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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Quase não chegando, outra vez...


Centro de Bom Conselho

Por Zé Carlos

Como sempre, ir a Bom Conselho, mesmo estando tão perto, para mim é uma renovada emoção. Melhor ainda, nossa ida sempre gera assuntos sobre os quais posso comentar e esperar que agrade aos leitores da AGD. Tenho a consciência de que nem sempre os assuntos aqui abordados agradam a todos.

Lembrei-me agora de algo que li, e não sei se é verdade. O Carlos Lacerda, apesar de todos os defeitos que tinha, era reconhecido como um grande jornalista. Hoje ele seria um blogueiro de primeira. Conta-se que em determinado dia, seu chefe de redação o chamou e disse:

- Carlos, está chegando a Semana Santa, e quero que você escreva um texto sobre Jesus Cristo!

- Contra ou a favor!?

Foi a resposta do Carlos Lacerda. Não sei qual foi a decisão do editor chefe, mas, tenho certeza que o jornalista produziu um artigo excelente, seja qual tenha sido ela.

O diálogo poderia ter sido diferente. E a resposta também. O editor chefe poderia ter dito:

- Carlos, escreva um artigo sobre a Prefeita Judith Alapenha, pois ela está completando dois anos de governo, e o povo precisa da sua avaliação!

- Para agradar a quem, à Judith ou ao Vereador Gilmar Aleixo!?

Ah, se eu fosse um jornalista tão bom como o Carlos Lacerda! Infelizmente, sou apenas um blogueiro latino americano, sem dinheiro no bolso, e aposentado, que tenta escrever, nem contra nem a favor, e muito menos pelo contrário.

Hoje escrevo sobre outra chegada a Bom Conselho. Tentarei me equilibrar no fio da navalha da neutralidade, em relação aos governantes de plantão. O que já havia notado é que a cidade está em obras. Buracos e mais buracos para todos os lados. Lembra-me a época em que colocaram o primeiro serviço d’água decente na cidade. Penso que foi no governo de Cid Sampaio. Eu, criança, adorava ver os buracos e a furação do canos que produziam um jato d’água, igual as torres de petróleo, que via nos filmes. Naquela época seria inimaginável prever que um dia, o precioso líquido não seria abundante.

Não sei qual é o serviço que está sendo feito agora, ou quais, mas, está difícil circular de automóvel pela cidade. Como os serviços avançam, as crateras se tornam móveis, e determinados dias podemos passar e outros não. Soube de pessoas que ficaram presas em suas casas, porque do dia para a noite os entulhos apareceram e o prenderam em algum rua, agora, sem saída. Nenhum progresso justifica tanto transtorno, a não ser que fosse inevitável. E não é.

O Estado existe para servir aos cidadãos, e num república com a constituição que temos, todos são iguais perante a lei. Ninguém pode ser privado do seu direito de ir e vir, mesmo que seja pelo progresso que os buracos podem gerar. Há meios facílimos e baratos de evitar isto, quando o poder público é atuante, pelo menos para avisar aos incautos, como eu, que, se entrar em determinada rua não há saída. Você vai e se quiser. Eu nem mais tentei fazer reverência em frente à Igreja de Santo Antônio, o “cuscuz” já me impedia de fazer isto de longe, e agora os buracos me proíbem também, de perto.

Queria chegar ao Hotel Raízes, e como o fiz da outra vez, cortei caminho e embiquei pela Rua Marechal Deodoro, onde eu já frequentei um palácio, e me deparei com um monte de entulho progressista. Uma simples placa, que não precisaria nem ser pintado com o talento de Zé Bias, me pouparia algumas gotas de gasolina. Mas, teremos em breve o “pré-sal”, nadaremos em petróleo, por que se importar com isto?

Depois de idas e vindas, idas e vindas, e paremos por aqui, porque alguns podem pensar que queremos adentrar pelo terreno da falta de compostura, cheguei ao hotel. Alguns dirão que o Hotel Raízes é que deveria produzir as placas para seus hóspedes chegarem com facilidade a ele. Eu, que até não sou muito a favor de muita intervenção do setor público, até poderia concordar, se isto funcionasse bem. E já está provado que não funciona, porque há limites claros, até onde pode ir nossas atitudes privadas sem que o funcionamento das coisas seja comprometido.

Imaginem, se todo o empresário que tivesse envolvido dentro da buraqueira, decidisse colocar placas para dirigir seus potenciais consumidores aos seus estabelecimentos. É fácil prever que o problema não seriam mais os buracos, e sim as placas. Seriam tantas, que ninguém chegaria ao local. Aí entra o setor público.

Já estou me alongando demais, e prometi não ser discípulo da Lucinha Peixoto, em sua prolixidade. Só falta dizer, como exemplo, se houvesse um certo zelo do poder público pelo nosso centro, o comércio de Bom Conselho não seria vítima da proliferação daquelas placas horrorosas de anúncio, que, quem não tem pensa que vai perder a freguesia.

Ah, que saudade que tenho do letreiro da Sapataria Confiança, Farmácia Crespo, Casa N. S. do Rosário, Padaria Cordeiro, Casa Bandeirante, Princesa do Norte, e outras, mas, principalmente, do Zé Bias.

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