Meikel Marques (Foto: Niedeja - Orkut) |
Por Zé Carlos
Depois daquela alegre mesa redonda que se formou na entrada do Educandário Menino Jesus de Praga, por sinal uma excelente estrutura de escola, que ainda não conhecia, adentramos a sala onde foi realizado o verdadeiro encontro de Blogueiros.
O primeiro a se apresentar foi o organizador e idealizador do evento o Cláudio André, doravante chamado de Poeta. Não recitou nenhuma poesia, mas colocou um vídeo do Ricardo Noblat onde o famoso blogueiro diz, ou tenta dizer o que é um blog. Eu sempre leio o Blog do Noblat, e ele está entre os meus “recomendados”. Eu adorei sua iniciativa recente de abrir espaço à poesia brasileira, de forma muito mais barata do que a Bethania se propôs fazer. Para ver este rolo, vão ao Blog da CIT e vejam os artigos do Zezinho de Caetés, que ontem me convenceu a publicar uma poesia do Miguezim da Princesa. O Poeta falou do evento e apresentou os palestrantes, passando a palavra ao jornalista alagoano Meikel Marques (nome difícil, e justifica porque em Bom Conselho ele talvez fosse escrito Maicon Marques).
Ele falou sobre o que representam os blogs na informação regional ou local. Pelo que entendi, hoje, o filão jornalístico é este, porém, é o mais difícil de levar à frente, por um motivo muito simples: Não há notícias, pelo menos, dignas deste nome, no jornalismo. Minutos antes, como já descrevi aqui, soube que um vereador levou uns tapas. Descrevi como uma “fofoca”, e que para se tornar notícias precisaria ser apurada, nem que fosse na verificação do “olho roxo” do vereador, mesmo que ele alegasse que foi um queda, batendo no mourão de uma porteira.
Em suma, eu já sabia disto muito bem, depois que resolvi montar um blog de notícias de Bom Conselho, e pensava que só era pela minha distância, que era difícil chegar às notícias. Não era isto. É porque as notícias são escassas mesmo, pelo menos aquelas que cumpram o critério para assim serem consideradas (Veja aqui o que chamo de notícia). Este é o desafio maior para os jornalistas locais: encontrar notícias.
Quando eu fui para o Encontro, eu não sabia realmente o que ia fazer lá. Numa programação, eu estava numa mesa redonda, depois passei a participar de uma mesa quadrada. Tentei me preparar para tudo, sem muito detalhes, pois já era difícil meu deslocamento, pelo título que pensei fosse receber: “O Blogueiro mais velho do mundo”. Ao chegar lá não estava nem numa mesa, o que para mim foi gratificante e tranquilizante, pois depois de passar 35 anos falando em escolas, de costa para o quadro negro, eu fiquei de frente, e aproveitei muito mais. Mas, como ia dizendo, devido à boca torta gerada pelo hábito de ser professor preparei um textozinho, que não chamo de “textículo”, para não escandalizar os leitores, e que não deu tempo de ser lido.
Não vou reproduzi-lo aqui no momento mas lá eu perguntava: O que é que os blogs devem comunicar? E tentava responder dizendo que nem sempre podemos fazer jornalismo, e, muitas vezes, vamos além dele. O que fazemos é um esforço danado para sermos lidos e comentados, e se possível, influenciarmos nosso entorno social. Por exemplo, ao chegar a uma residência em Bom Conselho, vi que havia uma casa que foi reformada, e ficou até muito bonitinha, em frente a qual, eu quase sempre estacionava meu carro. Fui fazê-lo desta vez. Não pude. O dono da casa tinha pintado o meio fio de amarelo. Querendo dizer: “Aqui eu sou o DETRAN, o poder público e em frente de minha casa quem manda sou eu”. Imaginem onde colocaríamos os carros se todos tivessem a mesma ideia. O que escrevi no meu “textículo” foi sobre o “meio fio pintado”.
Está ai uma forma de superar a falta de notícias. Opinião amplia as notícias. Dá ao jornalismo o que é do jornalismo e aos blogs o que é dos blogs. Penso que nosso quinhão é maior na informação local.
Outro assunto, de grande importância e tratado pelo Meikel foi sobre o controle da informação. Ou seja, quando informamos temos que ter, de alguma forma, a responsabilidade sobre o que dizemos, e mesmo, sobre o que deixamos de dizer. E neste meio eletrônico, é muito difícil conter os excessos, mais ainda do que em outros meios. Hoje, todos somos globais. Quando vocês estiverem lendo estas mal traçadas linhas, no Japão, algum brasileiro, que está doido para voltar para o Brasil, por causa do acidente nuclear, também poderá estar lendo. Se eu informar que a prefeitura está recebendo refugiados de desastres atômicos, provavelmente, em breve teremos aqui um monte de japoneses.
A discussão sobre este tópico, que mereceria mais tempo, foi muito produtiva, e envolve outro, o anonimato, que quero abordar aqui, quando escrever sobre a outra palestra. Minha opinião ficou bem parecida com aquela que tenho sobre o anonimato. Nos blogs e mídia eletrônica em geral, a responsabilidade de cada um de nós deve ser tratada mais do ponto de vista moral, do que do ponto de vista legal, pela própria ineficiência de se fazerem leis corretas que se equilibrem entre a necessidade de informação e os seus abusos, sem ferir o nosso sagrado direito de informar.
Queria aqui parabenizar o Meikel pela bela palestra e ao Poeta por convidá-lo.
Oi galera do blog a gazeta digital,gostaria de pedir a você um favor gostaria muito que vocês indicase o meu blog na sua lista de blogs.
ResponderExcluirhttp://jornaldoagrestemeridional.blogspot.com/
ficarei grato com sua ajuda já que meu blog e novato nesse vasto mundo dos blogs !