Em manutenção!!!

sábado, 15 de março de 2014

Inauguração do Açude da Nação: Será desta vez?


Açude da Nação antes da reinauguração


Por Zé Carlos

Hoje, ao atualizar a página Deu nos Blogs, desta AGD, deparei-me com a notícia de que nesta quinta-feira 13/03/2014, finalmente, será inaugurado nosso Açude da Nação, do qual tanto eu já escrevi sobre (vejam por exemplo, aqui, aqui e aqui).

Da última vez contei a história que vivi durante minha estada anual em nossa terra querida, escrevendo que, quando lá cheguei, soube que o Açude da Nação, estourado anos antes pelos caprichos da natureza e pelo descuido humano, já havia sido consertado e inaugurado dias antes (final de 2013). Quando fui olhar a possível grande obra soube que a inauguração ainda não havia acontecido, e agora, vejo que na programação da visita que o governador fará ao município, além de apresentar seu candidato a governador, ele inaugurará o nosso açude tão lembrado e tão querido.

Fiquei feliz com a notícia e um pouco curioso, se desta vez, o açude será mesmo reinaugurado. Se for, esperem o P.S. no final deste texto, pois estou escrevendo pela manhã, dando conta da alvissareira notícia. Diante de tantos adiamentos não me aventurei agora a parabenizar Bom Conselho pela volta de nossa praia. Esperemos para ver.

No entanto, será muito difícil que não haja a inauguração depois que eu li a programação oficial do governador, pois a temporada de inaugurações já começou, e o nosso governador não poderia perder a oportunidade para começar a sua já que é candidato a presidente da república. Dizem que a Dilma sua concorrente, que ele diz que ninguém aguentaria mais 4 anos de governo dela, está inaugurando até maloca de índio patrocinada pela FUNAI. E ainda mais nosso governador terá uma eleição mais difícil pela frente, que é a sua sucessão, e que ele optou, igual ao que faz o seu padrinho, o Lula, com sucesso, por eleger “postes” por este Brasil a fora.

Eu não quero dizer com isto que todos os postes sejam inúteis ou não deem a luz com eficiência, apenas que é mais difícil elegê-los. Tanto que um elogio a qualquer político é dizer que “ele elege até um poste”. E pela sua história, pelo menos aqui em Recife, já sabemos que o governador é eficiente, neste aspecto.

Mas, o que me faz escrever aqui não são os postes do país e sim o nosso Açude da Nação que eu espero, na próxima vez que for a Bom Conselho, esteja pronto, cheio d’água e sem ameaças de estouro. Já pensou se, dentro de pouco tempo, eu tivesse que ler a grande imprensa dizer de novo o que disse em 2010, quando ele pipocou? Vejam o que encontrei no Blog da CIT, num texto da Lucinha Peixoto (onde andará minha amiga?), como a Revista Época tratou o evento:

“Sabe-se, contudo, que uma grande barragem se rompeu em Bom Conselho, Pernambuco, levando casas, carros e até trens. Pelo menos 50 famílias ficaram desabrigadas. Deputados pernambucanos e vereadores do município acusam a prefeitura e a empresa de alimentos Perdigão de ter responsabilidade na tragédia. Construído há mais de 60 anos, o Açude da Nação represa água no período das cheias para evitar a seca na estiagem. A Perdigão obteve uma concessão estadual, em 2009, para captar água no açude e usá-ia nas operações de uma fábrica. "Desde 3 de março, estamos exigindo providências da prefeitura e da fábrica. Observamos rachaduras na estrutura, e, mesmo assim, mantiveram as comportas fechadas, diz Gilmar Aleixo, vereador pelo PTB em Bom Conselho. A BRFoods, que controla a Perdigão, divulgou uma nota em que nega ter exigido que as comportas fossem mantidas fechadas." Desde o início do período das chuvas, as passagens dos vertedouros do Açude das Nações foram totalmente liberadas pela prefeitura; o processo de captação pela empresa, na realidade, ajudou a minimizar os efeitos do acúmulo das águas no açude.” (Revista Época – 28.06.2010).”

A Lucinha analisa a falha na reportagem em nos atribuir trens e tenta colocar a culpa em Dantas Barreto (aqui), por nós não os termos cavalos de ferro, eu não chegaria a tanto, mas, se o Açude da Nação estourar outra vez, não tenham dúvidas de que o culpado não será o Marechal e sim de algum poste que foi mal colocado.

Bem, paro por aqui e fico esperando as notícias, porque mesmo longe de Bom Conselho ainda não disse nada como o nosso Dantas Barreto, sobre nossa terra (“Tiveram por minha mãe um enorme desprezo, não vai ficar assim, enquanto eu tiver vida não pisarei nesta cidade e nem ajudarei em nada que for de meu alcance, esquecida está Bom Conselho da minha memória!”.), e estarei lá quando puder para passar no paredão do açude, e, quem sabe, atravessá-lo a nado. Continuo treinando.


P.S.: Só agora o meu texto vai ser publicado e eu tenho que cumprir o prometido. Soube que desta vez o Açude da Nação foi reinaugurado. Embora, para dar minha opinião sobre a obra, só quando for por lá, o que eu espero seja breve. Pela importância da obra, não vi grande destaque na mídia bom-conselhense.

sexta-feira, 14 de março de 2014

O CACHORRO DE BOTAS - Alugando animais e médicos




Por Zé Carlos

Ontem ao dar minha caminhada costumeira para desenferrujar as pernas, como dizia minha mãe, encontrei o Nick, o Cachorro de Botas. Pela sua idiossincrasia de caráter, mas, pela sua sinceridade em admiti-la, eu gosto de ouvi-lo para ver até onde ele vai. Não conto mais suas histórias para meus netos devido serem elas de classificação indicativa para maiores de 21 anos. No entanto, eu o ouço com atenção, porque, alguns vezes, sua conversa é interessante e útil.

E desta vez, depois dos cumprimentos de praxe, no qual ele sempre, com um ar de deboche me estira a pata com botas para me cumprimentar e eu recuso, não pela pata, pois não discrimino nem cachorro, mas, pelas botas, na maioria das vezes sujas de coisas que seus colegas já fizeram no caminho, eu comecei a conversa:

- Olá Nick! Estou com um problema!

- Se eu puder ajudar!

Disse ele, já sentando sobre as patas traseiras. Continuei:

- Quando meus netos vêm aqui eu sempre falo de você, dos seus colegas aqui da praça e até da Fiona, a cachorrinha da vizinha. E eles ficam doidos para ver um animal, mesmo que não seja um cachorro. Quanto a você eu até o mostraria de longe, mas você não sai todo dia e fico com vergonha de bater na porta do seu apartamento, pois não conheço seu dono. Então, meus netos, muitas vezes voltam para casa, e os únicos animais que veem são uns pobres pombos que vivem a comer as migalhas que ficam lá chão.

- Caro Zé Carlos, quanto a mim, se você não tiver medo de que engula um dos seus netos estou sempre a sua disposição.

- Eu soube que lá no Mercado da Madalena há um monte de animais para vender. Tenho vontade de comprar um...

- Caro amigo, se é que posso lhe chamar assim, já que seus cachorros eram todos um pouco bobos e por isso terminaram morrendo envenenados lá no açougue de Bom Conselho, como você me contou, você não precisa comprar um animal. Basta alugar um!

- Como assim?!

- Quando você compra um animal, você tem que cuidar dele a vida inteira, seja ele bom caráter ou mau caráter. Alugando, você pode devolvê-lo a qualquer tempo e seus netos podem brincar com ele o tempo que quiser. Embora, se você quiser comprar um, eu estou a sua disposição para indicar a você um de muito mau caráter, pois só assim eu terei um amigo no prédio.

- Ora, Nick, o caso é sério!

- E eu estou sendo bem sério. Hoje estão até alugando gente quanto mais animais! Ninguém quer ter responsabilidade conosco. Aluga um cachorrinho!

- Nick, que história é esta de alugar gente?

- Ah, você não sabia?

- Não!

- Eu não acredito. E você acha que jogador de futebol é comprado? Não, eles são alugados pelos clubes. Hoje, os contratos de aluguel já preveem coisas que os protegem, mas, lembra do Garrincha? Foi alugado a vida inteira e quando descobriram que ele tinha as pernas tortas o Botafogo o devolveu para o Pau Grande, e ele morreu pobre. Mas, animais, não sabem se defender e quando são comprados e os donos descobrem algum defeito são abandonados. Isto é pior quando são dóceis e não fazem xixi fora do jornal. Por isso eu digo a meus colegas, se puder morder a perna do dono, não hesite.

- E daí, Nick, você está circulando atrás do próprio rabo e não me explicou o aluguel de pessoas.

- Então eu vou desenhar para você com um exemplo que chegou a mim através de um e-mail do cachorro do Fidel Castro para mim. Seu nome é Che, em homenagem a um grande amigo do Fidel. Ela já está bem velhinho, mas, tem uma história de mau-caratismo invejável. Gosto de falar com ele, porque em Cuba há hoje a maior concentração de cachorros maus caracteres do planeta, e eu me delicio com suas histórias. Estou doido para fazer uma excursão por lá. O Che me disse que o Fidel, seu dono, depois de acabar com a economia de Cuba, e não poder mais nem alimentá-lo direito, agora está criando médicos para alugar.

- Como assim?

E lembrei do Miguel, meu neto que nestas horas diria: Oi?!!!!

- Segundo o Che, com o qual compito para ser o cachorro mais mau-caráter da América Latina, ele pega algumas pessoas e coloca numas jaulas que ele chama de escolas de medicina. Elas são alimentadas e aprendem a aplicar injeções e fazer propaganda do regime cubano. Então depois de algum tempo eles recebem um diploma com médicos básicos, isto é, fazem o básico: Dão injeção e fazem propaganda. Feito isto eles estão prontos para serem vendidos para fazerem o serviço de outras pessoas noutros países, já que a saúde em Cuba, segundo seu dono, é tão boa que não precisa mais de médicos.

- E há alguém que compre os médicos?

- Aí que está o pulo do gato, fazendo justiça aos meus amigos felinos. Como ninguém os queria comprar, segundo o Che, porque havia um bando de gente falando em leis trabalhistas, direitos humanos, dignidade, e estas baboseiras que os cachorros daqui têm, ele resolveu alugá-los.

- Nossa! E quem aluga?

- Ora, disse o Nick, segundo o Che isto foi mais fácil do que se imaginava. O Fidel nunca acreditou neste negócio de Democracia, Estado de Direito, e outras coisas da burguesia, e sabe que na América Latina, não há lugar para isto, nem tampouco para fazer uma revolução tipo cubana, que já foi tentada e sabemos que o cachorro do Genoíno ainda hoje sofre com um pisa que tomou quando estava na guerrilha; então, para manterem suas ideias no poder, os governantes fazem de tudo para não soltar o osso, e alugam até gente, se isto for útil para se manterem no poder. E, ainda segundo o Che, continua o Nick, na Venezuela o Chávez só caiu porque morreu. Foi para se tratar em Cuba quando todos os médicos cubanos estavam fora sendo alugados, inclusive na Venezuela. Tudo isto graças ao aluguel de médicos cubanos, que enrolavam a população e esta votava no Chávez. Entendeu, ou quer que eu desenhe outra vez?

- Você está querendo dizer que os médicos cubanos que vieram para o Brasil são alugados?

- Pior do que isto! Eles só recebem uma parte mixuruca do aluguel, e o resto vai para o Fidel. Descobriram que até a cachorrinha de uma médica cubana morreu de fome, lá no Pará, e ela resolveu deixar o programa, mostrando o contrato leonino (desculpem meus amigos) de aluguel. Mas a cachorrinha da presidenta está eufórica porque acha que alugando os médicos cubanos sua dona vai ser reeleita e ela vai deitar e rolar no leite com carne de primeira, que só os cachorros do Planalto comem todo dia. E soube, recentemente, que o cachorro do Lula está em Cuba, onde acompanha seu dono que foi pedir ao Fidel que, por amor de Deus (veja quanta hipocrisia), aumente os salários dos cubanos. Se algum deles morrer de fome a cachorrinha da Dilma vai morrer de fome, porque reeleição, blau, blau...


Chegando a este ponto eu dei um basta na conversa e fui embora pensando, mas com uma pulga atrás da orelha sobre o aluguel de animais. Primeiro vou apresentar a ideia para os meus netos, se sentir que, alugando os bichos eles irão me eleger o avô do ano, por que não? Vou ao Mercado da Madalena agora. Afinal de contas, bicho é bicho.

quinta-feira, 13 de março de 2014

RADIO PAPACAÇA




Por Carlos Sena (*)

Hoje, dia 17 de janeiro de 2014, a Rádio foi invadida. Invadida por sentimentos de natividade. Invadida de gente jovem de todas as idades. Invadida pela boa invasão do que não é privacidade. Invadida pela dignidade de sua gente de dentro e de fora. De dentro por parte dos que aqui moram, residem e são felizes. De fora por parte dos que estão noutras regiões do país, mas que nunca ficaram de fora. Sempre estiveram de dentro. Porque a terra da gente é feito uma bola: tem dois lados. O de dentro e o de fora. Quem está de fora, só assim se encontra no rótulo, nas atividades laborais. Porque a rigor, os de fora e os de dentro se tornam um só quando o quesito é amor à terra que lhes serviu de berço.

O sentimento de hoje na Rádio Papacaça foi aquele da sedução idílica que só o útero das mães e das terras-mãe tem condições de proporcionar. Porque a terra da gente é um pouco desse líquido amniótico que os mantém vivos mesmo fora, depois que já fomos paridos pela vida afora. Por isso, hoje a gente sentiu  e transmitiu esse sentimento. Com musica, como prosa e com poesia. Com lágrimas, por que não dizer? Porque de prazer também as lágrimas nos correm nos olhos. Melhor assim. Porque a vida em sua trajetória é um pouco dura e amarga, mas nós, humanos, temos essa obrigação de a tudo transformar em doçura como já nos lembrava Dom Helder:  “devemos ser como a cana – quanto mais moída trucidada, só temos que saber dar doçura” (grifo meu). Assim somos nós – os de dentro e os de fora um pouco dessa trajetória de luta, de simplicidade e de amor. Porque o resto vem por osmose. Detalhe: sempre dentro dos princípios da honestidade, inteligência e merecimento.

Assim é a vida. Diferente no grosso, mas toda igual no seu varejo. Porque da boca vem o escarro, mas vem também o beijo; da mão o afago, mas o apedrejo, parodiando o poeta paraibano Augusto dos Anjos. Porque a vida é ávida. E atrevida. No atrevimento dela, a gente se atreve modificar o sujeito e se transformar em predicados; modificar a substancia e deixar os substantivos concretos edificados não em pedra e cal,  mas em sabedoria e moral, independente dos sujeitos intervenientes. Foi um pouco disso hoje, na Rádio Papacaça. De graça e com raça.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 18/01/2014

quarta-feira, 12 de março de 2014

O Fantástico e o filho do José Alencar




Por Zezinho de Caetés

Neste domingo passado estava vendo o Fantástico, esperando uma reportagem anunciada sobre a situação da educação brasileira, e que incluiu até Jaboatão, mostrando escolas que devem ter feito corar os governantes do Estado pela ausência de infraestrutura básica, mostrando os alunos, sedentos de conhecimento, enfiando o pé na lama para obtê-lo, e, nem assim conseguindo.

Antes de chegar a hora da reportagem o programa dominical da Rede Globo mostrou outra reportagem sobre o vice-presidente de Lula, José Alencar, já falecido, mas, que deixou para trás, segundo ela própria, uma filha bastarda, que hoje quer apenas provar que é realmente filha do grande industrial e político, prometendo que não quer toda a herança, e sim uma vida digna.

Na hora em que terminou a reportagem, e diante da descoberta que hoje, os herdeiros do vice-presidente ainda não querem reconhecer sua parente, eu apenas pensei: bem, como gosto de política e neste campo “águas passadas movem moinhos”, mesmo quando o dono já morreu, eu conclui que se José Alencar, depois do que fez fosse apresentado como candidato a alguma cargo público, teria muitas dificuldades de se eleger. Pasmem, ele se recusou a fazer o exame de DNA, e neste caso, por lei, “quem cala, consente”. Eu, que nunca votei nele, continuaria não votando. Aliás, já não votaria em Lula por outros motivos, mas, com sua recusa em enfrentar o problema da Rosemary, mesmo que ele prometesse que colocaria o Jair Bolsonaro como Ministro da Justiça eu incorreria no erro de ter votado nele no tempo que o PT ainda era um partido político e não um ajuntamento de corruptos (não é quadrilha, segundo o STF).

Eu não iria nem mais pensar na reportagem, quando na segunda-feira pela manhã li um texto do Ricardo Noblat que é de 09/08/2010 e que ele reproduz em seu blog. O título é horroroso: “Flucht nach vorne”, que, como ele explica no texto é uma expressão alemã que significa “fuga para frente”. Coisa de alemão mesmo. Em resumo quer dizer que, sob ameaça, não corra, vá em frente e lute. E no texto eu soube que o processo vem se arrastando há anos, e até agora, a família recorre, tentando negar a paternidade.

Eu concordo totalmente com o texto do Noblat, abaixo reproduzido, ainda hoje, aplicando sua conclusão à família do vice-presidente. Como político ele teve bons momentos, mesmo que, como vice do Lula, apenas fazia contraponto para tentar mostrar que meu conterrâneo não agia como um “neoliberal” autêntico, pelo menos, nos primeiros anos de seu longo governo, seguindo toda a cartilha do FHC. Mas, com o não reconhecimento de sua filha, fica mais esta mancha em sua carreira que o Noblat resume de forma magistral em sua frase final que eu reproduzo aqui apenas mudando o tempo do verbo, pois agora ele está morto: “Alencar não [era] bronco. Mas esse episódio fez emergir uma face dele até aqui desconhecida. Uma face rude, cruel e mesquinha. Muito diferente da outra que comove o país há anos.”.

Mas fiquem com o texto, que mostra além disto a história de muitos pais por acaso que resolveram de maneira melhor o problema do que o Alencar e sem expressões de ignorância e grossura como ele fez, e a família continua ajudando a deixá-lo mal na foto da história. Vejam que o vice atual, o Michel Temer, também teve filho bastardo. Pela briga entre o PT e o PMDB agora, a Dilma pode até alegar que ele tem outros para provocar mais o partido. Tudo isto já é campanha, mas, fica para depois...

“A expressão alemã acima significa “fuga para frente”. Cercado, você ataca – e seja o que Deus quiser. Pisa fundo no acelerador do carro como fez diante do abismo a dupla do filme Thelma e Louise.

Ou então “enfia o pé na jaca” como parece preferir o vice-presidente José Alencar no caso da suposta filha de 55 anos que teve fora do casamento.

Alencar responde desde 2001 a processo de investigação de paternidade na Vara Civil de Caratinga, Minas Gerais. Ali quando era rapaz conheceu Francisca Nicolino de Morais, de apelido Tita, uma enfermeira de 26 anos, e com ela manteve um relacionamento amoroso entre 1953 e 1955.

Segundo testemunhas ouvidas pelo juiz José Antônio Cordeiro, os dois se viram pela primeira vez nas dependências do Clube Municipal da cidade. Passaram então a se encontrar em média três vezes por semana. E às quartas-feiras dormiam juntos na casa de Tita. O namoro era público.

Aos sábados, o casal podia ser encontrado no clube ou no Bar do Geraldo Pereira. Aos domingos, dançando no Bar da Zica.

Alencar chegou a pagar o aluguel da casa de Tita e ajudou-a com outras despesas. Até que Tita engravidou e deu à luz a Rosemary em 1955. O relacionamento acabou. Ao completar 42 anos, Rosemary soube por Tita quem seria seu pai.

Ela aproveitou uma visita de Alencar a Caratinga em 1998 para dizer-lhe que era sua filha. Na ocasião, Alencar teria comentado que resolveria tudo. Não o fez.

Rosemary foi à Justiça e pediu para ser reconhecida como filha dele. Uma vez aberto o processo, os advogados de Alencar tentaram extingui-lo por meio de sucessivos recursos.

Ouvido em juízo, Alencar negou ter tido qualquer relacionamento com Tita e acusou-a de freqüentar “a zona do meretrício” de Caratinga. “Como profissional, oferecia-se a quem a pagasse por seus préstimos”, disse.

Ao comentar o caso em “Programa do Jô” da semana passada, insistiu Alencar: “Todo mundo que foi à zona pode ser pai”.

Por duas vezes, o juiz Antônio Cordeiro marcou dia, hora e local para que Alencar se submetesse a exame de DNA. Em vão. Os advogados dele conseguiram suspender o exame.

A Jô, Alencar insinuou que está sendo vítima de chantagem econômica e garantiu que o exame de DNA “não é 100% seguro”. De fato, não é. A margem de acerto do exame é de apenas 99%.

Diz o artigo 2 da Lei 8.560/90: “Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos. A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético – DNA – gerará a presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório”.

Com base na recusa de Alencar em fazer o exame de DNA, no conjunto de provas recolhidas e em jurisprudência consolidada do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o juiz decidiu em 21 de julho passado que “a investigante” passe a se chamar Rosemary de Morais Gomes da Silva, filha de Francisca Nicolino de Morais, a Tita, e de José Alencar Gomes da Silva.

Somente uma pessoa, a pedido de Alencar, apresentou-se à Justiça para dizer que Tita era prostituta.

O delicado estado de saúde de Alencar, que luta há 13 anos contra um câncer, não lhe confere imunidade para agredir grosseiramente o bom senso.

Se permanece apto a assumir a presidência da República na ausência do seu titular era de se imaginar que conservasse intacta sua capacidade de avaliar bem os fatos.

Fernando Collor, Orestes Quércia e Michel Temer, por exemplo, são políticos que reconheceram filhos de relações extraconjugais.

Paulo Maluf fez questão de se submeter a exame de DNA para provar que não era pai de uma menina de nove anos. E provou. Fernando Henrique Cardoso é um caso à parte.

Teve um filho com a jornalista Miriam Dutra pouco antes de se eleger presidente. Havia se relacionado com ela por anos.

Procurados por jornalistas, os dois sempre negaram que Tomas fosse filho de quem é. "Nem o pai dele tem certeza que é o pai", confidenciou Míriam a um amigo certa vez.

Mas Fernando Henrique ajudou a sustentar o filho, recebeu-o várias vezes discretamente no Palácio do Planalto, visitou-o na Europa e o reconheceu em cartório de Madri logo depois da morte de dona Ruth Cardoso, sua mulher.


Alencar não é bronco. Mas esse episódio fez emergir uma face dele até aqui desconhecida. Uma face rude, cruel e mesquinha. Muito diferente da outra que comove o país há anos.”

terça-feira, 11 de março de 2014

PREFIRO REDES CEARENSES




POR CARLOS SENA (*)

Todo mundo se acha autoridade quando o assunto é falar das minorias. Porque todos querem, com base nos seus próprios valores VALORAR pontos de vistas que, nem sempre estão em consonância com a realidade concreta. Porque mesmo quem é gay, por exemplo, não pode se arvorar dessa condição pra sair falando o que quiser a esse respeito. Imaginem quem não é gay, ou outra minoria, que risco não corre de falar bobagem? Ou não. Nas redes sociais a melhor coisa é tangenciar sempre na lógica do "ou não"! Porque o mundo é plural. Porque a vida é passageira e há muita gente nesse "ônibus" que só se considera "motorista". O bom da vida é que ela caminha sozinha e nem dá bolas para os que se iludem com a eternidade, com a soberba, com o falso moralismo, com... Porque mais na frente, ou dos lados, a vida ensimesmada de sabedoria saberá colocar todos no seu canto certo. E o canto certo das pessoas é ser caminheiro do bem, do respeito, do amor incondicional aos semelhantes... Porque esse é o único caminho para um mundo melhor, mais solidário, mais feliz. As redes sociais estão aí. Por trás delas há milhões de dinheiro em jogo e bilhões de gente besta sendo jogadas por elas. Ela é o que se pode chamar de "faca de dois legumes", parodiando o cartola do futebol paulista. Mas, tem seu lado bom. Pequeno mas tem. E ele pode se trornar um lado muito maior dependendo de quem souber lhe aproveitar. Se eu pudesse dar conselhos nesta questão diria: nada de falar das minorias a não ser se for para não discrimina-las; nada de postar fotos de sua casa, da sua vida pessoal; nada de dizer que ta dormindo, que tá viajando, que tá se "jerundiando"; nada de por foto com gente morta, lascada pelo trânsito; nada de postar endereço, número de documento; nada de tratar assuntos sérios, mas marcar "imbox" e depois resolver pessoalmente; nada de, nada de, nada de... Porque a vida dos "zoto" não é nossa nem a nossa é dos zoto. Rede social é pra se balançar nela, jogar conversa fora. Porque conversa boa não se põe em redes sociais e se fossem assim tão boas ninguém jogava fora. Abrir a internet é como abrir a janela (Windows) para o mundo. Dentro do mundo, as redes sociais são como entrar na casa dos zoto e conversar. Mas há quem entre na casa dos vizinhos para bisbilhotar. Pra ver o que tão comendo, vestindo, bebendo, etc, e dai fazer fofoca. Assim, diante dos inúmeros problemas que a invasão de privacidade em rede proporcionam, melhor ficar na janela feito a moça feia que ficou vendo a banda passar. Ou Carolina, de olhos fundos, mostrando a dor do mundo pra quem quiser passar... Ou a Geni, levando bosta na cara sem o Zeppelin prateado...

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 15/01/2014