A semana - Deu bode na diplomacia e nas diárias

Por Zé Carlos

Esta semana não fiz o que gosto sempre de fazer no fim dela:  Comentar o filme da UOL no sábado. Estava viajando e não houve tempo para tal. Mas, não posso privar as pessoas do filme da semana, que se não é dos melhores ou  dos mais hilariantes que apresentamos, é um dos mais importantes pelas suas possíveis implicações.

Não necessariamente nesta ordem, o filme apresenta o Ministro das Cidades perguntando a um senador se ele já comeu bode? Sua intenção com a pergunta ele deixa clara. Mostrar a discriminação aos nordestinos porque eles gostam de bode. Isto implica que todo nordestino gosta de, e come bode. É um terrível engano. Eu conheço muitos nascidos em nossa região que não apreciam a carne do nosso berrador.

Uma delas, e que me lembro com muita saudade, era o meu pai. Durante todo seu tempo de vida, minha mãe que era uma apreciadora do nosso caprino, tentou transformar o paladar dele para que ele gostasse, não conseguindo. Entretanto, ela conseguiu incutir no paladar dos filhos, pelo menos no meu, as qualidades da boa carne de bode. E eu nunca soube que me pai tivesse horror aos nordestinos por não comer bode, nem eu amar a todos eles por comer.

Aliás, a semana parece cheias de desentendidos, que eu os ouvi tanto no filme que apresentamos abaixo, como em outras mídias, por exemplo com as declarações quase contraditórias de nossa presidenta de que “quem joga a primeira pedra tem o telhado de vidro”, frase que eu ouvi repetida por vários órgãos de imprensa.

Eu declaro que nunca havia ouvido esta frase sendo assim falada. O que sabia era a versão de que “quem tem telhado de vidro não joga pedra no dos outros”. E pelo que sabia até agora a presidenta, em termos de Direitos Humanos não tinha telhado de vidro. Pelas suas declarações a respeito do tema, pelo que sofreu como militante política e tudo mais, o seu telhado parecia de “teflon”. Ou seja não pegava nada. Até esta semana onde ele tentou justificar a não falar do desrespeito aos Direitos Humanos pelos governantes cubanos, porque nós, os Estados Unidos e tantos outros também o desrespeitam. E ficou aquela coisa de “ora se fulano faz, sicrano também pode, principalmente se for meu amigo”. Penso que assim ela comprou um belo de um telhado de vidro para o Brasil, em termos diplomáticos.

Há no filme abaixo um vereador tentando gravar um vídeo para o horário eleitoral. Confesso que não me lembro o porque a figura do vereador está lá. Nem fui ver outra vez para descobrir, pois tenho quase certeza que os produtores do vídeo já souberam do texto da Lucinha Peixoto (veja aqui) que mostra porque chegamos ao 10º lugar com nosso município, no campeonato inventado por nossa imprensa, de quem gastou mais em diárias no ano passado.

Pelo menos, eu penso assim, pois alguns vereadores que quiseram explicar seus gastos, ficaram mais enrolados do que o vereador do filme abaixo. Eu não entro no mérito da questão pois de política só entendo que é feita pelos políticos, entre os quais me incluo, mas, aristotelicamente, ou seja, porque um grego disse que não podemos fugir aos nossos destinos de humanos em sociedade, a não ser pelo suicídio.

Vejam, mesmo com retardo, o resumo do vídeo da UOL, e logo em seguida o próprio, dando graças a Deus por hoje recomeçar a tocar nosso blog.

“O "Escuta Essa!" desta semana destaca a ginástica ideológica que Dilma Rousseff praticou em sua viagem oficial a Cuba e Haiti. Sobrou tempo até para tietar o ator hollywoodiano Sean Penn, ex de Madonna e Scarlett Johansson. Na volta de seu tour caribenho, a presidente ainda teve tempo para afastar seu oitavo ministro: Mário Negromonte, da pasta das Cidades. As denúncias incluíram até doações para uma "festa do bode".”