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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Educação ou Miséria, é o nosso novo grito de independência




Por Zezinho de Caetés

 Durante o carnaval, entre o Galo e as ladeiras de Olinda, para evitar morte súbita, tive que parar um pouco, descansar e inclusive ler e fazer algumas das coisas que todos os mortais fazem. Não fiquem pensando que estou pensando no trivial simples como comer, descomer e tomar banho, para nos diferenciar do Che Guevara (esta Lucinha, que segundo o Altamir Pinheiro me ensinou tudo, e é verdade, tem cada uma que dá dez, dizer que o Che não gostava de água sobre o corpo, vejam só!).

E tentando fazer estas outras coisas encontrei esta boa análise, que transcrevo abaixo, sobre como a renda no Brasil é distribuída, ou vem sendo distribuída nos últimos anos do século passado os do início deste. Há até um gráfico onde li a matéria que reproduzo na imagem que ilustra esta postagem.

O texto é um Editorial do Jornal Folha de S. Paulo que se intitula “Menos desiguais”, e que tenta mostrar, dentro da boa técnica, o fato óbvio de que houve uma redução da desigualdade de renda no Brasil, inclusivo com o aumento da chamada classe média, no caminho inverso do que ocorre em países desenvolvidos, onde a classe média é comida pela crise, e nos emergentes, onde ela não desponta com o mesmo vigor que aqui ocorre.

O que conclui da leitura, e que vocês podem me corrigir lendo o texto reproduzido abaixo, é que o editorialista tentou dá a FHC o que era de FHC e a Lula o que era de Lula, sem querer, com esta ordem da frase, chamar o Fernando Henrique de César nem muito menos o Lula de Deus, ou vice-versa.

Segundo o jornal os programas sociais como o Bolsa Família e o maior nível de escolaridade foram decisivos nesta transformação, sendo que o primeiro deve-se mais a Lula e este último deve-se mais a FHC. Embora ele conclua que o nível de escolaridade é um fator mais importante no longo prazo, não há como negar a importância nos últimos 10 anos, dos programas sociais.

Para mim isto já era óbvio sem precisar mesmo de maiores recursos analíticos. A melhor distribuição de renda só se sustenta com a educação universalizada (o que começou com FHC no ensino básico) e de qualidade (que ainda não começou nem no ensino básico. Ou seja, não é muito fácil e nem simples dizer que o Lula descobriu a pólvora, pois de nada ela serviria se não houvesse o fogo acendido pelo FHC no decênio anterior.

É este fato que o PSDB não soube usar na eleição passada, com medo da popularidade do Lula, e o Zé Serra foi dizimado mais um vez. É ótimo que ele agora fique lá por São Paulo. Ele e os dirigentes que fizeram aquela campanha maluca, que parece continuar, é que causaram o grande fato político de qualquer eleição  no Brasil de hoje. Não importa se o candidato cuide ou não da educação para se eleger, o importante é que ele esteja associado aos programas sociais, que, como mostra a experiência, tem fôlego curto para melhorar a vida do nosso povo.

A conclusão do editorial é a correta: sem melhorar o acesso ao mercado de trabalho por meio da educação, o mero assistencialismo não dará conta de combater a pobreza no longo prazo, a não ser perpetuá-la num patamar mais “agradável”, como já se fala agora no combate a pobreza extrema.

Além disto, se quisermos realmente crescer e melhorar a vida do nosso povo, é necessário que se volte a pensar nas grandes reformas que FHC começou, Lula prometeu e parou, e Dilma não chegou nem a prometer, como a Reforma na Previdênica, Reforma Tributária, Reforma nas leis trabalhistas (ainda do tempo que se achava que Hitler iria ganhar a guerra), o incentivo ao empreendedorismo, e, principalmente a universalização (com qualidade) da educação em sua base e o exercício da meritocracia em seu topo, retirando as peias burocráticas que ainda existem no ensino superior em termos de corporativismo e diplomas mil, que, quase sempre não indicam nada.

Mas, leiam e meditem. Se este texto ainda for publicado durante o carnaval meditem vendo Ceroulas, se for depois o curtam já com as cinzas, que sempre vêem depois da folia. Eu mesmo ainda vou para os Irresponsáveis.

“A análise da mudança na estrutura de renda do Brasil nos últimos 20 anos costuma atribuí-la aos programas de transferência, como Bolsa Família. Trata-se, no entanto, de um fenômeno mais profundo de inclusão, ancorado no aumento dos rendimentos do trabalho e da escolaridade.

Após três décadas de concentração de renda, os anos 1990 deram início a um processo continuado de redução da pobreza e de melhoria na distribuição. Segundo o CPS (Centro de Políticas Sociais) da FGV, entre 1994 e 2010 a pobreza caiu 67%, e mais de 50 milhões de pessoas foram incorporadas à classe média (ou classe C, definida pela renda domiciliar mensal entre R$ 1.000 e R$ 4.500, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2009).

Esse grupo correspondia em 2009 a 50,5% da população, contra 31% em 1993. Já a parcela com renda inferior a R$ 1.000, agrupada nas classes D e E, decresceu no mesmo período de 63% para 39%. E as faixas mais altas (A e B), com renda superior a R$ 4.500, perfazem 11% da população, quase duas vezes mais que em 1993.

O Brasil trilha um percurso inverso ao que se observa em outras partes do mundo. Na maioria dos países ricos, os salários têm perdido participação na renda total, e a parcela retida pelos estratos mais ricos não para de crescer.

O achatamento da classe média ocupa o centro do debate político nos Estados Unidos e na Europa. A trajetória de afunilamento da riqueza se impõe também em nações emergentes, como China, Índia e África do Sul. Parece haver uma persistente tendência de concentração de renda.

As razões para tanto são menos claras, mas podem estar associadas à urbanização mais recente, que propicia um fluxo contínuo de novos trabalhadores, oferta que tende a represar os ganhos salariais na base da pirâmide.

São várias as razões para a peculiaridade do Brasil. A queda da inflação proporcionada pelo Plano Real, de 1994, trouxe o primeiro grande movimento de inclusão dos mais pobres, mas entre 1996 e 2002 o avanço foi mais lento por efeito da recorrente instabilidade econômica no período de Fernando Henrique Cardoso na Presidência.

A partir de 2003, a desigualdade voltou a cair em ritmo mais rápido, com a aceleração do crescimento econômico, a formalização do mercado de trabalho e o alargamento da cobertura de programas sociais durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Tornou-se lugar-comum, nos últimos anos, atribuir a parcela principal de tais avanços às políticas de aumento real do salário mínimo e aos programas de transferência de renda. Os dados, contudo, indicam que, apesar de relevantes, esses dois elementos juntos respondem por apenas um terço da queda da desigualdade, em média (ainda que em vários Estados mais pobres essa parcela seja maior, acima de 50%).

O aumento do salário mínimo acima da inflação é importante, por seu impacto nos benefícios da Previdência, mas não atinge os mais pobres -pessoas à margem do mercado de trabalho. Visto desse ângulo, o Bolsa Família se revela mais eficaz, por focalizar aqueles que mais precisam de ajuda.

Não é só: o Bolsa Família também sai mais barato para o Tesouro. Com uma despesa anual de R$ 18 bilhões (equivalentes a 0,45% do PIB brasileiro), o programa beneficia 21% da população. Cada ponto percentual de redução da desigualdade custa quase três vezes mais se obtido pela via de aumento do salário mínimo.

Mais que elevações do mínimo e programas assistenciais, a causa predominante da melhoria distributiva parece estar no aumento da renda do trabalho em geral.

O crescimento de renda mais rápido entre os pobres tem forte correlação com o adicional de anos de estudo da população ocupada. Dito de outra maneira: o aumento da oferta educacional, com a universalização do ensino fundamental alcançada no período FHC, desempenhou papel essencial em alargar oportunidades para ganhos no rendimento dos trabalhadores.

A redução da desigualdade não é, portanto, fruto exclusivo de uma política pública isolada, como o Bolsa Família. É resultado do maior crescimento econômico da última década, mas também de políticas nas áreas de proteção social e educação que vêm de antes.

Melhorar o acesso ao mercado de trabalho por meio da educação é o instrumento mais poderoso de combate à pobreza, muito superior ao mero assistencialismo.

Qualificar a mão de obra, popularizar o microcrédito e melhorar a produtividade do setor de serviços, o que mais emprega, com impostos simplificados e leis trabalhistas que incentivem a formalização de pequenas empresas - eis a chave para solidificar os avanços sociais dos últimos anos.”

Um comentário:

  1. SE DAQUI A DEZ ANOS VOCÊ FOR FAZER UMA VISITA A UM BENEFICIÁRIO DO BOLSA ESMOLA QUE GANHA 200 PAUS POR MÊS, FINANCEIRAMENTE, ELE NÃO EVOLUIU EM PORRA NENHUMA. AGORA, SE FOR OBSERVÁ-LO NO CAMPO EDUCACIONAL OU LEITURAL, AÍ É CASO DE POLÍCIA. ELE ESTÁ MAIS BURRO E ANALFABETO DO QUE ANTES. ESMOLA NÃO LEVA E NEM NUNCA LEVOU A NADA. COM UMA POPULAÇÃO PIDONA NÃO SE VAI A LUGAR NENHUM. É POR ISSO QUE TODA ÁFRICA NEGRA E AMÉRICA LATINA SÃO APAIXONADAS PELA POLÍTICA SOCIAL DO SEBOSO DE CAETÉS. AFINAL DE CONTA, O BOLSA ESMOLA É MAIOR PROGRAMA ELEITORAL DO MUNDO...

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