Por Zé Carlos
Eu estava nos Estados Unidos, quando foi lançado o filme
Lincoln de Steve Spielberg, mas, não pude vê-lo, como gostaria. Já disse muitas
vezes que minha relação com a política é um espécie de “relação platônica”, onde existe amor, mas, não “ação”. E, sendo assim, os filmes que
tratam do tema, de uma maneira ou de outra me atraem.
Esta semana, ao fazer nossa página Deu nos Blogs vi um texto
do Fernando Gabeira no qual ele toca neste filme, também sem tê-lo assistido
mas tendo lido o livro que lhe deu base, e ele comenta as atitudes tanto do
protagonista Lincoln quanto de outros dois ases de nossa política interna:
Sarney e Lula.
Não resumirei aqui nem o filme, nem o livro e nem o texto do
Fernando Gabeira que pode ser lido aqui.
Mas, o que tem isto com o filme da UOL que retrata a semana que passou e que
gosto de comentar, de vez em quando? Aparentemente, muito pouco, porém, no
fundo quase tudo.
Como vocês podem ver abaixo, o filme é todo dedicado ao
julgamento da Ação Penal 470, também, chamado de julgamento do mensalão. E por
consequência envolve o ex-presidente Lula, por ter sido ele quem estava na
cadeira maior da nação na época das falcatruas. E não há como evitar em pensar
no que disse e no papel concreto dele no episódio, e ligá-lo das formas mais
variadas a ele. A ligação que o Fernando Gabeira faz é quanto ao aspecto da “igualdade em relação à lei” que é
crucial num Estado de Direito. Quando se pensa nisto, não há como não se
encontrar as dificuldades dos seres humanos em viverem em sociedade, por suas
diferenças. Nós somos realmente todos diferentes, mas, como tratarmos-nos como
iguais perante à lei, ao sabermos que sem um sistema de leis (formais ou
informais) viveríamos na barbárie e talvez nem sobrevivêssemos?
É um tema complicado para ser tratado neste espaço e nesta
época natalina, mas, o deixamos para meditação, apenas citando o que levou o
Gabeira a escrever o texto: a tentativa de defender o Lula dos ataques
pós-mensalão, com o argumento que ele não pode sofrer acusações porque foi o
melhor presidente da república, defensor dos pobres, etc. etc. O PT lançou
então a frase que circula nas redes sociais que diz: “Mexeu com Lula, mexeu comigo!”.
Pelo menos comigo mexeu e muito, mas, no sentido de agora
querer cada vez mais que se abra uma investigação para mostrar se o Lula é
inocente ou culpado do que o acusam. E digo isto, além de outros motivos pelo
sentido da frase criada pelo Gabeira no final do seu texto: “Mexeu com igualdade, mexeu com todos nós”.
Torna-se quase impossível viver num país, onde campeia tanta
desigualdade perante quase todas as coisas, que se diga que “para a lei, uns são mais iguais que os
outros”. Os grandes homens deste país só devem ser considerados grandes e
merecedores de todas as homenagens, se cumprirem as leis do seu país, como eu e
outros, sem termos sido tão grandes ou o sendo a seu modo, procuramos cumprir. Quem
não cumpre a lei, é um fora da lei, que eu aprendi vendo os filmes no Cine Rex,
a chamar de bandidos. E, tal como Papai Noel, seja rico seja pobre, a justiça sempre
vem, ou pelo menos deveria vir mais do que o bom velhinho. Deixo-lhes com o
filme e com o Papai Noel. Espero que riam e que tenham um Feliz Natal.
“No Escuta Essa! desta
semana, o destaque é o julgamento do mensalão, que depois de mais de quatro
meses terminou antes do juízo final e antes do fim do mundo! O julgamento teve
de tudo um pouco: brigas entre os ministros, receita de "mandioca
roxa", citações a Chico Buarque, e muitas gafes dos magistrados nas 53
sessões.”
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