Em manutenção!!!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O sacerdócio político




Por Zé Carlos

Administrar um blog como este nosso (hoje quase sozinho, pois a Eliúde se prepara para fazer um curso não sei aonde e está cada dia faltando mais) é muito trabalhoso, no entanto, como sempre fui um estudante na vida e da vida, o retorno em aprendizado é gratificante “por demais” (ainda estou sob a influência do linguajar do Jessier Quirino).

A AGD sempre foi dirigida para Bom Conselho e continua sendo. Mas, durante este tempo que a faço, o foco foi mudando para outros lugares e para o mundo. Eu descobri que ficaria extremamente caro ir a Bom Conselho todos os dias para obter notícias que a própria mídia da terra tem dificuldade em obter. O custo de fazer isto não seria aceito pelos nossos patrocinadores (que são Jesus, Maria e José, que me garantiram que eu não teria problemas com o Padre Nelson, pois eles deveriam servir a todos) e nem eu aguentaria tantos deslocamentos para encontrar notícias, nem sempre existentes.

O que me encanta na atividade é que aprendemos sobre assuntos que nunca esperávamos um dia aprender, como uma verdadeira escola da vida. Por exemplo, eu hoje já me atrevo a dar alguns pitacos sobre política, coisa que me foi alheia, pela minha formação, por um bom tempo. Eu digo que sou um político aristotélico, ou seja, porque o filósofo grego disse que o homem é um animal político. Embora, neste campo, penso que ele tem mais de “animal” do que de político. E assim sendo, lá vai eu aprendendo.

Há algum tempo atrás, nestas alturas das eleições eu não sabia nem quem eram os políticos de Bom Conselho, nem mesmo os seus nomes. Hoje, continuo não os conhecendo pessoalmente, mas, pelo menos sei seus nomes. Ao fazer a página DEU NOS BLOGS alguns dias atrás (e quando isto for publicado já pode ter mudado), eu vi seis nomes de pessoas que estão interessadas em sentar na cadeira do Palácio do Coronel Zezé. E eu apenas fico admirando a coragem  e abnegação destas pessoas.

E desta observação, eu fico me colocando no lugar deles, tanto na campanha quanto em suas consequências de sucesso ou insucesso. É um trabalho duro de lascar o cano, como se diz. Sendo assediados por eleitores que procuram saber sobre os seus planos de governo para tomar sua decisão no dia da eleição. Presença em festas e eventos para mostrar que tem interesse na cultura e sociedade em que habitam. Ida a eventos religiosos, porque todos que sentam na cadeira do Coronel devem ser ungidos por Deus. Distribuição de santinhos onde estão todas suas virtudes. Uma caridade aqui outra ali, mas sempre avisando que estes R$ 100.000 ou R$ 200.000 é apenas porque é mais fácil um camelo passar por um fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus, e que ele está apenas, desinteressadamente, querendo entrar no céu, embora, se puder sentar antes naquela cadeira, melhor ainda.

E por ai vão os abnegados candidatos procurando o trabalho duro que o espera de gerir um município, por um salário, muitas vezes, pequeno, e ainda correm o risco de alguém não votar neles. Não parece justo. O que os move então? E eu vou aprendendo as respostas ao longo de minha jornada blogueira. E penso que só pode ser uma coisa: a vocação.

O político é um sacerdote do poder. Ele ama o poder sobre todas as coisa e o próximo com ele mesmo, desde que seja seu eleitor. Já disseram até que o poder é afrodisíaco, e é por isso que muitos políticos tem suas mulheres paralelas para extravazar esta faceta de sua vocação. Embora alguns países mais atrasados do que o nosso coíbam esta prática aos políticos, como os Estados Unidos. Dizem que lá, se o cara for pego “pulando a cerca” está frito. Aqui, quando isto é descoberto, o político se transforma em presidente do congresso ou da republica de imediato.

Por que um sacerdócio? Por que o bom político não pode pecar. Ele não pode roubar, não pode matar, não pode cometer estelionato, não pode prevaricar. Ou seja, tem que ser um puro de coração e de alma. Se, por um triste acaso os eleitores votam em pessoas que não são virtuosas, os próprios eleitores tratam de tirá-los do poder, logo em seguida. Eu aprendi que o tempo para se fazer isto pode demorar um pouco, como no caso do Sarney, para quem ainda não chegou o tempo, mas, normalmente, isto demora menos. Mas, em sua grande maioria, são pessoas cheias de virtudes, como preveem os estatutos de cada partido.

O que normalmente acontece, quando estão na cadeira do Coronel, são pequenas tentações, como ocorre com qualquer sacerdote no cumprimento de sua missão. Um emprego de um parente, um pequeno desvio de verba para comprar comida para o gato, o aviso a um amigo sobre a rua que vai ser calçada, o uso do carro da prefeitura para levar o cachorrinho em coma para um hospital,  a ajuda à bodega do amigo que está em dificuldade, etc. são pequenas tentações que qualquer padre perdoaria de chofre, e com toda consciência. O resto é intriga da oposição.

E mesmo com todas estas restrições, como já disse, li que há 6 pessoas este ano tentando sentar na cadeira do Coronel em Bom Conselho. Dizem que ainda podem aparecer mais candidatos com vocação sacerdotal para o cargo, e eu os parabenizo, pela coragem, pelo desprendimento, pela honestidade, pela capacidade e por todas outras virtudes que eles não podem nem tocar na campanha, para pedir votos, pois os eleitores sabem que isto já faz parte, ou deveria fazer, de sua natureza, e não ganham votos.

O que o eleitor cruel quer, além disto que todos devem ter, é um plano de trabalho que mostre o que ele vai fazer com a cidade, como vai geri-la e administrá-la. Este será o seu diferencial, pois todos são sacerdotes virtuosos por definição. Eita eleitorado exigente, sô!

2 comentários:

  1. Todos nos sabemos, por ver, ouvir e muitas vezes calar que não há sacerdócio nem mais no sacerdócio, imaginem na política.
    Observamos conflito de interesses entre os diversos candidatos, isto em Bom Conselho, Garanhuns, Uzbequistão, Farofistão e qualquer outra plaga onde os políticos estiverem presentes.
    Garanhuns é um deles, imagine que o Governador, na maior cara de pau(ganhou até o troféu Óleo de Peroba) mandou lá de Lajedo um sujeito conversador de bestidades para se candidatar à revelia de todos, inclusive do próprio partido. Logo, política não é sacerdócio, é interesse puro com vistas a chance de vilipendiar o erário, que o digam as licitações fajutas e as obras fantasmas, tanto algures, como alhures.
    Eu não acredito, mas como disse o fundador da" Opus Dei": "Omnia possibilia sunt crediti".

    ResponderExcluir
  2. CARO ZÉ CARLOS, NÃO É QUE OS "ELEITORES CRUÉIS" ESTÃO CERTOS ?REFIRO-ME AO FATO DE QUERER QUE OS CANDIDATOS APRESENTEM PROGRAMA DE TRABALHO,COMO PRETENDEM ADMINISTRAR A CIDADE E.T.C.MAIS IMPORTANTE DO QUE AS VELHAS "TROCAS DE FARPAS" QUE APENAS DESGASTAM POLÍTICOS E ELEITORES.OUSO REPETIR AQUI O TITULO DO ESCRITO EM MEU BLOG. "VERDADEIRO NINHO DE COBRAS"É O MUNDO POLITICO ATUAL,SEM NENHUM SACERDÓCIO SALVANDO-SE POUCOS.

    ResponderExcluir