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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Dilma, a "Gerentona do São Francisco"




Por Zezinho de Caetés

Ontem fiquei mais feliz do que o Lula em comício. O Altamir Pinheiro transcreveu um texto meu, escrito aqui na AGD. O Blog Chumbo Grosso é um dos que me inspiram e digo, roubaria também muito dos seus textos se eu tivesse um blog, para nele transcrevê-los. Mas, diante de tanta evidência das incoerências petistas com o objetivo do poder pelo poder, eu apenas teclei o óbvio. O interessante é que eles parecem que cegaram o Brasil até para óbvio, por mais ululante que seja.

Todovia, outros assuntos aparecem aos borbotões. Leiam antes o texto do Elio Gaspari desta semana, que fala de um dos grandes projetos do Lula que visava municiar cada aluno com um computador, o UCA Total, e depois eu volto:

“A doutora Dilma deveria mandar que sua Secretaria de Assuntos Estratégicos divulgasse o conteúdo do relatório final da ‘Avaliação de Impacto do Projeto UCA Total (Um Computador por Aluno)’, coordenado pela professora Lena Lavinas, da UFRJ. Ele está lá, a sete chaves, desde novembro passado. A providência é recomendável, sobretudo agora que o governo licita a compra de até 900 mil tablets. Com 202 páginas, relata um desastre.

A professora Azuete Fogaça, da Federal de Juiz de Fora, trabalhou na pesquisa e resume-o: ‘Boa parte dos computadores não foi entregue nos prazos. Outros foram entregues sem a infraestrutura necessária para sua adoção em sala de aula. O treinamento dos docentes não deu os resultados esperados. O suporte técnico praticamente inexiste. Os laptops que apresentaram problemas acabaram encostados em armários ou nos almoxarifados, porque não há recursos’.

O programa UCA Total, lançado em 2010, comprou um laptop para cada um dos 10.484 alunos da rede pública de cinco municípios-piloto – Tiradentes (MG), Terenos (MS), Barra dos Coqueiros (SE), Santa Cecília do Pavão (PR) e São João da Ponta (PA). Uma equipe de 11 pessoas acompanhou a iniciativa.

Os computadores chegariam a escolas equipadas com Internet sem fio, e professores capacitados colocariam a garotada no mundo novo da pedagogia informatizada.

Em São João da Ponta, o sinal mal chegava à escola. Em Barra dos Coqueiros, chegava às praças públicas e, para recebê-lo, os estudantes saíam do colégio. Em Terenos não havia rede. Tudo bem, porque algum dia ela haverá de chegar. Até lá, alguns heroicos professores pagam as conexões de provedores privados com dinheiro dos seus bolsos.

Os laptops comprados pelo governo têm baterias para cerca de 1 hora. Como as aulas duram 5, como fazer para recarregá-los? (Uma tomada para cada carteira, nem pensar.) As prefeituras colocariam armários-alimentadores nas salas. Nem todos os municípios fizeram isso. Na Escola Estadual Basílio da Gama, em Tiradentes, não havia sinal, nem armários de recarga, e os laptops estavam encaixotados.

Deixou-se em aberto uma questão central: o aluno deve levar o computador para casa? Em três municípios, levavam. Num, foram instruídos a não trazê-los todos os dias.Só metade dos alunos teve aulas para aprender a usar os laptops. Depois de terem recebido cursos de capacitação, 80% dos professores tinham dificuldade para usar as máquinas nas salas de aula. (Problema dos cursos, não deles, pois 91% tinham nível superior ou Curso de Especialização.) Uma barafunda.

As escolas estaduais não conversavam com as municipais e frequentemente não se conseguia falar com o MEC ou com a Secretaria de Assuntos Estratégicos.Não se diga que os laptops são trambolhos. A garotada adorou recebê-los e os professores tinham as melhores expectativas. As populações orgulharam-se da novidade. O problema esteve e está na gestão.

A única coisa que funcionou foi a compra de equipamentos. O professor Mario Henrique Simonsen, que conhecia o governo, ensinava: ‘Às vezes, quando um sujeito te traz um projeto, vale a pena perguntar: ‘Qual é a tua comissão? Dez por cento? Está aqui o cheque, mas prometa não tocar mais nesse assunto’. O programa ‘Um Computador por Aluno’ atolou, mas o governo dobrou a aposta, esquecendo-se da Lei de Simonsen.

Lembremos que o governo de Pernambuco também está tentando fornecer computadores aos alunos, talvez não na mesma proporção e ambição do Lula, mas que a leitura do texto anterior seria útil ao Secretário de Educação para não desperdiçar o dinheiro público, mais uma vez. Embora, eu considere que o socialista capitalista (ou vice-versa) Eduardo Campos, tenha praticado um processo de gestão, o que antes dizíamos administração, melhor do que aquele implantado no nível federal no lulo/petismo, um conselho é sempre de graça, e às vezes é bom.

Feita esta ressalva aconselhativa eu pergunto: Qual o programa do governo Federal que teve êxito nos últimos 10 anos de governo? Poderia colocar 20 anos na pergunta, mas teria que ficar incluindo o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, uma política macroeconômica coerente, etc. e iam logo me taxar de tucano, embora injustamente. Ficando em 10, só me aparece o Bolsa Família, se considerarmos suas metas eleitorais e de manter eleitor no cabresto, e o que foi abiscoitado dos governos anterior com um novo verniz.

Vejamos o PROUNI. Hoje aquele que quiser vira doutor com o patrocínio, da viúva (já que citei o Gaspari). Se, pelo menos fossem bons doutores o programa seria um sucesso. No entanto, este programa contempla as universidades particulares, algumas sem as mínimas condições de funcionarem, não passando de fábrica de diplomas. Ou seja, hoje o pobre pode ser doutor, mas, nas piores universidades, pois o ensino médio não o permite ingressar nas universidades públicas ou nas melhores particulares. E haja doutores, que não têm nem o nível de um ensino médio bem feito, de tempos atrás ou dos melhores colégios pagos, e mais livres de diretrizes do MEC.

O FOME ZERO nasceu morto, sendo substituído pelo BOLSA FAMÍLIA sob os protestos do Frei Betto, que quer ver o diabo mas não quer ver um petista pela frente, apesar de manter seu claustral silêncio.

O FUNDEB  que substituiu o FUNDEF só para dizer que era um programa do Lula e não do FHC, e que se propunha ser um compromisso da União com a educação básica, na medida em que aumentaria em dez vezes o volume anual dos recursos federais, além disso, materializaria a visão sistêmica da educação, pois financiaria todas as etapas da educação básica e reservaria recursos para os programas direcionados a jovens e adultos, com é explicado num site do MEC, está longe de atingir suas metas, pois o Fernando Haddad, além de ser um disciplinado discípulo do Lula, sendo treinado para a prefeitura de São Paulo,  estragou tudo.

E agora vem o tal do PAC 1, e o tal do PAC 2, e nem sei se já foi lançado o PAC 3. Este foi o grande exemplo da capacidade gerencial da nossa presidenta, que depois de comandá-lo por quase 9 anos, chegou esta semana no Rio São Francisco, para ver sua sonhada transposição e o que fez foi mostrar para imprensa (vejam aqui o jocoso texto da amiga Lucinha Peixoto sobre o caso) que estava agora dando ordens severas e punindo empresas que não fizeram o prometido. Ou seja, uma bela aula de capacidade administrativa, clareza de expressão, honestidade e seriedade com a coisa pública, no que a imprensa (o Crô da Lucinha) acreditou.

Eu vi até a coisa mais ridícula da minha vida quando que “grades de proteção para afastar a multidão, toldos e um palanque foram desmontados às pressas na manhã de quarta-feira, 8, depois que a presidente Dilma Rousseff cancelou a viagem a Missão Velha, no sertão do Cariri, divisa do Ceará com Pernambuco, porque o palco da festa fora montado num trecho de obra paralisada da ferrovia Transnordestina, e que o Planalto abortou a escala da presidente no local para evitar constrangimentos, diante da constatação de abandono da obra.”

Este é o exemplo maior da tão propalada qualificação administrativa de nossa presidenta. Penso até que ela espancou tanto os projetos que quando implementados, estavam todos tortos e não funcionaram. Ainda esta semana vi no Jornal Nacional uma reportagem de uma jornalista daqui de Pernambuco, onde havia uma imagem mostrando o abandono de uma parte de um canal que parecia mais uma cena dos Dez Mandamentos, em que Moisés levanta as águas e fica tudo seco para os judeus passarem. A diferença é que lá havia água, e aqui não havia nada, a não ser a amostra cabal do mal uso do dinheiro público.

Todavia, o artigo do Gaspari, acima, me chamou a atenção pelo fato citado envolvendo o economista, ministro e professor Mário Henrique Simonsen, do qual usei livros na breve incursão que fiz nesta área importante, algum tempo atrás. A ideia do professor de pagar a comissão corruptiva de 10% para que certos projetos fossem esquecidos é genial, e seria, talvez uma solução para coibir a existência de tantos projetos mirabolantes e depois tão mal administrados, tornando-se a maior forma de dilapidação do nosso patrimônio.

Mas, penso, com a gestão lulo/petista, feita esta proposta, eles só a topariam se o cheque fosse de 20 ou 30 por cento, pois os 10 por cento eles já levam e ainda tentam tocar o projeto, como Dilma quer fazer com esta transposição.

Perdoem-me, mas, eu esqueci de mencionar o MINHA CASA, MINHA VIDA, porém, este fica para outra vez. Eu não teria mais tanto espaço.

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