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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

ACADEMIA BOMCONSELHENSE DE LETRAS - ABL





Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

Passado as eleições municipais, volto a focar um assunto que há muito está esquecido. As eleições se passaram, os eleitos vão tomar posse no próximo mês de janeiro, enquanto os que se afastaram do governo, lamentam o fato, no entanto, ninguém sai perdendo, pois todos deverão se ajudar para o desenvolvimento da nossa querida terrinha. As picuinhas, as desavenças que por ventura aconteceram devem ser deixadas de lado. O importante é o desenvolvimento do município, principalmente para aqueles que ali residem. Há mais de um ano que não enfocamos o assunto sobre a criação da ACADEMIA BOMCONSELHENSE DE LETRAS – ABL, e voltamos a suscitar, novamente, o interesse de dar ao Município de Bom Conselho, uma casa onde se cultive a cultura. A cidade, como denominada, de CIDADE DAS ESCOLAS, não pode deixar de elevar este nome através dos seus cultuadores da leitura e da escrita. Porque este desinteresse se tem grandes nomes em nossa cidade? Homens e mulheres que podem muito bem representar a nossa cidade em outra instância da cultura?Não podemos desprezar o nosso potencial literário. Não podemos deixar para depois o que se pode fazer agora. Não podemos relevar os nossos saberes e divulgar o nosso trabalho para outros centros do Estado e do Brasil. É certo que para que isto aconteça, é necessário empenho dos lideres das cultura do Município. Vemos cidades com mais ou menos potencial do que a nossa e já detém o seu “cantinho” para discutir e elaborar programação em benefício da cidade, como festivais e encontros culturais, feira de livros, etc.

Estivemos em julho passado, na grande cidade de Serra Talhada (PE), para participar o evento teatral ao ar livre – O MASSACRE DE ANGICO – UMA HISTORIA DE TRAIÇÃO, AMOR E ÓDIO – TRIBUTO A VIRGULINO - juntamente com o ENCONTRO NORDESTINO DE XAXADO, tendo como participantes vários grupos de CANGAÇO, com as suas danças, oriundos dos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí, trazendo centenas de pessoas oriundas destes Estados, tendo aproximadamente a cada noite cinco mil pessoas. Visitamos o MUSEU DO CANGAÇO, com centenas de fotos referentes Virgulino Ferreira – Lampião com os demais “cabras”; armas e utensílios usados pelo “bando”; visitamos a CASA DO ARTESÃO, criado por iniciativa do presidente da CASA DA CULTURA, Sr. Tarcisio Rodrigues; a CASA DA CULTURA, mostrando os bens culturais do Município;, enfim a ACADEMIA SERRA-TALHADENSE DE LETRAS, num pequeno espaço no Pátio do Forro, com a exposição de livros dos acadêmicos, e vários exemplares do Jornal VILLA BELLA JORNAL, informativo da Academia Serra-talhadense de Letras, referente às atividades dos meses de Maio / junho de 2012, poesias dos acadêmicos. As reuniões são frequentes, onde os acadêmicos trocam ideias, bem como, a apresentação dos trabalhos literários, principalmente pela POESIA o Jornal que circula na cidade, traz além dos artigos e poesias, notas das atividades sócias. Neste número várias poesias foram divulgadas pelos poetas/Acadêmicos – MINHA HISTÓRIA (Iranildo Marques); PAJEU (José Feliciano da Silva Filho); MEU AMOR (Miguel Leonardo); PAIXÃO E RAZÃO (Dierson Ribeiro); IMPOSSIBILIDADE (Marluce Simões); AMOR SOFRIDO (João Victor); O SIMBOLO (Itamar Freire); SEGREDO (Adalva Cordeiro); MATINAL – A Adauto Carvalho (Jesus Martins); LIÇÃO DE VIDA (Gilson Brasil); VOCÊ (Tereza Ribeiro) PLANETA TERRA (Maria de Jesus Sousa); VOCÊ (Prof. José Pedro Sobrinho); DOCE TERRA ONDE EU NASCI (Adelmo Soares); ACALANTO (Francisco Leite Francineto); À MINHA MÃE (Oliveio Burrego); VIDA DO SERTÃO (Zenóbia de Melo).  E finalmente, o poema LAMPIÃO do poeta CARLOS SILVA, haja vista, que estava sendo apresentado o espetáculo sobre este CANGACEIRO falado no Nordeste;

1. Eu hoje sou Lampião /
Cabra da Peste afamado /
Mas, meu nome é Virgulino Ferreira /
Com o qual fui batizado.

2. Sou cangaceiro do mato
Mas, tive casa e gado.
Foi por vingança que entrei
Nesta dura vida de cangaço.

3. Agora comando um bando
DE homens de confiança
Que a mim se juntaram
Em busca de esperança

4. De uma vida justa
Para todo sertanejo
Que com fé no “Padim Ciço”
Caminham nessa peleja

5. Sou cabra da peste com orgulho
Mas, tenho fé no Senhor.
De morrer não tenho medo
E não fujo do horror

6. Gosto de festa animada
Com gosto faço um bailado
E no meio da caatinga
Toco e danço um xaxado

7.  Dança de cabra-macho
Que usa por para a espigarda
E se o perigo aparece
Encaro de mão armada

8. “Simbora” cambada!
Dançar xaxado pro povo
Que a festa tem ser boa
Pra eu “vortar” aqui “dinovo”.!

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