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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A Asa Branca e sua volta





Por Zé Carlos

Somente hoje me dei conta de que ontem foi o dia supremo dos festejos que já duram o ano todo homenageando o Luiz Gonzaga. Homenagens mais do que merecidas, e que para mim representam apenas um pouco da influência que teve sobre minha formação a passagem do Rei do Baião por esta vida.

Mesmo com um dia de atraso não poderia deixar de colocar neste blog duas das músicas que mais me comovem imortalizados pelo Gonzaga. E não vou nem escrever muito, pois já o fiz, outras vezes (por exemplo, aqui). Hoje apenas deixo duas letras e duas músicas que são verdadeiros hinos do nordeste.

A volta da Asa Branca

Já faz três noites
Que pro norte relampeia
A asa branca
Ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas
E voltou pro meu sertão
Ai, ai eu vou me embora
Vou cuidar da prantação

A seca fez eu desertar da minha terra
Mas felizmente Deus agora se alembrou
De mandar chuva
Pr'esse sertão sofredor
Sertão das muié séria
Dos homes trabaiador

Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra moiada
Mato verde, que riqueza
E a asa branca
Tarde canta, que beleza
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a natureza

Sentindo a chuva
Eu me arrescordo de Rosinha
A linda flor
Do meu sertão pernambucano
E se a safra
Não atrapaiá meus pranos
Que que há, o seu vigário
Vou casar no fim do ano.

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Asa Branca

Quando olhei a terra ardendo
Qua fogueira de São João
Eu preguntei a Deus do céu, uai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por farta d'água perdi meu gado
Moreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
"Intonce" eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Para eu voltar pro meu sertão

Quando o verde dos teus oio
Se espalhar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração.


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