ser chamados
acerca de questões que não conhecem. Às vezes com formação psicológica. Outras
vezes com formação diversificada. Mas, nos dois casos, sem nenhuma condição de
formalizar conceitos, principalmente porque só conhecem o preconceito que tanto
massacra os diferentes.
A Psicologia, enquanto ciência
defende os gays quando não vê doença na homossexualidade, como foi por muito
tempo difundido. Até um CID – Código Internacional de Doenças existia, mas por
consenso foi abolido diante das evidências. A Psiquiatria de corrente não
organicista também caminha pela crença de que as relações homossexuais são
sadias, posto que fazem seus entes felizes. Não obstante, certos padres, e
quase a totalidade dos pastores da ala chamada pentecostais – prefiro dizer do
MERCADO DA FÉ, vivem dilapidando a vida de certos rapazes e moças que são
felizes vivendo relações do mesmo sexo. A patrulha do pecado é por esses
pastores o grande engodo para tornar pessoas sadias em doentes. Porque os
doentes ficam fragilizados e mais susceptíveis às investidas de lavagem
cerebral. Uma corrente simplista neste sentido vale ser dita: “casal gay” não
constitui família. Não terão filhos que poderiam servir para engordar ainda
mais a conta corrente das igrejas. Outra: Quanto menos gays tiver na igreja,
mais seguros estarão os pastores que tem rabo preso e vivem dentro do armário.
Mais outra: pra se livrarem da imprensa, inventam que não condenam o pecador,
mas o pecado. Ou seja, condena-se a homossexualidade, mas, absolvem o
homossexual, como se fosse possível separar uma coisa da outra. Querem outra?
Depois eu digo, pois há muito pano para as mangas desse pomar de sodomia e
falso moralismo em nome de Deus.
Pode ser que um dia a gente seja
como as flores que mesmo diferentes vivem juntas. Ou como o intestino que
funciona às mil maravilhas sem se indispor com o fígado, com o pulmão, com o
coração e com os demais órgãos do corpo humano... Talvez o que falte a essa
corriola que vive por aí fazendo plantão com a vida alheia seja coragem para
serem o que são, ou seja, para assumirem os gays que estão dentro deles. Talvez
falte também a eles, vontade e coragem para serem competentes nos estudos e,
depois que saírem das faculdades aprenderem a dar opiniões sérias e sem
preconceitos.
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(*) Publicado no Recanto de
Letras em 03/06/2012
"Babado não é bico", ISSO NÃO É MUITO NOVO, NÃO!!! É DO TEMPO DE CATRAIA, REIMOSO E INCENÇAR...
ResponderExcluirMas, CESENA! - Você quer nos convencer de que todos devem ser gays, pra poderem ser felizes? - Assim, NÃO! - Eu não preciso ser gay pra ser feliz. - Sempre fui feliz com MULHER. - Todavia, quem tem o seu, dá a quem quer! - Essa de ficar dizendo que quem é contra gay é porque não tem coragem de sair do armário, é generalizar demais. E isso não pega nem a pau! - NÃO acho que veadagem seja doença. - É apenas um "gosto" filho da puta. - Mas, se alguém só se sente feliz, sendo veado, que seja veado a vida toda. E que tenha muito cuidado com picadura de escorpiões./.
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