Por Zé Carlos (*)
Quando sentei para escrever, não sabia ainda se começaria
este artigo citando a Bíblia ou um provérbio chinês. Pensei muito, o tempo
esgotou e escolhi o provérbio que diz: “Mesmo
para fazer uma grande caminhada, é preciso dá o primeiro passo”. Para não
sofrer logo alguma represália por ter preterido o Livro Sagrado eu digo o que
iria escrever se o começasse citando: “No
princípio era o verbo. O verbo se fez carne e habitou entre nós”. Isto eu
me lembro “de ouvido”, da minha
infância, das leituras religiosas, portanto não sabia qual o evangelista que o
disse. Como estou junto a uma religiosa plena, só foi perguntar a Lucinha
Peixoto, pelo telefone. Ela então mandou brasa dizendo que o evangelista é João
e que a citação é do Capítulo 1, e disse que eu poderia ter expressado o que
tinha a dizer com a citação se dissesse assim:
“No princípio era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por intermédio
dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós,
cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito
do Pai.”
Não quis mais ouvir a pregação, dei uma enrolada no telefone
e continuo a escrever, mostrando que, o que vem a seguir tem a ver com as duas
frases acima, embora, mais com o provérbio chinês.
Tanto tempo faz que não escrevia que já são horas sentado
aqui procurando as palavras certas. Nos últimos 30 minutos descobri que as
palavras certas são aquelas que escrevemos. O que lamento é que ainda neste
nosso país ainda existam milhões de pessoas que não sabem escrever nem as
palavras certas e nem as erradas. Ora, se tive o privilégio de está do outro
lado da ponte, porque tanta dúvida em usá-las. Elas são o nosso poder para
ajudar àqueles que nos acenam lá na outra margem.
Hoje é o segundo dia de nosso blogjornal, A Gazeta Digital. Não foi uma iniciativa minha. Foi um
chamado. Anos passados, criei uma empresa virtual, com sede em Caldeirões, e um
bando de pessoas, que hoje todos já conhecem, me ajudou a colocar um monte de
vídeos na internet. O tempo passou e vi que os meus neurônios, que são uma
porção, mas, estão todos de cabelos brancos, não poderiam enfrentar a computação
gráfica, isto é coisa para neurônios juvenis. Resolvi dar um tempo e me dedicar
aos afazeres domésticos de um aposentado de milícia. Já estava querendo voltar
ao batente, quando alguns amigos da CIT me procuraram e me fizeram a proposta,
que até agora não parece ter sido indecente: criar um blog de notícias para Bom
Conselho. Aceitei e aqui estamos, depois de reuniões, com mais brigas do que
reuniões do PMDB com o PT.
Não poderei explicar aqui, hoje neste início, tudo a que nos
propomos, e, os meus e minhas colegas de trabalho, mesmo sem o dono do Banco
Panamericano, faremos isto ao longo do tempo, e os nossos leitores observarão o
que pretendemos. Seguiremos um lema, que parece que foi o Che Guevara, não o
Altamir Pinheiro do Blog Chumbo Grosso de Garanhuns, mas, o verdadeiro, deveria
ter dito: “Poderemos até dar porradas,
mas sem perder a ternura jamais”, e nem o senso de humor. Aquele velho
objetivo da CIT, de “provocar risos e
emoções”, pode até ter sido encampado pelo nosso blogjornal, eu só diria
que pesaremos mais um pouco nas emoções, e que muitas não nos causarão risos
porque são fincadas na realidade das notícias de nossa terra e de outras
bandas.
Só como exemplo, hoje apenas dei uma olhada nas manchetes do
jornal que assino e vi lá na primeira página: “Marinha quer vender mangue em Boa Viagem”. Eu pensei logo, prá que
diabo alguém quer comprar o mangue? Pasmem, querem torná-lo um espaço
imobiliário. Na certa serão construídos mais alguns espigões no local. Espero
que os outros órgãos públicos e a população intercedam por nós. Logo a Marinha,
que dizem ter brilhado para expulsar os bandidos do Rio de Janeiro!? Até hoje
pagamos à Marinha para usar uma extensa faixa de nossa terra, e agora ela quer
vender. Será que o capitalismo nosso de cada dia já chegou a este ponto?
Privatizar, eu concordo, mas a Marinha é demais.
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(*) Texto publicado em 02 de dezembro de 2010. Mudariam
algumas notícias (Não sei se foi o RioMar que comprou o mangue da marinha),
algumas palavras (blogjornal, além de um nome feio não colou muito), alguns
locais (embora dirigido para Bom Conselho falamos mais de outros lugares do que
pretendíamos no início), mas, no fundo no fundo o objetivo continua o mesmo de
tentar contribuir de alguma forma com o “progresso”
(coloco entre aspas pois esta palavrinha tem tantas conotações que não me
atrevo a discutir aqui) de nossa terra. Foi até bom ter caído este dia, num dia
de domingo, pois ele não tomará espaço de algum colaborador com uma mensagem
melhor do que a minha. Continuamos dando passos, embora não saiba bem aonde
estamos nem ao certo para onde vamos, apenas caminhamos... (ZC)
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