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sábado, 29 de janeiro de 2011

Carta ao meu tio Zé!


Por Januzilla Amaral

Primeiro queria fazer uma pergunta: Quem foi Dantas Barreto?
Por favor, respostas rápidas e precisas, não vale googlar!
Vamos, respostas em 10 segundos!

É verdade, homem tão ilustre e verdadeiramente importante na história brasileira, pois é, BRASILEIRA, não é pernambucana, muito menos bom-conselhense, é brasileira.
Então, já que ninguém sabe quem foi Dantas Barreto, vou fazer um breve relato de sua vida.

Dantas Barreto nasceu “EMÍDIO DANTAS BARRETO” aqui em Bom Conselho, em 1850, pobre e sem perspectivas.

Ao falecer, o General Dantas Barreto, já tinha sido governador de Pernambuco, era dono da cadeira 27 na Academia Brasileira de Letras – precedido por Joaquim Nabuco, Fundador – era historiador militar, sendo o primeiro autor a escrever sobre Canudos, onde também foi protagonista, ou seja era um vitorioso!

Pronto, aí está Dantas Barreto, agora todos nós sabemos quem foi, não será mais só o nome da Câmara Municipal de Bom Conselho.

Ta vendo meu querido tio Zé? Não precisava açoitar os ânimos de alguns ilustres bom-conselhenses, que talvez por desconhecerem a história, o alcunharam de louco diante da idéia de mudança de nome.

Louco o senhor não é, a meu ver é um visionário, e o engraçado é que todos os visionários importantes foram tratados como loucos, até mesmo Pinel – Pai da Psiquiatria – foi um louco visionário, Raul Seixas, Paulo Coelho...etc.

Aqui em Bom Conselho mesmo, há visionários que já foram loucos e hoje desfrutam de suas conquistas, posso citar dois exemplos; Professora Tânia Padilha, com seu “educandariozinho” ousou desafiar um monopólio histórico e os irmãos Alapenha que iniciaram com um quartinho o FRIGOLEITE  e hoje até prêmio receberam, por tamanha loucura de arriscar, isso sem “vender superfaturadamente à prefeitura”.....

Portanto,  meu querido tio Zé, louco é um elogio ao senhor, logo você que já enfrentou tantas adversidades e também já foi premiado por algumas loucuras.

Tenho orgulho do senhor, do que é e do que foi, assim como do meu avô, os dois maiores homens que conheci em minha vida, dois loucos visionários!

Mário Quintana em seus devaneios escreveu: “Todos estes que aí estão atravancando o meu caminho, passarão. Eu passarinho!” O senhor assim como Mário, vive passarinhando por aí, acreditando na rapaziada e como Cristóvão Buarque, pensando que a educação é caminho...

Não se apoquente tio Zé, entendi sua idéia, outros também o entenderam, afinal o senhor apenas queria incutir na cabeça da população a curiosidade de saber quem foi Dantas Barreto, num futuro próximo esta idéia deixará de ser uma quimera e a acefaleia brasileira deixará de existir e teremos finalmente CIDADÃOS, em todo o sentido da palavra.


                                                    Sua sobrinha,


P.S.¹ Quintana, com uma ironia mordaz, escreveu: “ Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.” Burro o senhor não é!

P.S² Aos bom-conselhenses tão fieis ao nome Bom conselho, no entanto mergulhados no ostracismo da ignorância e desprovidos de raciocínio, meus pêsames!

5 comentários:

  1. Tio Zé deve ter muito orgulho da sobrinha que tem.
    Como tenho orgulho de poder ser conhecido como amigo do Zé, o mesmo, Arnaldo, um nome que está associado ao que há de melhor em Bom Conselho. De tradição e de doação à causa pública, de que somos tão carentes, em todos os níveis.
    Zé Arnaldo ousa mais que qualquer outro conterrâneo que conheço. Por isso a dificuldade de acompanhar o ritmo dele.
    Pra ser muito objetivo: acho que o povo de Bom Conselho deveria proclamar, alto e bom som - como se costuma dizer -, que Zé Arnaldo é filho desta terra e nela vive e trabalha. Quando poderia viver e trabalhar, com muito destaque, em qualquer grande centro urbano.
    Trocar Bom Conselho por Dantas Barreto seria um processo de fácil assimilação. Até porque Bom Conselho já existe outra. Dantas Barreto, não.
    Jodeval Duarte, filho de Lúcio e Constança Duarte, irmão de Luiz Clério, Genivaldo, Edeilda, Moadenes, Josete e Josenilda. Todos e todas bonconselhenses da gema.

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  2. O tio Zé é o “cara” e sua sobrinha Januzilla é a sua cara.
    PARABÉNS Januzilla: belo texto, bem escrito e com conteúdo. Continue compartilhando seus escritos com os conterrâneos daí e d’alhures.
    Quanto ao meu amigo JAA, sei que por vezes é incompreendido na terrinha. Talvez até mais do que seu pai foi na política. Não esqueço o velho AA (avó da Januzilla) que foi grande amigo do meu pai e, posteriormente, do meu padrasto.
    Como um metamórfico desejoso, compartilho da sugestão do tio Zé de trocar Bom Conselho por Dantas Barreto (NÃO FIQUEM NERVOSOS BOM-CONSELHENSES! É SÓ UMA OPINIÃO). Gostaria de ser: “dantense”, “dantoso”, “barretense”, “barreteiro” ou “dantas-barretense”. MENOS “DANTESCO”.
    RJTL/Paz sem B

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  3. Desculpem, o Anômimo do último comentário sou seu: ROBERTO LIRA

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  4. Belo artigo em defesa da ilustre ideia de seu tio porém gostaria de fazer um pequeno comentário em relação a esta afirmação: "sendo o primeiro autor a escrever sobre Canudos, onde também foi protagonista, ou seja era um vitorioso!" quero me concentrar quando a senhora chama de vitoriosa a investida militar a Canudos, o maior masacre de camponeses da história do Brasil, onde esses homens simples foram brutalmente assassinados sob ordem de VIRORIOSOS, tais como o supracitado. sendo essa uma das maiores manchas da breve História do país chamado Brasil, enfim para concluir, nós brasileiros temos que mudar esta visão de que a história é construída com base nos grandes "heróis" e lembrarmos que somos nós quem produzimos a história.

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  5. Danilo, o "vitorioso", não é uma referência a Guerra de Canudos, contrastei com o "sem perspectivas", referente ao fato de Dantas Barretos ter nascido pobre!
    Seu Jodeval e seu Roberto, obrigada pelas palavras tocantes, tanto à mim, como ao meu tio e ao meu querido avô, vocês como eles, persistem em suas crenças! Obrigada!!

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