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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A AGD na América - Saindo pela primeira vez



Pittsburgh - Redação da AGD


Por Zé Carlos

Não vou precisar a cronologia exata do que escrevo aqui a não ser que seja essencial para o entendimento do que escrevo. São tantas as coisas que tenho abordar que o tempo não é importante na maioria das vezes. No presente caso, sei que foi a primeira saída mais longe do hotel tendo que enfrentar o transporte coletivo como qualquer pessoa que é desprovid de transporte individual, a não ser seus próprios pés.

Caindo um pouco no conto da abundância das coisas materiais neste país, e seguindo alguns que diziam, não leva isto e não leva aquilo porque lá você compra tudo, eu cheguei aqui na falta de muitos produtos básicos para sobrevivência e também sedento para compra de alguns deles que mesmo não sendo essenciais, nos enchem os olhos, como produtos eletrônicos e outros.



A primeira decepção foram os preços. Se alguém fizer a conversão do dólar para o real, não compra nada aqui, a não ser nas famosas “sales”, que são as promoções normais do comércio em qualquer sistema capitalista. Então resolvemos (eu e a Marli, a quem agora acompanho em seus estudos) partir somente para elas. E nesta primeira vez invadimos as “sales”. Então eu me provi de todo um guarda roupa, que pensei pudesse dizer que seria americano. Não era. Posso dizer que agora estou globalizado. Camisa da Indonésia, sapatos da China, camisa da Malásia, cuecas do Vietnam, e evitando os produtos brasileiros só para quando chegar no Brasil dizer que viajei. Parecia até que estava no Hiper Bom Preço de Casa Forte. Tão longe e tão perto.

O que admirei nesta saída e sei que vou encontrar muito ainda foi a praticidade dos americanos. Podemos até não gostar do que eles fazem mas quando o fazem eles fazem bem feito. Não é à toa  que nós os copiamos tanto, e se queremos trilhar o mesmo caminho do consumismo desenfreado que aqui campeia, imitá-los sai mais barato do que tentar criar coisas novas. Caso queiramos mudar de rumo, então a conversa é outra.



Quando, tateando pela cidade, pegamos o ônibus, eu nem sabia se entrávamos pela porta da frente ou pela porta dos fundos. Não havendo ninguém no ponto para imitar entramos pela porta da frente onde minha mente procurava um cobrador. Impossível achar. Só o motorista e uma maquininha que engole dinheiro de papel e moeda. Este “rosnou” alguma coisa impedindo-nos de pagar a passagem. Pensamos até que fosse pela nossa idade e nos alegramos por eles seguirem nosso Estatuto do Idoso. Ledo engano. O motivo da não cobrança foi outro e não nossa idade. Estou ainda a refletir a causa. Talvez tenha sido porque ele teve pena de nossa “deficiência linguística”, como nós tivemos da dele, pois não entendemos nada do que ele disse.

No shopping, que não era algo fechado como os nossos aí no Brasil e talvez outros que aqui existam, corremos várias lojas grandes e separadas, e neste ínterim eu sentei numa cadeira que há em frente de quase todas elas, com um único objetivo: servir aos fumantes, e fiquei observando a vida americana, pela primeira vez. Portanto, se mudar de opinião a respeito é porque minha amostra é ainda pequena para tirar conclusões, mas, sem elas, nem meus netos me lerão no futuro.



Vi que há uma epidemia de obesidade aqui na América, e acho importante tratar disto aqui, pois se não nos cuidarmos, em breve no Brasil teremos o mesmo problema. Constatei ainda que a raça negra (que aqui é bastante distinta dos brancos, ou seja não aqui não há pardos) é a mais atingida por esta epidemia. Pela minha amostragem até agora, no olhômetro, há dois negros gordos para cada branco com a mesma doença.

Quando entrei nos meu restaurantes favoritos em minha viagens, a Macdonald, Subway, e outros que também frequento em Caruaru, é que vi a causa fundamental da epidemia. Nunca vi se comer tanto quanto neste país. Eu vi uma jovem negra de, talvez, menos de vinte anos, atracada com um sanduiche tão grande que, se eu tivesse o domínio da língua eu teria me oferecido para ajudá-la a segurar para ela ingeri-lo com mais facilidade.



E já que estamos falando de coisas grandes, aqui isto se reproduz em relação aos carros. Foi difícil até agora ver um carro de tamanha médio. Tudo aqui é tendendo para limosines mais do que para nossos antigos fuscas, embora tenha visto uns poucos destes fuscas modernos, parece, feitos no México. Além disso, de serem grandes, a variedade de marcas é uma coisa impressionante. Meu neto Davi, que já sabe todas as marcas existentes no Brasil, aqui teria um séria dificuldade. O que é difícil de encontrar é uma marca que não seja estrangeira. Nisto eles empatam com Brasil, e os asiáticos, pelo menos neste shopping venciam de 10 x 3.

Já que estamos falando de carros e mobilidade, além de nossas deficiências linguísticas, falemos de outra, que é a deficiência física. O que notei em todo shopping foi o absoluto respeito pelos cadeirantes. Não há calçadas sem rampas e nem pessoas empurrando cadeiras de roda. Igual a opulência nos carros, os cadeirantes, e são muitos, tem sua mobilidade garantida por cadeiras movidas a eletricidade, e quem tem uma tecnologia que me impressionou. No restaurante em que estava vi um senhora se movimentar num cadeira de rodas, com a habilidade que o Airton Sena dirigia um Fórmula 1. E pelo seu semblante altivo penso até que ficaria magoada com qualquer oferta de ajuda.

Eu ainda não vi ônibus que levem cadeirantes, mas vi os ônibus se baixarem para receber pessoas mais idosas, como se estivessem saudando reis, tudo comandado pelos motoristas. Graças a Deus eles não se baixaram para nós, o que prova que temos a aparência de novos. Minha mulher se alegrou com isto. E quanto a isto, já li que em algumas cidades do Brasil já há este tipo de tecnologia, mas, tenho certeza estamos longe de sua generalização, e nem será necessário antes de termos alguns avanços em nosso sistema de saúde (e que depende de nossa economia, inclusive do nosso PIB).

Para concluir este relato da primeira saída, a triste constatação que fiz em relação aos automóveis é que no Brasil os pedestres têm medo dos carros e aqui os carros tem medo de pedestres. Há faixas que devem ser obedecidas pelos pedestres na via aberta, mas dentro do shopping a preferência é todo deles. Para mim que ando pelas ruas do Recife, com medo dos carros, foi um prazer descer da calçada e ver aqueles carrões enormes parados todos com medos de mim. Eu quase dizia, “show”, para ver se eles voavam como os pombos que o Davi tange lá na Jaqueira.

P. S.: Resolvemos colocar algumas fotos da bonita cidade de Pittsburgh no estado Pennsilvania, onde estamos com a AGD escrevendo estas mal traçadas linhas.

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