Por Lucinha Peixoto
“Vi agora, na página Deu nos Blogs, que a festa dos papacaceiro será adiada ou cancelada. É uma pena e uma temeridade. Ou a festa não tinha a menor importância ou prejuízo será muito grande. Pela declaração que li da Priscila Quirino, a festa só [não] será suspensa definitivamente porque, a festa não é só dos papacaceiros de fora, mas do povo. Não entendi nada. E se eu tivesse viajado daqui para lá, deixando todos os meus afazeres para ir a festa, isto não valeria nada? Porque não sou povo? Li também sobre a saúde da mãe do Quirino e do Pedro Ramos. Cada um tem suas razões justas para não participar da festa. Mas a festa não é nem do Pedro nem do Quirino, é dos papacaceiros. No início seriam duas festas, festa A e festa B. Ambas deveriam ser realizadas. Pois se não forem, isto será um desrespeito aos que se mobilizaram para ela, como, comerciantes, prefeitura, músicos, papacaceiros e todos os demais. Voltarei ao tema, mas, prefeita, o nosso Diretor Presidente, já comprou até uma roupa nova!”
Esta nota acima foi publicada por mim no Mural da AGD, no dia 03 de janeiro. Todos sabem que não sou mulher de 1000 toques. Sempre preciso de mais. Minha opinião não mudou com os novos acontecimentos e com o texto do Zé Carlos, sobre o mesmo assunto. Agora eu vou além, depois de ter lido a nota do Quirino no mesmo Mural.
Eu não posso conceber que uma cidade toda se mobilize para fazer uma festa, sob a responsabilidade de um administrador (o Quirino), e faltando alguns poucos dias para sua realização, este administrador alegue motivo de força maior para não realizá-la, sem nenhum detalhe, como também, sem nenhum detalhe sobre quem são os usurpadores e politiqueiros que querem tomar a festa dele.
Eu já me meti até demais, no passado, quando queriam tirar as prerrogativas do Quirino de fazer a festa, e até me indispus com o Pedro Ramos, por ser ele, segundo as notícias da época, que teria organizado uma reunião para desbancar o Quirino. Lembro bem, que foi até uma ideia do O Andarilho, que não soltava a barra da calça do Pedro de jeito nenhum. Hoje, com O Andarilho morto, com minha reaproximação virtual com o Pedro Ramos, e até com o apoio ao Encontro do B, e depois minhas propostas não aceitas de fazer uma eleição para ver quem tomaria conta da festa (nunca realizada), deparo-me com esta nota, pouco esclarecedora do Quirino.
Eu prefiro pensar que o Quirino é um péssimo administrador, por não ter criado um plano B para motivos de força maior. É por isso que eu quero voltar para Bom Conselho. Mesmo não pretendendo nenhum cargo no Executivo, posso a partir de nossa câmara ajudar num caso como este. Em nossa insegurança humana, não se administra sem um plano B. Principalmente, se os eventos planejados envolvem uma cidade inteira. Vamos supor que, Deus nos livre, que o motivo de força maior, alegado pelo Quirino fosse a ameaça de um furacão que passaria em Bom Conselho na metade de janeiro, que poderia acabar com a cidade, em uma catástrofe muito pior do que o estouro do açude da nação. Seria justo e razoável, cancelar o encontro. Mesmo assim, se fosse eu teria um plano B para fazer a festa em Negras, terra do Pedro Ramos. Sei que este não se oporia ao evento se lá fosse realizado. Eu mesma iria para Negras e lá me encontraria, não tão festivamente, mas pelo menos para comentar os efeitos do furacão.
Alguns dirão que existem motivos de muito maior força do que os furacões. Por exemplo, doenças, desastres automobilísticos e mortes. Eu concordo que isto é verdade para as famílias envolvidas, mas não se aplica a todo um povo. O Zé Carlos dá o exemplo da morte do Enéias, dono do Bloco Galo da Madrugada, aqui em Recife. Num outro exemplo, hipotético, envolvendo uma pessoa que admiro, não politicamente, mas pela sua resistência como ser humano, o nosso ex-vice-presidente José Alencar. Seu sofrimento e luta contra uma doença que o persegue por muito tempo, me emocionam. Ele disse que queria realizar o seu grande sonho, que era descer a rampa junto com o Lula na passagem de governo e não conseguiu. Tenho certeza que todos os que são próximos dele devem ter tido um pouco menos de alegria com a sua ausência, mas jamais alguém iria propor que a festa de posse fosse adiada, por este motivo. E ainda que o próprio José de Alencar jamais permitiria que isto acontecesse, e sua família também não, mesmo com sua morte.
Por mais que nos amemos e amemos os outros, nossa morte não deve influir para que os outros fiquem tristes, mesmo que aqueles que nos amam sempre diminuem sua felicidade. Ela é só uma passagem para o último encontro. Embora sempre dê conselhos ao Roberto Lira, para afastá-lo um pouco do fogo do inferno, sua filosofia de vida mostrada em comentário ao texto do Zé Carlos, além de mostrar sua inteligência, mostra um caminho para se conviver com a morte sem perdermos a vida.
Por mais que sintamos pela morte e pelo sofrimento de outras pessoas, nunca devemos perder de vista, que a vida continua. Viva o 11º Encontro!
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(*) A Lucinha nos enviou este texto para ser publicado em nossa seção de Avisos e Comunicações, alegando que não quer publicar aqui, pois alguns vão dizer: “Lá vem a politiqueira”. Eu já disse a ela e repito que a AGD está aberta para todos os bom-conselhenses, e como sei de sua prolixidade, mas também, de sua competência, resolvemos trazer o texto para aqui. Isto não me isenta de comentar a nota do Quirino, algum dia, mas deixarei isto para depois, pois, concordo plenamente com o que diz ela acima (Zé Carlos).
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