Por Zezinho de Caetés
Ontem estava lendo sobre a crise grega e fazendo um paralelo
com a crise brasileira, com meus parcos conhecimentos de Economia. Ao ler O
Globo, encontrei um texto do Carlos Alberto Sardenberg, que pelo título, já me
deixou encafifado: “Enganaram Tsipras”.
Este nome estranho é, de nada mais nada menos, do Primeiro Ministro grego, o
Alexis Tsipras.
Isto eu sabia. O que eu não sabia era quem o havia enganado.
Só descobri lendo o referido texto. Vocês imaginam quem foi? Não poderia ser
ninguém mais do que o Lula e a Dilma. Os detalhes, leiam vocês mesmos. Eu
apenas digo que em matéria de enganação, ninguém na história deste país, e
agora do mundo, ganha do Lula. E, pelo jeito ele ensinou quase tudo que sabe à
sua criatura, nossa gerenta presidenta, a Dilma.
Hoje, com o resultado da última pesquisa do IBOPE, já se
sabe que quase 90% do brasileiros assim pensam, e os outros 10%, são os
petistas que ainda continuam empregados. E não se iludam, porque nas próximas
pesquisas a coisa ficará muito pior. Os conselhos para que a Dilma renuncie e
evite o processo desgastante do impeachment, já começam a ecoar até em suas
próprias hostes. Ninguém aguenta mais as besteiras ditas por ela aqui e no
exterior. Nem o Fidel, seu dileto camarada, aguentaria, quanto mais o Obama.
E, como dizem os bons economistas deste país, a crise está
apenas no começo, e não haverá nenhuma chance de acabar enquanto a Dilma
estiver fingindo que governa e Michel Temer fingindo que é o presidente.
Portanto, eu faço eco aos brasileiros e imploro: DILMA, RENUNCIE! PARA O BEM DO
BRASIL.
“Não é piada porque o povo grego não está achando graça nenhuma. Mas é
uma ironia pronta. Há dois anos e meio, Alexis Tsipras, então um jovem
aspirante a líder europeu, esteve no Brasil para ouvir o conselho de Dilma e
Lula. Ouviu que políticas de austeridade só levam ao desastre e que era
preciso, ao contrário, aumentar o gasto público e o consumo. E não é que ele,
eleito primeiro-ministro, seguiu o conselho quando o governo Dilma estava
fazendo justo o contrário, uma severa política de aumento de impostos, corte de
gastos e alta de juros? A mesma que os credores europeus estão exigindo da
Grécia.
Tsipras está muito ocupado com a confusão que armou. Mas ainda assim
poderia tomar um tempinho para telefonar ao mentor e à mentora brasileira: e o
que eu faço agora, hein?
Seria só para manifestar sua bronca porque Lula e Dilma não teriam o
que responder. Depois de três anos de política anti-austeridade, a economia
brasileira chegou ao desastre. Logo, o conselho de dezembro de 2012, quando
Tsipras teve longos papos com Dilma e Lula, está superado pelos fatos.
Austeridade, então? Dá para imaginar Tsipras reclamando com razão: mas
só agora vocês me avisam? Seria melhor, então, que os conselheiros não
dissessem nada. Simplesmente não atenderiam o telefone, celulares... e, talvez,
poderiam mandar uma mensagem tipo “desculpaí, foi mal". Sabem como é, o primeiro-ministro
grego é bem jovem, nem usa gravata.
Mesmo porque, seguem as ironias, Dilma não poderia recomendar
austeridade no momento em que sua popularidade é um desastre tão grande quanto
a economia.
E querem mais uma? Pois a Grécia, do ano passado para cá, estava em
processo de recuperação do crescimento, junto com a Europa. Podem checar os
diversos cenários que vinham sendo feitos por instituições internacionais. Ou
pela revista “Economist”: a previsão de crescimento para este ano é (era) de
1,4%, depois de uma expansão de 0,8% em 2014.
É pouco, claro, nem de longe repõe as perdas da recessão e o desemprego
continua na casa dos 25%. Mas era um desempenho melhor que a anti-austeridade
brasileira. Nada de crescimento em 2014 e uma recessão em 2015. Alguns dirão: a
recessão deste ano é culpa da austeridade. Não é. Nenhuma política conseguiria
produzir maldades tão rapidamente.
Desastres econômicos são cuidadosamente construídos ao longo de muitos
equívocos. E tanto maior o tempo de recuperação quanto maior e mais longo o
desastre.
Tudo considerado, a população brasileira sabe que ainda passará por
tempos difíceis: inflação elevada, juros altos, desemprego em alta e só a renda
em queda. A população grega vai passar por tempos piores, ficando ou não na
Zona do Euro, fazendo ou não um novo acordo com os credores. A incerteza
trazida pelo governo de esquerda de Tsipras levará tempo para se dissipar.
Por exemplo: se o governo reabrir os bancos e permitir a livre
movimentação do dinheiro, não sobrará um centavo na Grécia. Toda pessoa de bom
senso transferirá sua poupança para, digamos, a Alemanha.
Mas o país estará certamente pior se deixar o Euro, sem novo acordo de
financiamento. Além dos problemas atuais, haverá desvalorização e alta inflação
na nova moeda (contra inflação zero do euro) e, pois, a perda do valor de
poupanças e rendas.
Neste caso, entrará em operação o Plano B, explicado em entrevista a O
GLOBO por Theodoros Paraskevopoulos, assessor econômico do Syriza, o partido de
Tsipras:
“Suspender completamente o pagamento da nossa dívida, em outras
palavras, dar o calote. Pela primeira vez, os bancos alemães e franceses vão
sofrer com essa crise. Eu sei que, nesse caso, a Grécia não teria mais acesso
ao mercado de capitais".
Não é verdade que aqueles bancos vão sofrer pela primeira vez. Lá
atrás, no primeiro acordo de resgate da Grécia, já foram obrigados a aceitar um
desconto nos seus créditos e a refinanciá-los com juros menores. Hoje, é bem
pequena a exposição de bancos privados alemães e franceses à dívida grega.
Aprenderam. Esta dívida está hoje, na maior parte, com os governos e
instituições europeias. A Grécia de Tsipras, portanto, vai dar um calote nos
colegas, vai passar a conta para contribuintes de outros países.
De todo modo, ficará isolada da Europa na política, estará fora dos
mercados de capitais, sem financiamento, portanto, e afastada da economia
global. Tudo bem, disse Paraskevopoulos: “Temos a chance de procurar novas
alianças, com o Brasil, com a Venezuela, com a Rússia".
Estão lascados. Vão cair na esparrela outra vez.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário