Por José Fernandes Costa
Em texto recentemente publicado
na Gazeta Digital de Bom Conselho, a amiga Maria Caliel de Siqueira fala a
respeito de tragédias. Aquilo me pareceu
tema para reflexão, ao tempo em que pode revelar algumas dificuldades no dia a
dia da autora. – Coisas que todos têm.
Mas o que seriam tragédias? – As
guerras, os terremotos, maremotos, enfim, esses tormentos coletivos? Cremos que
estes estão mais para catástrofes, calamidades etc. – Porém, afora os desastres
coletivos, existem muitas tragédias particulares, isto é, no seio das famílias.
No início do ano de 2010, um
jovem de 22 anos, Alcides Nascimento Lins, estudante de biomedicina, foi
executado, fria e covardemente, por dois marginais que procuravam um sujeito
pra matar. – E abordaram Alcides, vizinho do indivíduo procurado pelos ditos
bandidos. Queriam pistas para localizar a sua caça. Como Alcides não sabia
informar, foi abatido com dois tiros na testa. – Possivelmente, a motivação da
procura ao vizinho de Alcides foi drogas.
Aquilo foi uma tragédia para Dª
Maria Luiza e suas filhas. – Maria Luiza ex-catadora de lixo, mãe de Alcides,
havia botado o filho e as filhas pra estudar em escolas públicas. Alcides fora
classificado em 1º lugar, entre seus pares, no vestibular da UFPE, para
ingressar em biomédicas. E estava sendo exemplo para os moradores da Vila Santa
Luzia, na Torre – Recife, onde moravam. – Extinguiu-se uma vida; acabou-se um
sonho.
Na sexta-feira, 1º de junho em
curso, um adolescente de 17 anos, estudante aplicado, do ensino médio, foi
igualmente executado impiedosamente por dois marginais que procuravam, para
matar, o irmão daquele adolescente morto.
Conforme notícias da imprensa, o rapaz procurado fugiu ao ver seus
possíveis algozes. Ele tem 16 anos e dizem que é envolvido com drogas ilícitas.
– Assim, morreu seu irmão, inocentemente. – Isso caracteriza mais uma desgraça
no âmbito de uma família e da comunidade.
Por força de circunstâncias, há
alguns meses, eu venho participando de debates, que me fazem enxergar
determinados problemas que recaem sobre diversas famílias. Com isso, pude
notar, em pouco tempo, que tais desgraças são verdadeiras tragédias vividas por
inúmeras famílias.
Refiro-me aos conflitos vividos
por dependentes químicos, os quais atingem em cheio seus familiares e demais
pessoas ao seu redor. – Longe de pensarmos que essa degradação só acontece nas
periferias, onde a pobreza campeia.
Esses indivíduos, por razões as
mais diversas, ingressam no consumo das drogas. – Sejam estas o álcool, a cocaína,
o crack, a maconha etc. Como agravante, ainda, há a associação de alguns desses
entorpecentes pela mesma pessoa. –Todo esse processo tem causas atinentes à
personalidade de cada um.
De outro modo, é voz corrente, na
psicoterapia, que ninguém entra nas drogas pra se tornar dependente. – Todos
(as) começam buscando divertimento, um pouco de prazer ou mera experiência que
seria inconsequente. Os que experimentam se dizem seguros de que é só uma
provada boba e nada mais. E Ainda: que só fumam ou cheiram enquanto quiserem.
Que no dia que queiram, largam o experimento, que consideram coisa de otários
etc.
Pura ilusão: o vício, aos poucos
e rapidamente, passa a dominar o usuário, de forma assustadora. Acaba com
quaisquer projetos de vida, quais sejam: família, estudo, trabalho, lazer,
atividades esportivas e sociais etc. E o pior, vale repetir: além de destruir o
viciado, destrói a família deste. Afasta seus ex-amigos e muito mais. – O
sofrimento é terrível para todos os que tenham a desdita de se deparar com
tamanho infortúnio. – E se alguém acha que o drogado não sofre, é percepção
errônea. Porque este sofre e sofre muito.
Nos debates a que me reporto, os
dependentes participam ao lado de suas famílias. Isto é, os que têm família e
esta compreende a dependência como sendo doença. – E nessas reuniões tenho
ouvido depoimentos os mais alarmantes possíveis, tanto dos usuários, quanto das
famílias deles. – Ficamos estarrecidos com a força das drogas aniquilando
pessoas inteiramente. – Força estranha que corrói as vítimas e reduz
demasiadamente a capacidade de ação dos seus familiares! – Ali encontramos
usuários com idade que varia entre 20 anos a 60 e poucos anos. Uns com mais de
20 ou 30 anos no uso das drogas. E outros que estão ainda começando. – Todos de
classe média.
Como exemplo dos inúmeros
depoimentos ouvidos, cito dois para ilustração: 1º - De um usuário de 48 anos:
“Pedi a meu pai hoje pra pagar ao traficante. E ele me perguntou: ‘até quando
isso vai durar, filho’? – Respondi: Não sei.” – 2º - De um pai: “Muitas vezes
saí de casa às três horas da madrugada, para ir buscar esse rapaz dentro de uma
favela, numa rodada de crack.”
Essa é uma realidade terrível, em
que sofrem todos: esposas, filhos, pais e demais parentes próximos que vivem a
tortura da incerteza, com respeito ao amanhã. – Porque essa doença, mesmo não
sendo terminal, não tem cura definitiva. – Ninguém garante a recuperação
definitiva do drogado.
Há, contudo, percentual pequeno
de alguns que abraçaram o vício e, com tratamento continuado e bastante
esforço, conseguem manter a abstenção, por anos e anos. – Mas a vigilância tem
de ser constante. Assim como é constante a tentação da recaída. E isso dura
enquanto tais vítimas vida tiverem. – Por consequência, elas têm de ser
acompanhadas por psicoterapeutas e outros profissionais especializados, durante
todo o resto de suas vidas. – Há os que chegam a passar dez ou mais anos em
abstinência. Mas, quando menos se espera, vem o recaimento.
Não há esperança de cura
definitiva. O que há é a expectativa angustiante da persistência do problema. É
o desespero de quem viverá assustado pelo resto da vida. As famílias sofrem
porque o seu ente querido está destruindo a própria vida e a vida de todos os
seus. – E os planos de vida que habitavam o imaginário dessas pessoas, de hora
para outra, quer de um, quer dos outros, vão por água abaixo.
Inevitavelmente o vício leva à
morte. E os viciados têm ciência disso. – Então, que força tão estranha é essa
que faz uma pessoa fazer aliança com a morte, renunciando aos bens da vida? –
Pergunta sem resposta!
Enquanto esse infortúnio não
chega às nossas portas (e Deus permita que nunca chegue), não fazemos ideia da
dimensão desse flagelo. Considerando o alastramento desse enorme mal nas
sociedades “modernas”, cada qual que peça a Deus para não se deparar com
semelhante desastre. – Em consequência do consumo de drogas, os dependentes
adquirem depressão profunda. E, a cada recaída, esse imenso sofrimento é
multiplicado. – Mas a força desse terrível mal está sempre puxando essas
vítimas para o fundo do poço. É o inferno aqui na terra. – É ISSO./.
ALÉM DESSA TRAGÉDIA GREGA, HÁ OUTRA DE GRAVES PROPORÇÕES: O GOVERNO NÃO DÁ A MÍNIMA PARA AS FRONTEIRAS DO BRASIL COM O GOVERNO COCALEIRO DA BOLÍVIA. CONSEQUÊNCIAS: O BANDIDO ROUBA UM CARRO ZERO QUILÔMETRO COM A MAIOR FACILIDADE, ATRAVESSA À FRONTEIRA ASSOBIANDO E CHUPANDO CANA, TROCANDO-O POR CINCO QUILOS DE PASTA DE COCAÍNA PURA. LÁ, NA BOLÍVIA, TODO CARRO ROUBADO AQUI NO BRASIL, É TRANQUILAMENTE EMPLACADO NO DETRAN DELES!!! DURMA-SE COM UMA BAGACEIRA DESSA...
ResponderExcluir