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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Será "Embromation"?



Por Zé Carlos

Eu estava decidindo se publicava o artigo abaixo em nossa seção Deu nos Blogs ou se fazia a ele alguns comentários. Pelo que li do texto da Dora Kramer (Estado de São Paulo) publicado no Blog do Ricardo Noblat, optei pela segunda alternativa. Preciso pensar um pouco em política, nem que seja só para ter assunto com a Lucinha Peixoto quando a encontro, o como agora, me aluga pelo Skype.

Eu nunca fui um político praticante, com partido e tudo, pelo meu próprio temperamento ou pela minha incapacidade de ser um bom político, o que sempre invejei daqueles que são bons políticos. Porém, sempre me encantei com a atividade e a acho extremamente necessária para a nossa sobrevivência, como seres sociais pensantes. Sempre li os artigos do pessoal da CIT, e, sem menosprezar os outros, os que abordam temas políticos são mais interessantes. Quando eles são bem escritos são melhores ainda. O artigo que se segue, é política em estado puro. Leiamos, para continuar.

Ver para crer

Dilma Rousseff tem surpreendido favoravelmente desde a eleição. Fez um primeiro discurso falando em corte de gastos, liberdade de imprensa, direitos humanos, autonomia das agências reguladoras, prioridade ao controle da inflação, e acendeu a esperança de que ela possa se revelar na Presidência da República melhor que a encomenda autocrática feita pelo presidente Luiz Inácio da Silva.

Deu uma primeira entrevista (ainda ao lado de Lula) reafirmando aquelas posições, fez uma declaração condenando o apedrejamento da iraniana Sakineh Ashtiani e mais recentemente manifestou-se francamente contrária à abstenção do Brasil na resolução da ONU condenando as violações aos direitos humanos no Irã. Além de mandar o ministro da Fazenda já indicado anunciar cortes de gastos.

Há, entretanto, léguas a percorrer antes que se possa dizer se as palavras de Dilma vão ou não se transformar em atos quando ela assumir a Presidência.

O PT é especialista em ganhar eleições com um discurso e governar com outro. Não obstante o caráter antiético da prática, ela tem sido benéfica ao País. Se Lula não tivesse feito o contrário do que disse teria posto o Brasil no rumo do atraso na economia, como fez na política ao se aliar aos piores e aprofundar os velhos vícios vigentes.

Na última campanha, a então candidata viu e ouviu calada Lula fazer e dizer barbaridades na área dos direitos humanos. A comparação dos presos de Cuba a criminosos comuns e a recusa de condenar o suplício imposto a Sakineh por considerar "uma avacalhação" críticas a leis de outros países.

Negou também que sequer chegasse perto de ajustes. Segundo disse à época, o "Brasil não precisa."

Eleita, assumiu um discurso oposto. Tão ao contrário do que havia dito na campanha que reproduzia o discurso do oponente José Serra. É como se Dilma dissesse agora que o adversário estava certo.

É correto para com o eleitorado? Não seria se alguém estivesse ligando para questões como coerência, objetividade, verdade, honestidade e ética.

De todo modo as palavras da presidente eleita, e até a maneira como ela se expressa, autorizam a esperança de que dias melhores virão no que toca às responsabilidades, à conduta e até ao linguajar de governantes.

O problema, e o que movimenta o pé atrás, são as relações íntimas de Lula, PT e companhia com a arte de embromar. Ou, como gosta de dizer a presidente, de tergiversar.”

Continuando, eu concordo com toda a descrição feita do comportamento de nossa presidente eleita, a Dilma Roussef. E faço a mesma pergunta que fez a jornalista:  É correto para com o eleitorado?” Ela mesma não responde a questão, mas, tergiversa. “Não seria se alguém estivesse ligando para questões como coerência, objetividade, verdade, honestidade e ética.” Como eu ligo para todas estas questões,  além da política, eu presumo que minha resposta seria “não”, e como  diz a Lucinha (que vive espalhando por aí que vejo novelas)  punto y basta!”. Não é correto para o eleitorado da Dilma e nem para quem não foi seu eleitor, nesta eleição próxima passada. Eu votei no Eymael no primeiro turno e em Zé Serra no segundo. Ora, se eu soubesse que a Dilma iria fazer tudo que ele (o Serra) prometia, eu teria votado nela, para dar continuidade em termos econômicos ao que Lula fez, isto é, nada de novo neste campo, a não ser o lançamento da tomada brasileira de três pinos, que está me fazendo gastar uma nota com adaptadores. E eu concordo que esta história de trabalhador no poder, para se vangloriar, só é verdade se tomarmos trabalho no sentido bíblico. Pois é muito difícil a pessoa ser torneiro mecânico, faxineira ou padeiro, por que gosta destas profissões. Isto não passa de um discurso daqueles que não as exercem para manter as suas, que não são tão penosas. Portanto me senti enganado pela Dilma, com o seu discurso de campanha continuista.

Mas, igual a Dora Kramer, quero ver para crer, se estou sendo positivamente enganado, e se vou ser, no futuro, negativamente enganado em relação ao seu discurso da vitória. Nas condições em que se desenvolveram estas eleições, onde a política foi para o espaço, dando lugar à baixaria de ambos os lados, ser positivamente enganado já é um privilégio. O que sei é que preciso esperar um pouco para ver o que acontece, com a primeira mulher a governar o Brasil.

Eu, como bom-conselhense, estou também de olho em outra mulher. Não sou eleitor de lá, mas nasci lá e me considero eleitor perpétuo da terrinha. Pelo menos no que diz respeito ao acompanhamento de longe do processo político. O que estou procurando mesmo é que alguém que tenha votado no Eymael no primeiro turno e em branco no segundo, e também em branco nas eleições de 2008, e que ele mande me dizer o que está achando do governo de Judith Alapenha. Será que um eleitor assim faria uma análise neutra da situação, se é que isto pode ser feito?

Existe uma enquete em andamento num dos blogs da terra, e que poderia me dar uma luz, do que as pessoas pensam, se internet pudesse ser representativa da opinião pública. O que realmente não é. Não sei se há pesquisas com bases amostrais que sejam representativas para um melhor julgamento. Mas quem não tem cão, caça com os blogs. No momento certo lançaremos nossas enquetes

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