Por Zé Carlos
Administrar um blog como este nosso (hoje quase sozinho,
pois a Eliúde se prepara para fazer um curso não sei aonde e está cada dia
faltando mais) é muito trabalhoso, no entanto, como sempre fui um estudante na
vida e da vida, o retorno em aprendizado é gratificante “por demais” (ainda estou sob a influência do linguajar do Jessier
Quirino).
A AGD sempre foi dirigida para Bom Conselho e continua
sendo. Mas, durante este tempo que a faço, o foco foi mudando para outros
lugares e para o mundo. Eu descobri que ficaria extremamente caro ir a Bom
Conselho todos os dias para obter notícias que a própria mídia da terra tem
dificuldade em obter. O custo de fazer isto não seria aceito pelos nossos
patrocinadores (que são Jesus, Maria e José, que me garantiram que eu não teria
problemas com o Padre Nelson, pois eles deveriam servir a todos) e nem eu
aguentaria tantos deslocamentos para encontrar notícias, nem sempre existentes.
O que me encanta na atividade é que aprendemos sobre
assuntos que nunca esperávamos um dia aprender, como uma verdadeira escola da
vida. Por exemplo, eu hoje já me atrevo a dar alguns pitacos sobre política,
coisa que me foi alheia, pela minha formação, por um bom tempo. Eu digo que sou
um político aristotélico, ou seja, porque o filósofo grego disse que o homem é
um animal político. Embora, neste campo, penso que ele tem mais de “animal” do que de político. E assim
sendo, lá vai eu aprendendo.
Há algum tempo atrás, nestas alturas das eleições eu não
sabia nem quem eram os políticos de Bom Conselho, nem mesmo os seus nomes.
Hoje, continuo não os conhecendo pessoalmente, mas, pelo menos sei seus nomes.
Ao fazer a página DEU NOS BLOGS alguns dias atrás (e quando isto for publicado
já pode ter mudado), eu vi seis nomes de pessoas que estão interessadas em
sentar na cadeira do Palácio do Coronel Zezé. E eu apenas fico admirando a
coragem e abnegação destas pessoas.
E desta observação, eu fico me colocando no lugar deles,
tanto na campanha quanto em suas consequências de sucesso ou insucesso. É um
trabalho duro de lascar o cano, como se diz. Sendo assediados por eleitores que
procuram saber sobre os seus planos de governo para tomar sua decisão no dia da
eleição. Presença em festas e eventos para mostrar que tem interesse na cultura
e sociedade em que habitam. Ida a eventos religiosos, porque todos que sentam na
cadeira do Coronel devem ser ungidos por Deus. Distribuição de santinhos onde
estão todas suas virtudes. Uma caridade aqui outra ali, mas sempre avisando que
estes R$ 100.000 ou R$ 200.000 é apenas porque é mais fácil um camelo passar
por um fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus, e que ele está
apenas, desinteressadamente, querendo entrar no céu, embora, se puder sentar
antes naquela cadeira, melhor ainda.
E por ai vão os abnegados candidatos procurando o trabalho
duro que o espera de gerir um município, por um salário, muitas vezes, pequeno,
e ainda correm o risco de alguém não votar neles. Não parece justo. O que os
move então? E eu vou aprendendo as respostas ao longo de minha jornada
blogueira. E penso que só pode ser uma coisa: a vocação.
O político é um sacerdote do poder. Ele ama o poder sobre
todas as coisa e o próximo com ele mesmo, desde que seja seu eleitor. Já
disseram até que o poder é afrodisíaco, e é por isso que muitos políticos tem
suas mulheres paralelas para extravazar esta faceta de sua vocação. Embora
alguns países mais atrasados do que o nosso coíbam esta prática aos políticos,
como os Estados Unidos. Dizem que lá, se o cara for pego “pulando a cerca” está frito. Aqui, quando isto é descoberto, o
político se transforma em presidente do congresso ou da republica de imediato.
Por que um sacerdócio? Por que o bom político não pode
pecar. Ele não pode roubar, não pode matar, não pode cometer estelionato, não
pode prevaricar. Ou seja, tem que ser um puro de coração e de alma. Se, por um
triste acaso os eleitores votam em pessoas que não são virtuosas, os próprios
eleitores tratam de tirá-los do poder, logo em seguida. Eu aprendi que o tempo
para se fazer isto pode demorar um pouco, como no caso do Sarney, para quem
ainda não chegou o tempo, mas, normalmente, isto demora menos. Mas, em sua
grande maioria, são pessoas cheias de virtudes, como preveem os estatutos de
cada partido.
O que normalmente acontece, quando estão na cadeira do
Coronel, são pequenas tentações, como ocorre com qualquer sacerdote no
cumprimento de sua missão. Um emprego de um parente, um pequeno desvio de verba
para comprar comida para o gato, o aviso a um amigo sobre a rua que vai ser
calçada, o uso do carro da prefeitura para levar o cachorrinho em coma para um
hospital, a ajuda à bodega do amigo que
está em dificuldade, etc. são pequenas tentações que qualquer padre perdoaria
de chofre, e com toda consciência. O resto é intriga da oposição.
E mesmo com todas estas restrições, como já disse, li que há
6 pessoas este ano tentando sentar na cadeira do Coronel em Bom Conselho. Dizem
que ainda podem aparecer mais candidatos com vocação sacerdotal para o cargo, e
eu os parabenizo, pela coragem, pelo desprendimento, pela honestidade, pela
capacidade e por todas outras virtudes que eles não podem nem tocar na
campanha, para pedir votos, pois os eleitores sabem que isto já faz parte, ou
deveria fazer, de sua natureza, e não ganham votos.
O que o eleitor cruel quer,
além disto que todos devem ter, é um plano de trabalho que mostre o que ele vai
fazer com a cidade, como vai geri-la e administrá-la. Este será o seu
diferencial, pois todos são sacerdotes virtuosos por definição. Eita eleitorado
exigente, sô!
Todos nos sabemos, por ver, ouvir e muitas vezes calar que não há sacerdócio nem mais no sacerdócio, imaginem na política.
ResponderExcluirObservamos conflito de interesses entre os diversos candidatos, isto em Bom Conselho, Garanhuns, Uzbequistão, Farofistão e qualquer outra plaga onde os políticos estiverem presentes.
Garanhuns é um deles, imagine que o Governador, na maior cara de pau(ganhou até o troféu Óleo de Peroba) mandou lá de Lajedo um sujeito conversador de bestidades para se candidatar à revelia de todos, inclusive do próprio partido. Logo, política não é sacerdócio, é interesse puro com vistas a chance de vilipendiar o erário, que o digam as licitações fajutas e as obras fantasmas, tanto algures, como alhures.
Eu não acredito, mas como disse o fundador da" Opus Dei": "Omnia possibilia sunt crediti".
CARO ZÉ CARLOS, NÃO É QUE OS "ELEITORES CRUÉIS" ESTÃO CERTOS ?REFIRO-ME AO FATO DE QUERER QUE OS CANDIDATOS APRESENTEM PROGRAMA DE TRABALHO,COMO PRETENDEM ADMINISTRAR A CIDADE E.T.C.MAIS IMPORTANTE DO QUE AS VELHAS "TROCAS DE FARPAS" QUE APENAS DESGASTAM POLÍTICOS E ELEITORES.OUSO REPETIR AQUI O TITULO DO ESCRITO EM MEU BLOG. "VERDADEIRO NINHO DE COBRAS"É O MUNDO POLITICO ATUAL,SEM NENHUM SACERDÓCIO SALVANDO-SE POUCOS.
ResponderExcluir