Por Zé Carlos
A cada dia que se passa fica mais difícil escrever esta
coluna semanal, que, pretensiosamente, tenta fazer seus leitores alegres e
entrarem com o pé direito e o riso aberto na semana que se inicia. As notícias
dos jornais já não precisam nem serem interpretadas para produzirem o riso
necessário. Então, meus senhores e minhas senhoras, eu não os culparei se não a
lerem e passarem a ver apenas os telejornais. Lá também o riso está garantido.
Querem um exemplo? Vi esta semana que o Maduro, sim, aquele
que é presidente da Venezuela, e que de tão maduro, espera-se que caia o quanto
antes, para despistar a imprensa, contratou um seu dublê, e, pasmem uma dublê
de sua esposa. Isto se deu na Cúpula das Américas, no Panamá, que foi palco
também de um encontro histórico entre o Raul Castro e o Barack Obama. Não, não
estou brincando não. Cuba agora vai deixar se explorar pelo imperialismo
americano. Já imagino o Che Guevara se retorcendo no túmulo e dizendo: “Até tu, oh Castro!?!”. Talvez, tenha
sido por isso que o Galeano, sim, aquele que escreveu um clássico da literatura
esquerdista latino-americana (“As veias
abertas da América-Latina”). Suas veias devem ter se fechado.
Entretanto, este foi apenas um exemplo na área
internacional. Aqui no Brasil é que toda imprensa virou revista de humor. Então
passemos ao plano interno, nesta gloriosa semana, para o riso.
Começo então pelo nosso legislativo, em sua câmara alta, o
senado, com o seu presidente dizendo que pedir cargos ao executivo apenas “apequena a política”. Coisa extremamente
séria e verdadeira, até quando sabemos que o presidente de quem falamos é o
Renan, sim, aquele mesmo, que controla tantos cargos com pessoas de sua confiança,
que nem se lembra mais de quem sejam. Dizem que quando ele entra numa
repartição pública vai logo perguntando ao primeiro funcionário que encontra: “Você é meu?”. Podem começar a rir, pois
o caso é para isto mesmo.
Ingressemos agora no judiciário, sim, aquele mesmo poder ao
qual o Joaquim Barbosa pertencia e que é responsável por ter feito o Delúbio
ter ido contar piada de salão lá na Papuda. A Dilma nomeou um ministro para
vaga do Joaquim, e só para compensar o fez indicando um admirador do PT, que
até já fez campanha para ela. Agora temos ministros do PT e ministros do PSDB,
lá no Supremo, e as votações serão feitas em urnas eletrônicas emprestadas pelo
TRE. Como, vocês veem, a Dilma, nossa protagonista da coluna, pela sua
capacidade de nos fazer rir, foi, uma vez mais, à luta. Podem bolar pelo chão
com o riso solto, mas, guardem algum fôlego, pois a semana passada ainda está
começando.
E quem ainda se aguenta na cadeira, leiam essa: O PT discute abrir mão das doações de
empresas. Ou seja, depois que levou tudo, e o Sergio Moro descobriu, agora
não tem sentido mais pegar recursos de empresas, mesmo porque, elas faliram de
tanto propinar o partido. Afinal de contas, todos que o acompanham sabem que o
PT não dá ponto sem nó, a não ser que o saco esteja abarrotado de grana.
Entretanto, o que movimentou a semana mesmo, foi a prisão do
tesoureiro do PT, o João Vaccari Neto, sim, aquele que se apresentou na CPI da
Petrobrás, ao som de ruídos de ratos uma semana antes, e de quem eu tive tanta
pena (dos ratinhos, é claro). Foi um acontecimento importante para o Brasil e
para esta coluna, do ponto de vista humorístico quando vocês lerem o seguinte
trecho de uma nota do partido sobre o fato:
“A detenção de João
Vaccari Neto é injustificada visto que, desde o início das investigações, ele
sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar qualquer
esclarecimento que lhe fosse solicitado.... Informamos ainda que, por questões
de ordem práticas e legais, João Vaccari Neto solicitou seu afastamento da
Secretaria de Finanças e Planejamento do PT.”
Se ninguém riu até agora é porque meus 9 leitores estão
ficando muito exigentes. Ora, meus caros e minhas caras, basta apenas pensar no
Delúbio, sim, aquele que orientou Lula a dizer em Paris que o PT só faz o que
os outros fazem, ou seja, Caixa 2, e que o mensalão era uma piada de salão. O Vaccari
não saiu porque lavava dinheiro das propinas que as empresas roubavam da
Petrobrás para dar ao PT, e sim, porque o companheiro achou por bem, se
entregar lá em Curitiba ao juiz Sérgio Moro. Aliás, vai haver um Congresso do
PT, proximamente, e uma das proposições, para proteger o seu mais recente
tesoureiro é colocar militantes do local onde o Moro trabalha para gritar: “Moro, guerreiro, do povo brasileiro!”. Afinal
de contas, quem não tem para onde apelar, tem que tentar conquistar o inimigo
com salamaleques. Mas, se eles decidirem isto, até eu me juntarei aos militontos do PT.
Para dar uma ideia a vocês da importância da prisão do
Vaccari, esta coluna até encontrou um novo candidato para compor o time de
humoristas da coluna: O Sibá Machado, que é o líder da bancada do PT na Câmara
Federal. Ele, depois de dizer que a operação Lava Jato era uma criação da CIA,
diz agora que a prisão do tesoureiro é política. Já decidi, vou contratar o
Sibá, assim que ele deixar a deputação.
Se vocês pensam que agora podem descansar, que a semana
terminou por aí, podem tirar o seu cavalinho da chuva. Os gringos sempre se
metem em nossa história, desde Pedro Álvares Cabral. Continua tudo a mesma coisa.
Agora, um tal de Jonathan Taylor, um holandês, sim, daquele mesmo povo que
invadiu Pernambuco um dia e que até aqui fez palácios, disse que entregou ao
CGU, em agosto do ano passado, um dossiê que comprova que a SBM pagou propina a
funcionários da Petrobrás, e que a Controladoria Geral da União, esperou
passarem as eleições para abrir o processo administrativo para investigar a
empresa holandesa.
Então vejam, meus caros leitores, ainda vivos até aqui, se
isto era motivo para a oposição querer o impeachment de nossa musa inspiradora,
a Dilma? Só pode ser para atender meu pedido para que a Dilma saia mais cedo
para integrar o quadro permanente desta coluna semanal, como já o é o Lula, que
andou também aprontando das suas. Vejam o que ele disse:
“Se tem problema de
corrupção na Petrobras, então prendam quem roubou. Prendam! É pra isso que tem
Justiça, é pra isso que tem polícia. Mas não vamos confundir o que está
acontecendo com algumas pessoas com o destino desse país.”
Como vocês veem o homem ainda não sabe de nada. Nunca falou
com o Paulo Roberto Costa, nem com o Duque, nem com o Delúbio, nem com Vaccari,
e muito menos com a Dilma. Seria trágico se não fosse tão cômico.
Já vejo os leitores ficarem inquietos e se perguntando, e a
Dilma, não aprontou nada importante esta semana? Ora, senhores, vocês sabem que
igual ao Pelé, como dizia o Romário, a Dilma calada é uma poeta. E ela assim
permaneceu nesta semana, porque se ela jogou algum cabide em outra governanta,
isto não fez parte de sua agenda oficial. Porém, o que ela fez no seu governo
anterior, com sua contabilidade criativa foi um verdadeiro desbunde. O ministro
Augusto Nardes, do TCU, disse que ela deve ser responsabilizada legalmente
pelas pedaladas fiscais, e acrescentou:
“Existem várias situações de ilegalidade em
relação às pedaladas. Já no ano passado havíamos encontrado uma situação muito
crítica pelo fato de o Ministério da Fazenda não ter contabilizado algumas
operações. E agora constatamos que houve uma série de empréstimos feitos pela
CEF e outras instituições que somam mais de 40 bilhões de reais sem uma
sustentação legal”...
Eu tive vontade de me aprofundar sobre o significado das “pedaladas fiscais”, mas, não o faço
porque esta coluna já está em tamanho suficiente para fazer com que meus
leitores entrem nesta semana sorrindo e felizes. Prefiro só pensar nas “pedaladas” do Robinho, pois ainda tenho
o filme do UOL para comentar.
Todos os temas do filme foram abordados na análise anterior,
com uma exceção, os protestos contra a Lei da Terceirização. Chamo a atenção
apenas para a declaração do nosso colaborador, o Lula, a respeito. Ele diz que
a lei é contrária a tudo que os trabalhadores conquistaram nos últimos tempos,
e só faltou criticar o seu exemplo de terceirização de Dilma, que entregou o
governo a Michel Temer, a economia ao Levy, e foi descansar, porque ela não é
de ferro.
Para ser preciso há ainda as manifestações que não
comentamos na coluna passada porque nem era necessário. Todos viram que menos
pessoas foram às ruas pedir o impeachment de Dilma. Quanto ao número de pessoas
eu repito o que disse um colaborador deste blog, o Zezinho de Caetés, quando
escreveu que “tamanho não é documento;
já quanto a ênfase no impeachment, pelo andar da carruagem, não vai precisar
ninguém pedir mais, e teremos, com sorte a Dilma nesta coluna, também em tempo integral.
Agora fiquem com o resumo do roteiro do vídeo do UOL, e com
o filme. Bom início de semana.
“Da nova série de
protestos contra o governo de Dilma Rousseff a mais protestos contra o projeto
de lei da terceirização. Do ator de "Máquina Mortífera", Danny
Glover, em evento ao lado de Lula à prisão do tesoureiro petista João Vaccari
Neto, a semana tem para todos os gostos na charge política do UOL.”
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